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Moral
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02/08/2016
Belo sermão
A esposa deve chegar a ser a conselheira do marido. O governo da casa é uma obra comum.


Sermão do XI Domingo depois de Pentecostes

Uma moça deve ver a faculdade não como um meio de fazer a própria vida, pensando primeiro em si mesmo e na carreira de trabalho (bem menos importante do que a formação dos filhos), mas como um meio de constituir uma família mais sólida, colaborando para a formação dos filhos e a ajuda mútua entre ela e o esposo

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Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.

Ave Maria…

Pe. Luiz Fernando Pasquotto, IBP-SP: Ficamos de ver com alguma profundidade o quanto o estudo superior, numa universidade, pode ser importante para uma moça, no que diz respeito à ter qualidades intelectuais e práticas, para educar os filhos e ser uma boa esposa.

Evidentemente, ter feito um estudo numa faculdade não é de modo absoluto, nem pode ser, algo necessário a se ter para casar. Exigir isso seria ridículo. Inclusive, um exagero atual é justamente que se exija uma faculdade de praticamente todas as pessoas. Ora, a variação natural de capacidades intelectuais nas pessoas, por si só, faz com que essa exigência seja largamente exagerada.

Mas, se uma moça pode estudar em uma universidade, e se sua condição social (econômica, o nível intelectual da família, exigências das circunstâncias, etc.) o permite ou exige, é bom que o faça. Os motivos são:

1. Atualmente, por uma organização social do trabalho que não é boa, muitos homens não recebem um salário que seja suficiente para sustentar uma família. É comum que muitas esposas precisem trabalhar para ter dinheiro suficiente na família, e o mercado de trabalho exigirá que ela tenha cursado uma faculdade. Só devemos notar aqui que uma mulher precisa ter um motivo grave para trabalhar fora de casa. Ela não pode comprometer a formação dos seus filhos simplesmente porque quer trabalhar e ter na casa uma quantidade de dinheiro que, de fato, é supérflua e não necessária. Ter uma família mais pobre, mas ainda assim com o suficiente para suas necessidades atuais e previstas para o futuro, não é justificativa para uma mãe ir trabalhar fora comprometendo a formação dos filhos, formação que é uma obrigação grave imposta pela lei natural.

2. Mas essa é a menor das razões. Há razões bem mais profundas. Qualquer curso bom que se faça (que não seja uma enganação…), numa faculdade, exige do aluno responsabilidade nas atividades, contas a dar, as matérias estudadas exigem esforço da inteligência em considerar aspectos e nuances nas coisas, relações de causas mais profundas, hipóteses possíveis, etc. Enfim, faz ver que o mundo é mais complexo do que pode parecer, e dá à inteligência o hábito de não resolver problemas de modo precipitado, superficial e grosseiro. É óbvio que estas habilidades intelectuais ajudam muitíssimo na educação dos filhos, que exige ver nuances nas personalidades de cada um, buscar ver as causas de suas dificuldades, as conseqüências das suas decisões em relação a eles, etc. Cursar uma faculdade de modo sério ajuda a criar bons hábitos na inteligência, e a formação que a mãe dará para os filhos só lucra com isso.

3. Ajuda no apostolado e faz bem para si mesmo. Um católico, se é capaz, deve ter uma vasta cultura religiosa e profana. As circunstâncias do mundo moderno pedem isso, pelo menos para prestígio da Igreja. Conhecer bem uma ciência ajuda a pessoa a conhecer bem as verdades da religião e faz a Igreja ser respeitada. Além disso, como diz Aristóteles, a natureza não tolera o vazio. Se sua filha ficar em casa esperando um casamento, ou ela tem uma boa capacidade intelectual e ficará frustrada por não poder usá-la, ou dedicará o tempo de sobra com leituras pueris, curiosas, conversas largas e inúteis, será atraída sem juízo crítico pela primeira novidade que aparecer, tomará o caminho mais cômodo.

4. Uma das finalidades do casamento é o apoio mútuo. Isso quer dizer que a esposa deve compreender o marido. Na medida em que fizer isso, será uma ajuda para ele e tornará a vida da casa mais agradável e humana. Deve interessar-se pelas coisas que o preocupam, ter talento para saber escutá-lo, inteligência bem formada para aconselhá-lo. A esposa deve chegar a ser a conselheira do marido. O governo da casa é uma obra comum. Ora, quem não vê que uma esposa poderá exercer mais facilmente todas essas coisas, importantíssimas numa família, quando ela fez estudos mais elevados? Se seu marido possui um certo nível intelectual, maior ou menor, como poderá ser boa conselheira quando sequer consegue conceber e pesar minimamente o mundo intelectual e profissional no qual seu marido vive?

Estes benefícios justificam largamente o fato de uma moça estudar, ainda que o ambiente de uma faculdade não seja católico. Há um motivo proporcional e justo para que ela esteja neste meio. Ela não vai até lá por curiosidade ou por capricho. Além disso, sejamos sérios: porventura o ambiente atual de uma faculdade seria perigoso para uma moça, mas não para um rapaz?… Honestamente, me preocupa muito que um rapaz sem convicções, bom senso e espírito católico combativo entre numa faculdade… O comportamento deplorável das moças atualmente é um risco enorme para os rapazes…

Que seja bom uma moça cursar uma faculdade, isso dependerá do seu nível intelectual, das circunstâncias da vida, etc. Se é possível fazer cursos superior, é muito bom que o faça. Mas que ela entre com reta intenção e espírito católico. Não comprometa a sua salvação, não se exponha à ocasiões de pecado sem motivo. Isso vale para os rapazes também. Mas, sobretudo, que ela veja a faculdade não como um meio de fazer a própria vida, pensando primeiro em si mesmo e na carreira de trabalho (bem menos importante do que a formação dos filhos), mas como um meio de constituir uma família mais sólida, colaborando para a formação dos filhos e a ajuda mútua entre ela e o esposo.

Em nome do Pai e d Filho + e do Espírito Santo. Amém.

Publicado originalmente: Instituto do Bom Pastor, São Paulo – Sermão do XI Domingo depois de Pentecostes

 


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