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15/09/2005
A Confissão


Confissão - 05 A Confissão
Confissão - 05 A Confissão

CONFISSÃO ( 16/11/2003
 
     Este trabalho, já estava escrito há alguns anos, mas como continua válido, mais uma vez o colocamos no ar, tendo em vista a sua premente necessidade. Trata-se de um pequeno estudo baseado no Salmo 31, lembrando a todos, que já no Antigo Testamento havia a preocupação do povo, quanto à necessidade do perdão, como absolutamente necessário para a volta do favor divino. Na verdade as pessoas não mais sabem como nem porque confessar, em grande parte devido aos sacerdotes que esqueceram deste sacramento. Não o pregam, não o vivem, nem o praticam mais! Começamos dizendo:
 
    - NÃO ACREDITE: Se alguém diz que você pode se confessar direto a Deus e basta;
     (Quem diz isso é mentiroso, faz Jesus de mentiroso e vem do maligno)
    - NÃO ACREDITE: Em confissão comunitária fora dos tempos de guerra ou exceção;
     (Ai do sacerdote que assim agir para se livrar do confessionário)
    - NUNCA DUVIDE: Da misericórdia de Deus! Seu pecado NUNCA é maior que ela;   
     (Duvidar de Deus é pecar contra o Espírito Santo, aquele que não tem perdão)
 
    Entre os imensos tesouros armazenados pela nossa Igreja Católica, feita Una e Santa, Apostólica e Romana, alguns deles tem o maior destaque: são os incríveis Sacramentos! Eles são caminhos certos e seguros para a salvação da nossa alma. Para que, afinal, estamos neste mundo, se não é para salvar a nossa alma e ganhar o céu, não é mesmo? O Evangelho nos diz: “quem crer e for batizado será salvo”. Temos então, que o batismo nos abre a porta do céu; em Jesus e por Jesus. Já crer Nele, implica num esforço maior de nossa parte, porque Jesus diz: “quem crê em Mim, cumpre a Minha Palavra”. Isto significa então algo mais que a simples declaração: Eu creio em ti Jesus! Isto é muito pouco! Isso representa quase NADA! E mais, falar o nome de Jesus até o encardido fala. Mas isso jamais o salvará, pois ele não quer! Pois verdade é que, nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus!
 
     CRER, então, significa cumprir todos os Mandamentos da Lei de Deus e todas as determinações da Igreja, consagradas pela Tradição e o verdadeiro Magistério do Papa, legado a Pedro naquela célebre frase: “Eu te dou as chaves do Reino do Céu. Tudo o que ligares na terra, será também ligado no Céu. Tudo o que desligares na terra será também desligado no Céu”. Isso significa, que a Igreja recebeu este divino legado de poder organizar e distribuir todos os sete preciosos Sacramentos, embora nem todos eles estejam distintamente nomeados nos Evangelhos, apenas claramente estabelecidos. Mas disso se encarregou a Igreja, através de seu Sagrado Magistério. Entre estes está o SACRAMENTO DO PERDÃO, ou seja, a maravilhosa CONFISSÃO!
 
     O que diz nosso CATECISMO: “Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência, obtém da misericórdia divina, o perdão da ofensa feita a Deus e, ao mesmo tempo, são reconciliados com a Igreja que feriram pecando e a qual colabora para sua conversão, com a caridade, o exemplo e as orações”.(1422) Isso quer dizer que não é necessário apenas obter o perdão de Deus, mas também se reconciliar com a Igreja - que somos todos nós porque partes do Corpo Místico de Cristo - uma vez que cada pecado cometido é soma de mal, que atinge a todos os fiéis indistintamente e muitas vezes diretamente. Então, se somos causa deste mal coletivo, e se este mal é reparado coletivamente pelas orações de todos – pois ninguém se salva sozinho – é essencial que façamos a nossa parte para REPARAR a nossa falta.
    
