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11/11/2005
Deus mínimo


Montanha - 14 Deus mínimo
Montanha - 14 Deus mínimo

2050829 DEUS MÍNIMO
 
     Durante toda a minha vida, desde criança, tenho acompanhado a vida da nossa Igreja, desde meus tempos de catequese aos cinco e seis anos, até depois sendo coroinha e mais tarde no seminário, onde estive justo nos tempos do início do Concílio Vaticano II. E o que aconteceu nestes últimos 40 anos dentro dela, foi uma verdadeira revolução, uma mudança tão drástica para o mal, que a poderia considerar um desastre sobre desastre, e má nova sobre má nova, como disse o profeta.. Com certeza, falar esta palavra tão dura poderia causar má impressão em alguns, mas com certeza também, somente uma alma desastrada, um coração insensato, pode considerar que as coisas vão bem. Porque tudo vai mal, e vai de mal a sempre pior, todos sos dias.
 
     Penso que, nestes tempos últimos, temos visto nascer entre os católicos – e entre os milhares de seitas que se alastram como fumaça sufocante – três novos deuses, para rivalizarem com nosso Deus único e verdadeiro: trata-se do deus mínimo, do deus homem e do deus zero. E estes três novos e adorados – também nefandos – deuses são os que têm enchido de paixão a milhares de corações, têm enfeitiçado milhões de almas incautas, que não mais conseguem discernir seus passos, já não ouvem mais a voz da verdade, porque há um silvo de serpente a fender os ares, a retinir em ouvidos surdos, a sibilar como um ultra-som, de modo que as pessoas se ensurdeceram quase completamente a verdade.
 
     Do homem que se faz deus de si mesmo, já temos comentado amiúde, esta uma das maiores levas de incautos, que seguem a doutrina do demônio – leia-se Nova Era – onde a loucura o leva a adorar-se a si mesmo. Ela começa pelo endeusamento dos corpos mortais, que são “sarados” em academias, em malhações e em cirurgias para remodelar partes, e vai terminar em técnicas, transplantes, e experimentos científicos – como o clone – que buscam eternizar tais carcaças, destinadas à podridão dos vermes e ao pó da terra, este o destino certo e inegável deles, e de todos nós todos. Neste emaranhado de loucuras, quantos não são aqueles que colocam, até mesmo nos ídolos deste mundo – atores, cantores, músicos e desportistas – como suas reais divindades, vivendo-os com intensidade tal, que raia a alienação completa e à loucura extrema.
 
     Também do deus zero temos falado, a divindade dos apóstatas, dos ateus e dos atoas, que por sua elevada ciência, sua sabedoria racional, sua concepção modernista do mundo já não vêem necessidade  de um Deus para explicar os fenômenos que acontecem ao nosso redor. Até porque negam veementemente tudo aquilo que a simples razão não consegue entender, nem explicar, mal sabendo que Deus não se explica, se vive! Quem não vive, O mata! Ou será porque o estreitamento de seu cérebro – já espremido e comprimido pela prensa de satanás – já não permite que a Luz do Altíssimo não mais os consegue penetrar? Em verdade, tais pessoas são dignas da maior pena, justo porque são as menos inteligentes, as menos sábias dentre todas as criaturas.
 
     Eu falei em criaturas, não somente em seres humanos, em homens racionais. Sim, porque até mesmo as mais rocinantes de todas as bestas, as mais broncas de todas as feras, até mesmo elas sentem e agem pelo efeito da presença de um Criador, de uma Vontade Suprema e única, por ordem de Quem todas as partículas que compõem o Universo tiveram origem, e por cuja Sabedoria Criadora, todos os seres vivos ganharam vida. Já falamos sobre o acaso em textos anteriores e não era idéia voltar a ele, entretanto o fato de ver a apostasia – negação de Deus – descambar nesta voragem assustadora, não nos parece deixar outra alternativa. 
 
     Na nossa última viagem, no sul do Estado de Santa Catarina – região carvoeira – nós comentávamos um pouquinho sobre a existência destas jazidas – não somente ali como em diferentes lugares do mundo – e dizíamos que até elas s
ão a prova da existência de um Deus Criador. Não somente isso, mas amoroso Deus, preocupado ao extremo conosco, os seres humanos em especial, pois Ele sabia que um dia precisaríamos destes combustíveis para nossas industrias, também o petróleo e o distribuiu pela terra inteira, mais aqui, menos lá, segundo Sua Sábia disposição. Como achar que isso se deu por acaso? Na verdade, tudo isso teve origem naquela primeira e única ordem criadora de Deus que disse: faça-se! E toda a matéria se fez! E toda a vida nasceu!  
 
