ADEUS ÁS ARMAS
20181101
As crianças brincavam na “sala grande”: um lugar que servia de sala de jantar, de visitas, de lugar de descontração da família e de lugar para as crianças brincarem!
Naquele dia, eram três as crianças: Um menino de dez anos, seu irmãozinho de oito anos e seu sobrinho de quatro anos: corriam, se escondiam, e não só na sala, mas pela casa toda. A sala era o maior cômodo da casa, com três metros de largura por cinco de cumprimento; a sala de visitas tinha dois metros por três metros; o quarto principal, três metros por 3 metros, o quarto das meninas media dois metros por dois metros, a cozinha, três metros por três metros e havia um outro quarto, anexo à cozinha, que era dos rapazes e media três metros por dois metros e meio. O sótão servia também de quarto para os maiores.
Portanto, uma casa simples, de madeira comum, pobre, pequena, mas bem tratada: pintada pelo pai e bem cuidada pela mãe.
A felicidade morava ali: Pai, Mãe e sete filhos viviam o verdadeiro amor em família!
La fora, o pomar, o jardim, a horta, o galinheiro, o bananal, a lagoa...
E tudo era bonito. E tudo respirava alegria!
Deus morava ali!
Aos poucos os filhos foram saindo de casa: casavam-se e seguiam cada qual para sua nova missão, nova família...
O filho mais velho tinha um filhinho de quatro anos, que agora brincava com os tios de dez e de oito anos.
Não havia ninguém na casa naquele momento, e por isso os meninos tinham a liberdade de usar a casa toda!
Brincando, correndo, mexendo em tudo, mexendo nas gavetas...
O mais velho encontrou uma arma: Uma garrucha de dois canos, em uma das gavetas.
Agora, a brincadeira passou a ser “mais legal”, já que arma para brincar de bang-bang era de verdade!
E num determinado momento, o “mocinho”, que empunhava a arma, deu “voz de prisão” a um dos “bandidos”: o pequenino sobrinho!
- Mãos ao alto!
E o “bandido” obedeceu! O mocinho então apontou a arma para o peito dele e puxou o gatilho!
A arma “barulhou” o “clik”, próprio de uma arma descarregada, o que era lógico para uma arma dentro de casa.
O mocinho, sempre apontando a arma para vários pontos, mirou para as árvores, pela janela:
- O outro “bandido” está no pomar, mas ele não me escapa!
E ao puxar o gatilho, a arma disparou!
O barulho ensurdecedor pareceu ao menino, que vinha do inferno!
Jogou a arma longe e seu choro e soluços parecia não ter mais fim!
O sobrinho, que poderia ter sido morto caso a arma não tivesse falhado, procurava acalmar o tio:
- Tio, você está bem? Aconteceu alguma coisa? Está doente?
Os dois irmãos, estupefatos, olharam o menino tão inocente e o abraçaram, abraçaram, abraçaram...
E o choro de um, passou a ser choro de três!
Deus faz milagres!
E esta história é real!
Mas, por que esta arma infernal estava em casa? Por que carregada?
Souberam mais tarde: O pai do menino, irmão mais velho dos dois, era dono de uma Oficina Mecânica, e tinha sempre a arma no seu local de trabalho, como “proteção” contra eventuais assaltos, mas naquele dia, por falta de atenção, esqueceu a arma no bolso e quando visitava seus pais percebeu e colocou a arma em uma das gavetas do armário. Ele jamais ficou sabendo deste ocorrido, mas o menino “o atirador”, pediu a ele que jamais tivesse uma arma dentro de casa ou em qualquer lugar, muito menos, carregada!
Quando guardava a arma percebeu que estava descarregada...
- Meu Deus! E se eu tivesse deixado carregada? O que poderia ter acontecido?
Nem percebeu que a arma havia disparado e que poderia ter matado o seu filhinho...
Este episódio aconteceu há muito tempo, mas quando me lembro, um “arrepio” toma conta de mim.
E hoje, na Oração da Manhã, diante de Jesus, eu comentava:
- E se as pessoas tivessem licença para usar armas, será que não aconteceria o pior?
- Aconteceria! Quem usa armas e diz que as usa para legítima defesa, na verdade as usará para matar! Arma é para matar!
- Mas Jesus: legítima defesa é legal!
- Perceba, filhinho: os policiais andam armados e este é o trabalho deles, mas quantas vezes tem ocorrido que um policial mata, aparentemente no uso de sua obrigação é acusado de assassino, e é expulso de sua guarnição e punido!
Perceba agora, filhinho, se um cidadão comum, matar alguém e até um bandido, como provará que o fez em legítima defesa?
Se um policial, no uso de seu trabalho, é punido, quanto mais não será o cidadão? Até provar a “legítima defesa” ficará na cadeia e às vezes até, por muito tempo! E não só isso: Sua fama de assassino poderá permanecer para sempre e possivelmente, sua família, seu lar, desmoronará!
Quem usa arma, não pode caminhar nas fileiras de Deus!
Deus observa a cada um e está sempre disposto a ajudar e para isso, basta confiar Nele!
Basta entregar as armas a Ele!
E de hoje em diante, a frase já conhecida, deve ser lida de forma diferente: Não: “Adeus às armas”, mas
“A DEUS AS ARMAS!”
Amém!
“Jesus!”
Queridos irmãos de caminhada:
Eu votei em Bolsonaro, mas isso não quer dizer que devemos aceitar tudo o que ele diz: Precisamos pedir discernimento e sabedoria! Amém?
Um grande abraço.
Cláudio