     E MAIS: “É chamado o Sacramento da CONF
ISSÃO, porque a declaração, a confissão dos pecados diante de um SACERDOTE, é um elemento essencial deste sacramento
..” isto é, não há reconciliação com Deus, nem com a Igreja, se não houver o RELATO dos pecados a viva voz, prova de humildade, prova de contrição. E esta dupla necessidade de reconciliação fica bem clara em 2Cor 5,20 “Reconciliai-vos com Deus” e em Mt 5,24 “vai primeiro reconciliar-te com teu irmão..”.
 
     Em Jo 20,22-23, está: “Depois destas palavras, (Jesus) soprou sobre eles (Apóstolos) dizendo: Recebei o Espírito Santo! Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”. Claro, absolutamente claro, mais impossível! Se nós temos uma tradição “apostólica”, legado dos apóstolos, feitos sacerdotes por Cristo, então também os sacerdotes de hoje, especialmente consagrados, receberam de Cristo (e só eles) este poder de perdoar os pecados porque representam Cristo. É este o ÚNICO caminho para chegar ao céu!
 
     Ora, o que dizem as palavras de Jesus: Àqueles a quem perdoardes os pecados... significa que, para obter este mérito do PERDÃO, é absolutamente necessário que o penitente CONFESSE, declare, explique ao sacerdote a sua falta, pois como poderá ele PERDOAR se não souber qual ou quais, ou quantos são os pecados a serem perdoados? Como poderá o sacerdote discernir a gravidade da falta cometida para poder aplicar a penitência a ser cumprida para remissão da pena devida pelos pecados? É então preciso que o sacerdote OUÇA o pecado, SINTA a intenção do penitente e DÊ, em nome de Jesus o perdão, ou não, se não houver contrição. Sim, o perdão jamais poderá se consumar sem a contrição, pois o perdão pressupõe um “verdadeiro arrependimento do pecado e um firme propósito do emenda”. É clara a advertência de Jesus dada à pecadora arrependida: “Vai e não tornes a pecar”!
 
      Quer dizer que, se a pessoa não tem uma contrição verdadeira e um firme propósito de não pecar mais, os pecados são retidos ou não perdoados. O padre pode então, até dar a absolvição em nome de Deus, por não conseguir ver o interior da alma. Entretanto, esta confissão é mascarada, e não haverá o perdão no Céu, pois Deus é Aquele que sonda até o mais íntimo das almas. Eis porque se costuma dizer que o inferno está cheio de pessoas que se confessam! Porque os poucos que ainda se confessam no mundo de hoje, na maioria dos casos ainda se confessam muito mal.
 
     Ambas as palavras do texto, “perdoar” ou “reter” pressupõe a confissão individual, feita a um sacerdote. Pois o que diz o nosso Catecismo: “A confissão individual, feita a um sacerdote, continua sendo o ÚNICO modo pelo qual os fiéis se reconciliam com Deus”. Veja bem a palavra “ÚNICO” modo. Não há, pois, lugar para subterfúgios nem confusões: a confissão DIRETA é necessária e insubstituível para implementar a reconciliação do penitente com Deus. Aliás, isto está muito bem claro no Motu Própriu de João Paulo II, datado de 04 de abril 2002, o Misericórdia Dei. Portanto, se o Papa falou, nenhum católico tem o direito de duvidar, ou contrapor. Lá está tudo explicado!
 
      Com isso fica absolutamente claro: não existe confissão direta com Deus, como pregam nossos irmãos evangélicos e, infelizmente, muitos dos nossos irmãos católicos, pasmem, até padres. Ora, a confissão direta com Deus, mesmo que ela existisse, seria tão fria, vazia e sem s
entido que jamais alcançaria os méritos adquiridos pela confissão individual e direta a um sacerdote. Pois, todo pecado é uma forma de orgulho e tudo que tem orgulho tem a marca de satanás. A confissão pressupõe arrependimento. A confissão pressupõe a humildade que é o absoluto oposto de satanás. Ao ajoelhar-se aos pés de um sacerdote, contar suas faltas e PEDIR a absolvição ou o PERDÃO deles, isso é, ao reconhecer-se PECADOR, o penitente abre caminho para a reconciliação com Deus, porque sente que precisa emendar-se. Este sentimento, esta necessidade do perdão, este entendimento de que não há outra forma de o pecador adquirir felicidade sobre esta terra, não é coisa recente, ou apenas pregada por Jesus.
 