     E continuando o comentário que fazíamos, se não houvesse uma outra prova de que nada surgiu por acaso, que a vida não surgiu por acaso, há uma fagulha, uma centelha que desarma todos os artifícios contrários: a necessidade de dois, para gerar um! A necessidade da participação do macho e da fêmea, tanto nos semoventes quanto nas plantas! Sim, porque no dia em que a ciência – claro que ela nunca vai chegar a isto – provar que a vida surgiu por acaso, terá ainda que estrebuchar por mais alguns milhões de anos para explicar o motivo pelo qual Deus nos fez homem e mulher, e não apenas homem, ou apenas mulher. Terão de explicar quando e como se deu este ardiloso artifício, esta engendração ardilosa, que fez duas vidas se juntarem, para gerar uma outra.
 
     E entra aqui o deus mínimo, hoje o grande ídolo de significativa leva de povos. Quem aceita tal coisa, aceita um Deus mínimo como um ser humano, ou uma besta, ou um toco de pau pintado. Uma criatura que é capaz de imaginar que o acaso possa gerar vida, que ainda aceite a tese de que esta vida possa ter se desvinculado em duas partes distintas, para depois se juntar e formar uma outra, se tornou em nada mais que um absurdo ambulante, uma aberração – ou, não existe outra alternativa – num desafeto do Criador, em alguém que por livre e mórbido desejo de seu coração, prefere negar a evidência da verdade, e negar a Deus. E somente criaturas livres podem fazer isto, esta a maior prova de que existe um Ser Criador, de cuja Vontade Eterna, tudo depende!
 
    De fato, sem Deus, até mesmo um grão de areia é inexplicável! Tantas vezes, em viagem, vejo nas beiradas do asfalto escaldante, ou nas frestinhas das pedras, algumas plantinhas ou fios de capim que se agarram á vida ali, de forma inexplicável e até mesmo emocionante. Mas ainda posso ir mais longe e emocionar-me ainda mais, vendo os diminutos grãos de pó que se agarram neste fiozinho de vida, como se soubessem que um, forma o outro e juntos dão prova de um Saber Supremo, que a tudo programou desde aquele primeiro dia da criação: faça-se! Que digo com isto? Quem não consegue explicar aquele grãozinho de pó, coladinho naquele diminuto fio de capim ou plantinha agarrada à vida – aqueles mesmos aos quais o escapamento escaldante e venenoso dos carros que passam não consegue matar antes do tempo certo – nunca poderá aventurar-se a negar a evidência, nem a clareza, nem à certeza absoluta de Alguém Infinito e Eterno!
 
     Quando criança, desde o colo materno, minha mãe, meu pai, minha avó, todas as pessoas mais próximas de mim, sempre me incutiram esta profunda noção de Deus, do Criador. E isso foi tão fortemente gravado em mim, que mesmo – posteriormente – depois da leitura de livros heréticos, mesmo a leitura de livros maus, tendenciosos, malditos mesmo, escritos por ateus ineptos – porque não acredito que os haja convictos – com suas filosofias absurdas, mesmo depois de ter tomado conhecimento de mil outras teologias aberrantes, de “provas científicas irrefutáveis”, tanto sobre Deus, quanto sobre a criação do Universo, jamais algo neste sentido me abalou. Nunca me deixei convencer nem me arredar um passo, que me fizesse duvidar da existência de um Deus Todo-Poderoso!
 
     Que posso desprender disso? Que é no berço – porque fé não é questão de genética – que se molda a fé e se cultiva o sentimento e se acende a centelha da Sabedoria que vem de Deus. De fato, quem não passar antes por um ventre de mãe que reza, quem não passar pelo colo de um pai que pegou um Rosário nas mãos, di
ficilmente irá conseguir compreender a verdade. Pior, grande parte dos nanicos que defendem a tese da inexistência de Deus, ou foram gerados em seios também sem Deus, ou se tornaram hereges por força do meio em que foram postos. Meio de onde Deus já foi expulso!
 
     Como é que eu posso amar a alguma coisa que não conheço profundamente? Acaso posso amar a Deus sem O conhecer?  Acaso o amor poder ser também mínimo, e assim eu posso amar a Deus também minimamente? Ora, Deus – o nosso único Deus – é um Deus ciumento, que não se encontra em meias-medidas, nem se deixa achar em meias verdades. Deus é um todo, que se deve buscar inteiro, viver por inteiro, amar por inteiro, sem interpor rival, ou você descambará para a mentira.
 
     Penso que a razão pela qual os homens não conseguem viver a Deus por inteiro é pelo fato de que Ele não cobra deles um resultado, não exige atenção para Si, nem obriga-nos a adora-lO! Mas eis aqui um dilema para o homem: Se Deus o obrigasse a amá-lo, não seria o homem livre! Mas acaso o homem pode se considerar livre sem Deus? Não! Esta é uma impossibilidade absoluta, mesmo que os ateus o neguem e que os hereges não a aceitem! Mas a liberdade com que fomos criados, muitas vezes nos faz confundir a não tomada de posição de Deus em defesa de Seu próprio interesse, como uma inércia, um descaso Dele em relação ás Suas criaturas. E é isso que faz com que aos poucos, muitos O abandonem por inexistente, pois de um deus mínimo ao deus zero, vai somente um passo! Não um simples passo, porque este leva ao abismo eterno!
 
     Quem é este deus mínimo de tantos  adormecidos, de tantos mornos, de tantos inconseqüentes, falo dos católicos? Trata-se do “deus self-service” sobre o qual falou recentemente o Papa bento XVI. Self-service se diz do sistema de serviços de um restaurante, onde a própria pessoa faz seu prato, escolhendo á sua vontade, entre as diferentes comidas, aquelas que mais lhe apetecem. Cada-um-faz-o-seu-deus! E é isso que fazem os assassinos do Deus Verdade. Cada um faz o seu deus, de acordo com seu próprio gosto, tomando partes de suas próprias verdades – ou “verdades” que o diabo lhes ensina – criando com isso uma grande e artificiosa mentira. E quando os homens fazem isso, na miséria absoluta de seu retumbante nada, somente conseguem fabricar um deus absurdamente diminuto, menor ainda que a si mesmos. E nele se comprazem, sim, por força do maligno que com isso ri à toa.
 
     E então os católicos vão dizendo: confissão não precisa mais, porque pecado não existe! E lá vai Deus caindo! Ir a Missa todos os domingos não é mais obrigatório, porque Domingo é para o descanso e muitas pessoas não tem outro dia para o lazer. E lá vai Deus diminuindo! E lá vão eles a receber a Sagrada Eucaristia sem discernimento e sem dar valor a este Supremo Mistério. Mulheres em roupas escandalosas, meninas com os seios quase de fora, jovens rindo e arrastando os pés, que voltam mastigando, dentes à mostra, como se fossem bestas rosnantes, sem sentir o gosto, quiçá o efeito! E aqui já chegamos próximo a um Deus calcado aos pés, esmagado e ferido como ainda na Cruz. E são estes pais que geram filhos, e são estes filhos que se tornam pais “católicos” futuros! E são estes os criadores deste deus mínimo, que hoje tanto enfeitiça a humanidade.
 
     Ora, quem não acredita que Deus TUDO pode, não acredita em Deus algum! Quem é capaz de imputar qualquer falha em Deus, é porque criou um deus falhado igual ao seu nariz. Quem não credita que Deus é Infinitamente bom e misericordioso, é porque criou seu pobre deus, capaz de castigar, quando Ele é somente Amor. Quem acredita num deus  só misericórdia e não também Justiça, já tem seu deus injusto, torto e tendencioso, capaz de julgar como os homens e de condenar como os mais pérfidos juízes. Quem acredita que se vai ao Céu sem pedir perdão a Deus, já se considera justo e remido, quando na verdade está com um pé no inferno: esta doutrina é maldita! Enfim, quem acredita que todas as religiões têm parte da verdade, não tem verdade alguma, quem
diz isso vem do diabo, que é o pai da mentira.
 