     Na verdade o maldito, o encardido, não gosta nenhum pouco da confissão. Ela é, de fato, o meio que mais rouba as almas de suas garras. Assim, ele tem arrumado inúmeras respostas para colocar na boca daqueles que não querem se confessar:
1)      Eu me confesso direto com Deus!
2)      Só o que faltava é eu confessar com alguém mais pecador do que eu?
3)      Isso não é mais pecado!
4)      Pecado não existe, é coisa da cabeça de padres!
5)   Na Bíblia não está dito Sacramento da Confissão; é então coisa da Igreja!
 
     E muitos caem nelas como patinhos. Citam-nas entre risadas de escárnio como se fossem autores daquelas tiradas, mas na verdade, coitados, não sabem o que fazem. Acho que já demos todas as respostas para estas falsidades. Quem as dá, pois, não se julgue esperto. Saiba apenas que está falando pela boca do diabo. Porque, vejam, já o rei Davi, no Salmo 31/32, deixava aberta uma porta para a Paz no viver quando profetizava: “A FELICIDADE DO PERDÃO”, dizendo:
 
1. “Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido”...! Quer dizer, SÓ é FELIZ, aquele que não tem pecados, que tem a consciência tranqüila e que não sente na alma as angústias próprias de quem se sabe em falta.
 
2. “Feliz o homem a quem o Senhor não argui de falta e em cujo coração não há dolo”! Ou seja, só se sente feliz quem tem a alma LIMPA e o coração PURO, porque se sente sempre na presença de um Deus misericórdia, que perdoa sempre... Aos que perdão lhe pedem e se acham arrependidos de fato! Só não pode jamais perdoar... A quem se NEGA a Lhe pedir perdão. Porque Ele nos fez livres até para não pedir perdão!
 
3. “Enquanto me conservei CALADO, mirraram-se-me os ossos entre contínuos gemidos”! Quer dizer, enquanto eu não FALEI ao sacerdote, enquanto eu não CONTEI a ele a minha falta, eu próprio me sentia oprimido, doente e angustiado. Quer dizer, NÃO HÁ outra forma de eu me sentir livre, sadio e alegre, enquanto eu me mantiver CALADO tentando esconder a minha falta. E se não posso escondê-la de mim mesmo, quanto mais poderei escondê-la de um Deus que tudo vê e tudo sabe?
 
4. “Pois dia e noite Vossa mão pesava sobre mim e esgotavam-se-me as forças...” Não é que Deus nos acusa: somos nós que nos acusamos! Não é a Mão de Deus que pesa sobre nós; é nossa consciência que nos acusa da falta. Isso significa que o parâmetro do sentimento angustioso de culpa, já está gravado dentro de nós mesmos, de uma forma tão forte e extraordinária que, uma alma do purgatório preferiria se atirar antes no inferno a ter que chegar na presença de Deus ainda não completamente purificada. Tal a santidade e a infinita pureza de Deus! Assim, a alma que já não sente necessidade de confissão, está em vias de morrer!
 
5. “Então eu vos CONFESSEI o meu pecado e não mais DISSIMULEI a minha culpa”. Veja as palavras: “confessei” e “dissimulei”! Quando a pessoa compreende a necessidade de que precisa do perdão, ela não consegue mais dissimular sua falta; não consegue mais esconder de si mesmo ou sufocar dentro de si a sua culpa. Para sentir-se LIVRE a alma precisa
CONTAR, precisa CONFESSAR a sua falta. E como DEUS não está aí presente, à sua frente, para você lhe contar pessoalmente o seu pecado, está presente, à sua frente o SACERDOTE, o representante de Deus para que você, ajoelhado a seus pés lhe peça perdão! Não adianta, pois dissimular ou mesmo esconder de si mesmo uma falta. Mesmo as consciências mais embrutecidas JAMAIS poderão alegar ignorância disso, quando chegarem diante do tribunal de Deus. Porque este sentimento está dentro de nós, vivo, claro e forte. Só não o sente, quem o tenta sufocar ou “dissimular” por força do diabo.
 