     Este recado final, vai em parte para nossos irmãos separados, a quem já fizemos tantos desafios, sem que nunca os tivessem respondido a altura, apenas com aquelas velhas e surradas cantilenas que o diabo ardilosamente ensina, nenhum argumento de força espiritual suficiente para que tenhamos de rever nossas posições. Ontem mesmo, no sermão aqui em nossa igreja, o padre dizia assim: desconfiem de uma igreja sem mártires! Sim, os mártires da fé, que são a prova da imitação de Cristo? Que outra igreja, por antiga que seja, tem um só deles? E se os têm quem morreram pela fé, onde esta a imitação continuada deles, pois nos parece que, desde que Jesus fundou Sua Única Igreja, nenhum dia parece ter se passado sem que algum de nós tenha dado sua vida por ela, como prova autêntica da perseguição infernal.
 
     Agora, ainda, enquanto escrevia, recebo o link para entrar num site específico e ali pude ver as fotos, inegáveis, claras e perfeitas de muitos dos santos e santas da nossa Igreja Católica, cujos corpos incorruptos e sem terem sido embalsamados, guardam em si o testemunho do inexplicável para a ciência. Por qual motivo, somente na Igreja Católica tais coisas acontecem? Certamente não por efeito de truque ou mentira, nem pelo poder de satanás – assim diziam também os antigos fariseus quanto aos milagres de Jesus – mas como atestado de autenticidade, como testemunho da verdade, como força de uma Igreja única e realmente universal, a quem as trevas combatem porque árvore de frutos. Desconfiem da igreja com frutos de perseguição e de ódio, onde aqui o amor de Jesus?
 
     Mas vejam que, infelizmente, mesmo com todas as evidências e provas da verdade, mesmo com todo o testemunho dos mártires, santos e santas, mesmo com a clareza de uma Doutrina centrada na unidade sob Pedro e que perpassa os séculos, mesmo com a prova dos milhares de aparições, de visões e de profecias, que acontecem apenas dentro de nossa Igreja, ou visando o retorno a ela, ainda assim as pessoas continuam criando seus próprios devaneios, sem modo particular de acreditar em Deus, cada vez mais diluído, mais difuso, mínimo, morto, zero! E acabou! As pessoas acreditam hoje apenas no que lhes convém, no que lhes agrada, e justo por isso fazem para si um deus que lhes agrada, uma doutrina que se lhes adapte ao gosto, mesmo que seja gosto do diabo.
 
     Tem nos parecido que ultimamente, o fato de alguém dizer que é católico, que acredita em Deus, que segue os ensinamentos e a Doutrina da Igreja Católica, se tornou tabu, algo de careta e ultrapassado. Vi isso claramente na entrevista recente de uma atriz, que passou por um grande susto em doença e que somente não morreu porque Deus não o permitiu. Sim, disse ela, a gente fala: graças a Deus! Que vai dizer minha mãe se eu não falar isso? Quer dizer: Deus apenas da boca para fora! Deus da mãe, mas não um Deus real, que deve ser invocado, amado e adorado, pois sem Ele nada somos nada temos.
 
      Em verdade esta atriz teve uma graça e não a entendeu. A medicina humana, com certeza a curou, mas apenas pela força de Deus. Então, confiada apenas na mão do médico – um homem – ela se dá o direito de achar que, não precisa de Deus. Milhões hoje são os que, fiados na ciência humana, se imaginam dispensados de seu Criador e Pai. Uns cospem em Deus quando não lhes favorece as vontades. Outros O criticam porque não age diretamente coibindo na fonte a ação dos maus. Mas se Ele age para evitar que o homem se autodestrua então O culpam também, porque confundem a sua liberdade com a libertinagem. Há então, uma confusão generalizada em todo o mundo e este espírito com certeza ainda vai causar indescritíveis perturbações.
 
     Em verdade, muitas destas pessoas – falo em especial dos 26,9% de mornos, que já têm a cabeça feita contra a verdade, só aguardam que em Roma se assente um falso, para que possam justificar legalmente suas teses, e dar início à grande perseguição. Na mira deles estão todos os que rezam, os qu
e buscam os sacramentos com grande amor, em especial a Confissão Sacramental e a Santa Eucaristia, também todos aqueles que amam Nossa Senhora, com especial fúria os que rezam e difundem a oração do Rosário. Se alguém acha que católicos não podem combater tudo isso, me dêem só mais um tempo.
 
     Na verdade muitas destas pessoas estão extremamente fragilizadas pela falta absoluta de Deus em suas vidas, de tal forma que o maligno consegue exercer sobre elas uma grande influência maléfica. Esta força, este soprar no ouvido das pessoas, se dá por causa do desespero de satanás, e pode acontecer até no sono, de tal forma que uma pessoa pode muito bem ir dormir convicta de uma verdade, e acordar pensando diferente. Muitos irão mudar de um minuto para outro, porque as legiões do mal apenas aguardam a permissão de Deus para o ataque último. E ninguém pode sequer imaginar o que eles serão capazes de fazer, em nome deste último estertor de desespero.
 
     Obviamente que não devemos temer, pois Deus sempre estará sinalizando a nossa frente e abrindo nossos caminhos. Mas tudo isso virá e estará acontecendo ao nosso lado, dentro de nossa família, em nossa paróquia, em nossa localidade. Eis porque o Céu nos pede a oração, com tamanha insistência, tal que parece ser um apelo patético. Na verdade a Oração constante é a única forma segura de se manter respirando livremente. Porque com certeza, as profecias são claras, dia chegará em que o fumo de satanás encobrirá toda a terra. Então, somente os filhos da Luz conseguirão encontrar os caminhos.
 
     Claro que, pelo poder de Deus, haverão inumeráveis conversões. Isso está acontecendo já, e as veremos ainda mais. Da mesma forma como o inferno mostrará seu desespero, também o Céu mostrar-nos-á a esperança. Da mesma forma como o demônio nos mostrar as trevas, com certeza o Céu nos apresentará a Luz. Ninguém – de boa vontade – terá que sofrer além do fato de haver amado pouco. Feito pouco! Lutado pouco pelo Reino que vem, e levado poucos aos caminhos da Luz. Claro que Deus fará tudo e a salvação virá até mesmo para milhões que nem fazem idéia dela.
 
     E para mostrar como Deus tem poder de converter as pessoas, até por fatos os mais inusitados, conto uma história que me passaram ontem, acontecida em algum lugar do Brasil, e foi mais ou menos assim:
 
     Havia nesta localidade um frei, muito santo, que introduziu na paróquia uma devoção especial a Nossa Senhora, com procissão e tudo de direito. E aconteceu que, ano após ano, os crentes de uma outra igreja, passaram a levar um som altíssimo, e ficavam diante da Igreja, atrapalhando as cerimônias do padre. Mas nunca se fez nada contra eles, até que um dia o frei morreu. Mas a festa continuou no tempo próprio! E lá vieram os crentes mais uma vez, com seu som altíssimo, atrapalhando a festa de Nossa Senhora.
 
     Então aconteceu um fato inusitado! Acontece que perto de onde eles ligavam o som, ficava também o cemitério, onde fora enterrado o bom frei. E eis que no momento próprio, o frei se levanta do túmulo e passa um belo raspão naqueles pobres incautos. Cheios de pânico, os pobres não somente dispararam embora com seu som, como também de pronto se converteram. Afinal, não é na igreja dos crentes que freis santos aparecem para que abram os olhos. Até a própria Nossa senhora tem aparecido para estes irmãos, e com certeza Deus não deixará de fazer até o impossível, para que todos se salvem.
 
     De qualquer forma, o que precisamos é fazer cada um a sua pequena parte. Esta parte é a nossa oração, pois é somente pelo nosso desejo expresso na oração, que Deus Se permite sustar efeitos, eliminar causas, e diminuir a intensidade dos fenômenos. Se nós fizermos isso, a Majestade Eterna realizará uma imensa obra de salvação. E virá o dia em que os demônios demandarão em fúria, não contra Deus, nem contra os homens, nem contra Nossa Senhora – o terror do inferno – mas fugirão aterrorizados diante de sua completa incapacidade, de sua indescritível fraqueza diante do Poder de Deus. Duvidam?
 
 
    Sim, porque o inferno será derrotado pelos homens... ligados em Deus! E será então que o maligno, esmagado em si mesmo, pela força de sua própria incapacidade, pela sua incompetência e estupidez, se obrigará a fugir para sempre. Porque seu orgulho será de tal forma, ferido e humilhado, pela Grande Mulher Maria, e pela sua descendência adotiva, que eles não terão outra saída senão sucumbir eternamente, mergulhados no abismo de sua incompetência vergonhosa. Porque tinham tudo nas mãos! Eles receberam de Deus todo o poder necessário, incontestável e perfeito, para levarem todos os homens para si, entretanto chegarão ao entendimento de que não levaram um só, nenhum mesmo, além daqueles que livremente quiseram ir para o inferno. Ou então, Jesus não teria dito: Pai, eu não perdi a nenhum daqueles que me deste, a não ser o filho da perdição!
 