6. “Disse: Sim, vou CONFESSAR ao Senhor a minha iniquidade e vós perdoastes... o meu pecado”. O sentimento da necessidade de obter o perdão definitivo das minhas culpas me leva então a CONFESSAR, a relatar, a declarar, a dizer diretamente ao sacerdote a minha falta. E o sacerdote, para isso consagrado, pode me dar em nome de Deus este perdão, caso eu deseje ardentemente este perdão.  
 
7. “Assim todo fiel recorrerá a vós no momento da necessidade”. Veja bem, TODO o fiel. Não há, pois exceção! Ninguém está livre ou isento da confissão. Só se você for Deus para não ter necessidade de se confessar. Pois só Deus não tem pecado. Há necessidade, pois que TODOS nós recorramos a este sacramento, como ÚNICA forma de nos mantermos dignos de sermos chamados de “filhos de Deus e herdeiros do céu”.
 
8. “Vós sois meu asilo, das angústias me preservais e me envolveis na alegria da minha salvação”. Quando, pois, limpos e purificados, quando perdoados e absolvidos, nosso coração pode exultar sim de alegria em Deus, e só então irá exultar de alegria, porque a nossa salvação está no nome do Senhor. Como pode sentir a angústia ainda, o coração que está certo da salvação? Como pode estar certa da salvação a alma inconfessa?
 
9. “Vou te ensinar... fitando em ti os meus olhos... vou te mostrar o caminho que deves seguir...”. Uma alusão perfeita à clareza da necessidade da confissão. Fitando em ti os meus olhos... o Senhor é Pai nesta frase. Com carinho nos instrui; com amor nos alerta. Ouça as Suas palavras! Atente para o que Ele diz! Busque o caminho do confessionário enquanto é tempo! Isso diz o Senhor!
 
10. “Não queiras ser sem inteligência como cavalo ou como o burro que só ao freio se submetem”. Quer dizer não sejas ignorante! Não finjas, que não sabes! Isso quer dizer, não sejas estúpido! Não adies a busca do perdão para um momento de dificuldade, como uma doença grave, por exemplo. Pode acontecer de não teres tempo para isso, porque uma morte repentina – hoje tão comum – pode te pegar em pecado mortal. E como te apresentarás deste modo diante de Deus! Este é o pecado contra o Espírito Santo: Duvidar da Misericórdia!
 
10. “São muitos os sofrimentos do ímpio...”. Quer dizer, o mau, o perverso, o pecador inconfesso e todos aqueles que vivem longe de Deus sempre estarão em estado de sofrimento e angústia interior. Nenhum pecador tem Paz! Isso é impossível porque você pode até manter uma aparente calma exterior, mas internamente jamais isso acontecerá. Poderá sim, o pecador SUFOCAR este sentimento de necessidade do perdão, mas isso implicará em distanciar-se cada vez mais de Deus, por livre e espontânea vontade e adquirir conscientemente a condenação eterna. Deus nos fez livres, até para rejeitá-Lo! Você quer tentar? Afaste-se do confessionário! Diga que vai se confessar só a Deus e não se arrependa! Aí o inferno o aguarda de braços abertos! Você quer isso?
 
11. “Ó justos, alegrai-vos e regozijai-vos no Senhor. Exultai todos vós, retos de coração”. Sim
, todos os retos de coração vivem exultantes de alegria. Porque se sentem no Senhor! Porque foram capazes de reconhecer a miséria infinita do seu nada, ante a imensidão eterna de um Deus misericórdia e perdão! Para quem pede perdão é óbvio.
 
     Vemos assim, num único Salmo, toda uma lição da eterna sabedoria. A felicidade do perdão! Na verdade, O PERDÃO É O PRINCÍPIO DA CURA, tanto do corpo, quanto da alma. Não há saúde física num corpo onde habita uma alma pecaminosa. Porque quanto mais pecado numa alma, menos a presença benéfica de Deus. Não há saúde onde habita o ódio! São inimigos irreconciliáveis. Porque não só devemos considerar a necessidade do perdão em relação a Deus, como também e primeiro em relação aos meus irmãos. Pois Jesus diz: “Se tiveres uma oferenda para trazer ao altar, mas te lembrares que tens algo contra teu irmão, deixa tua oferenda e vai PRIMEIRO reconciliar-te com teu irmão, e só então comparece à Minha presença...”. Palavras muitas claras e inteligíveis, que só não cumpre quem não quer!
 
     Isso aliás nos leva a compreender a profunda diferença entre a busca voluntária e consciente do perdão de Deus e a dúvida quanto à divina misericórdia. No Sagrado Evangelho temos a passagem da negação de Pedro e da traição de Judas, onde isso fica muito claro: Pedro traiu ao Senhor por três vezes seguidas; Judas traiu, embora de uma forma mais profunda, apenas uma vez! Mas veja a diferença: Pedro “chorou amargamente” a sua falta, quer dizer, reconheceu-se pecador e suplicou do fundo da alma o perdão e naturalmente o obteve. Judas também sentiu profundamente a sua falta, mas ao invés de suplicar o perdão, preferiu “enforcar-se” para fugir da presença de Deus, por haver vendido o Sangue de um Justo. Pecou contra o Espírito Santo! Acaso você duvida que Judas tenha se perdido? Que esteja no inferno? 
 
    Quem, pois BUSCA o perdão, alcança a misericórdia; quem duvida ou se nega a buscar o perdão, obtém a condenação eterna. Justo prêmio para uma decisão correta. Justa pena, para uma decisão voluntária. Deus é sempre perfeito! Ele não julga nem condena a ninguém! Nós é que nos julgamos e nos condenamos, porque a perfeição divina é tal, que já temos gravada na alma esta perfeita noção do certo e do errado. Os que se mantêm ligados em Deus, percebem isso. Aos que fogem Dele, o diabo esconde esta noção. Assim, se nos achamos (e somos) indignos de estar na presença do Senhor, “Ele nos elevará”. Se ao contrário nos julgarmos dignos desta presença, ou dela fizermos pouco caso, então o Senhor se verá obrigado a pronunciar aquele tenebroso veredicto: “Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno”. Basta, pois, você achar que não tem pecados para cometer o primeiro e grave: O pecado do ORGULHO! Aliás, o Papa Pio XII dizia que este é justamente o maior pecado: achar que não se é pecador!
 
      AGORA O PECADO: Falamos até aqui, alguma coisa sobre a necessidade de confessar-nos. Falemos agora um pouco sobre o PECADO, como origem de todos os males e causa de todos os nossos sete mil anos de contínuos infortúnios. A explicação mais magistral sobre a essência do pecado, sua origem, as suas causas, os seus efeitos e as perdas e danos que ele nos acarreta, obtive lendo um pequeno livreto intitulado “Deus Pai Fala a Seus Filhos”, contendo as revelações do PAI ETERNO, feitas a Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, que viveu em 1370. Estas mensagens são tão claras que já no início o Pai pronuncia esta frase: “Colocarei em tua boca uma sabedoria a qual ninguém poderá resistir”.
      
       FALA O PAI ETERNO: O pecado fez germinar na humanidade espinhos e sofrimentos, tribulações numerosas e rebelião interior. Ao revoltar
-se contra Mim, o homem criava rebelião dentro de si. Em conseqüência da perda do estado de inocência, a carne se revoltou contra o espírito... Imediatamente brotou um rio tempestuoso, cujas ondas continuam a açoitar a humanidade. São as misérias e os males provenientes do próprio homem, do demônio e do mundo. Nele todos se afogavam; e ninguém mais, mesmo que vivesse santamente, atingia a vida eterna.