     Quero dizer com isso: todos os que, ao final de todas as coisas, de todas as tribulações e guerras, de todos os crimes e trilhões de pecados, de todos os vícios, maldições, ódios e iniqüidades, de todas guerras e revolução, também de todo o sangue derramado, desde que o homem existe na terra, enfim que se encontrarem no reino das trevas, chegarão lá livremente, não pelo poder sedutor do inferno, jamais pela força motivadora dos demônios. Eles se atiraram no inferno, livremente, como se o demônio não existisse. Ou seja, mesmo que não existissem os demônios, mesmo assim certos homens se rebelariam livremente contra Deus e se perderiam para sempre. O demônio não tem poder de forçar ninguém, a fazer coisa alguma, eis aí a prova de que só vai ao inferno quem quer.
 
     É como aconteceu com os anjos caídos: Eles deixaram a Deus livremente, sem serem tentados por ninguém! Também tais réprobos: eles se perderiam eternamente, mesmo se não houvesse demônios a tenta-los! Com isso se descobre o verdadeiro motivo do desespero do Lúcifer, nestes tempos finais: saber que, por seus “belos olhos”, pela sua capacidade, pelo seu poder de sedução, pela sua força, NUNCA conseguiu demover e convencer um só homem, e atraí-lo para si. Sim, como  Deus O faz, em seu infinito Amor! Ou seja: ninguém vai ao inferno por amor a Lúcifer! Vai por ódio a Deus e ódio a Lúcifer!
 
     E pela eternidade inteira o demônio lamentará sua estupidez, sua infinita fraqueza diante de Deus. Ele lamentará odiosamente, furiosamente, com todo o monstruoso poder de seu fogo interior, que, além de nunca ter conseguido cativar um só homem, por ele mesmo. E lamentará ainda, que tudo ele fez serviu para o bem, para o crescimento, para a santidade e a glória dos filhos e filhas de Deus. E por aqui se tira a diferença abissal entre o poder real de Deus Uno e Trino, e o mísero poder que foi dado a esta repugnante criatura – que mesmo assim ousa querer equiparar-se ao Altíssimo – embora tendo tudo o que precisava para levar todos os homens ao inferno. Deus deu ao seu anjo rebelde todo este poder, e mesmo assim – e Lúcifer reconhecerá isso um dia – ao olhar para trás verá que todo seu esforço resultou em um retumbante fracasso.
 
     Mas veja, não seria fracasso se eventualmente um só daqueles que se perdeu para sempre, tivesse ido para lá por força do empenho e sedução amorosa do inferno. Uma só alma conquistada desta forma, seria já um troféu eterno para Lúcifer, diante de Deus, pois uma alma vale mais que todo o universo somado. E são milhões os que se perderam. No Buscando Almas (47) faço uma matemática, onde calculo que na terra já passaram mais de 20 bilhões de seres humanos. É apenas um chute. Pois se destes apenas um em cada 200 se perdeu, estariam hoje no inferno cerca de 100 milhões de almas. Imaginem, raciocinem, se isso não seria, de certa forma, uma vitória do anjo negro. Seria um bem, 100 milhões de vezes mais valioso que todo o Universo?! Não resta dúvida que sim!
 
     Eis porque sinto, do mais fundo de minha alma, porque vivo e respiro esta questão há muitas décadas: sinto, profundamente, que TODOS estes 100 milhões de teimosos que lá estão – se são
tantos – chegaram ali por sua livre, decidida e feroz vontade, sem qualquer influência externa do tentador maldito e seus sequazes infernais. Eles caíram lá sozinhos, por livre desejo! Porque quiseram ser deuses como Lúcifer! E se fizeram um deus mínimo como ele! Ai de quem faz de si um deus! Há 100 milhões de deuses os esperando lá no inferno, a morada eterna dos que quiseram competir com Deus Altíssimo!
(Aarão)
 



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