 
        Para remediar tantos males, construí uma Ponte sobre Meu Filho, que permitiu ao homem a travessia do rio sem afogar-se. A ponte se estende do céu até a terra... não há outro modo de chegar a té Mim. Cada pessoa é LIVRE... e durante a vida deve aqui purificar-se com contrição interior, desapegando-se da iniquidade e desejando a virtude... Acabado este tempo, nada poderá fazer, nem para o bem nem para o mal. A liberdade do homem é tão grande e de tal modo foi fortalecida pelo Precioso Sangue de Cristo, que demônio ou criatura alguma, pode obrigar alguém a cometer a menor culpa contra sua vontade. Acabou-se a escravidão; o homem ficou livre. Agora pode dominar a sensualidade e chegar à meta para a qual foi criado.
 
       O homem, criado à Minha imagem e semelhança, tinha o dever de dar-Me glória. Recusando-se a fazê-lo, glorificou-se a si mesmo, não aceitou a obediência por Mim imposta e tornou-se Meu inimigo. Então, com humilhação destruí a soberba. Humilhei-me em Cristo e assumi a vossa natureza, libertei-vos da escravidão do demônio e tornei-vos livres.
 
        Este texto deixa muito claro que:
1)      Somos completamente livres;
2)      Nenhuma tentação é mais forte que a nossa vontade;
3)      O sofrimento é culpa do pecado;
4)      Temos que adquirir aqui, em vida os méritos da salvação;
5)      A humildade destrói a soberba, eis que a confissão exige o humilde reconhecimento de nosso estado de falta, diante de Deus;
6) Temos em Cristo e somente Nele a força suficiente para vencer a sensualidade e o pecado. Quer dizer, jamais poderemos alegar, ignorância, fraqueza, falta de liberdade, ou qualquer outro motivo para pecar. Da mesma forma quanto à questão da confissão: só vai para o inferno, ou sofre as duras penas do purgatório quem quer! (Falaremos sobre purgatório e inferno num capítulo à parte)
 
     A GRAVIDADE: Uma das coisas que mais me perguntam, é como discernir se uma falta é leve ou grave. Ou seja, se um pecado é venial ou mortal. A resposta é simples, e se baseia em nosso livre arbítrio. Todos nascemos com o sentido de pecado em nossa alma. E todos nascemos livres para decidir sobre o destino que vamos dar à ela. Assim, uma falta é leve, quando cometida involuntariamente, isto é sem querer, que escapa sem nossa livre vontade, sendo apenas fraqueza de nossa parte. A falta é então grave, quando cometida por livre e espontânea vontade. Quando a pessoa age consciente de que está prejudicando a outrem, roubando, matando ou planejando um crime. Quando ela age com malícia, com o intuito deliberado, até planejado, de prejudicar alguém. Como nós todos temos dentro de nós este sentimento de gravidade, esta balança interior, é preciso estarmos atentos aos nossos atos, para evitar que o maligno a desequilibre, coloc’ando como que escamas em nossos olhos, escondendo à verdade e nos atrofiando.
 
    Uma prova claríssima deste atrofiamento da nossa balança interior, do discernimento interir que Deus nos deu, está na enormidade de pecados que tem sido postos em nossa coluna três: Isto não é mais pecado! E a justificativa é: Todos fazem a mesma coisa! Quer dizer, nós é que decidimos! Ora, a justiça de Deus jamais mudou! O que foi pecado ontem, o será daqui há milênios. São, pois, os homens quem mudam, de acordo com suas consciências amortecidas. De acordo com as suas conveniências e até convicçõ
es pessoais. Mas creiam, a maioria das pessoas que está caindo no purgatório hoje, tem seguramente na sua conta uma lista enorme de “isso não é mais pecado”.
 
    Ora, não é o fato de que “todo mundo faz”, que vai nos justificar diante de Deus. Não é porque eu resolvi achar que alguma coisa não é mais falta, que ela deixará de ser. A Justiça divina nunca mudou, nem mudará porque os homens assim o decidiram. Não é, por exemplo, por meu amigo deixar de ir à Missa aos Domingos, que me justifico não indo eu também. Não é pelo fato de os outros não pagarem corretamente o dízimo, que não preciso eu pagar também. Se existem os mandamentos, seja os da Lei divina, seja os da Igreja, é para serem cumpridos fielmente, sem qualquer apelação ou defesa!
 
    Deste modo, quem não vai à Missa aos Domingos, não paga o dízimo corretamente, não confessa pelo menos uma vez a cada ano, quem não comunga pela Páscoa conforme a nossa Igreja determina, está sim em estado de falta grave, e, portanto, não pode se aproximar da mesa Eucarística. E deve saber que se o fizer, estará cometendo pecado de Sacrilégio, um pecado cumulativo, que pode levar à morte eterna. Deve saber que, segundo São Cirilo, quem comunga sacrilegamente (em pecado mortal consciente), coloca o diabo no altar de sua alma e joga Jesus na lata de lixo de seu coração. Não esqueçamos jamais isso! Na eternidade pagaremos muito caro por estas faltas de amor e por estas desobediências todas.
 
     Enfim, muitas vezes no texto nos referimos à necessidade confissão a um padre, e lembramos que a confissão comunitária é inválida, fora das condições estabelecidas pela Igreja. Confissão comunitária é aquela em que as pessoas fazem um simples exame de consciência, e depois, sem terem que nomear seus pecados ao sacerdote, este absolve a todos coletivamente. Ora isso se tornou prática comum em alguns lugares, mesmo fora das condições estabelecidas pela Igreja. João Paulo II lembrou ainda recentemente que nenhum sacerdote tem direito de mudar estas regras, claramente definindo a necessidade de contar os pecados, sob pena de invalidez da confissão. O padre que age assim, sabendo do procedimento legal, acaba assumindo sobre si a culpa dos sacrilégios que as pessoas cometerão, por comungarem indignamente. Só em casos de calamidade pública ou iminência de acontecimentos graves, é que isso é permitida confissão comunitária.
 
       CARO LEITOR: Que cada um “examine-se ANTES”, como pede São Paulo, através de um profundo EXAME DE CONSCIÊNCIA e depois busque humilde e contritamente o CONFESSIONÁRIO, enquanto é tempo. Porque ninguém sabe o dia nem a hora. Devemos estar sempre preparados, sempre. Estejamos sempre com as lâmpadas acesas... e cheias de azeite! Não sejamos como as virgens imprudentes porque na hora da chegada do NOIVO é tarde para soluços! Não haverá desculpas e ninguém os quererá ouvir.
 
     Nossa Senhora tem pedido inclusive, em todos os locais de aparição no mundo inteiro, que as pessoas se confessem se possível pelo menos uma vez por mês. Porque os dias são maus! Porque Jesus disse: SIM, EU VENHO MUITO EM BREVE! (Ap 22,20) E como ELE vem em breve, é para nos JULGAR e Seu julgamento será Justo! NÃO DEIXE PARA AMANHÃ! Confesse-se hoje mesmo! Amanhã poderá ser tarde! Sua alma vale mais que o universo inteiro! Por quê perdê-la?
 
     RECADINHO: Aproveite agora para confessar, mesmo que custe achar um padre! Dia virá em que muitos padres não quererão mais saber disto. Este dia não está distante e você deve aproveitar é agora para se confessar, pois sempre achará bons sacerdotes. Deus sempre achará um meio de providenciar um padre a quem realmente deseja.
 
Aarão!
 
P.S. A CNBB acaba de emitir documento proibindo os abusos da confissão comunitária, que fez desaparecer em todo mundo a confissão sacramental. Só espero que esta medida seja implementada junto com um incentivo à confissão individual e que isso não leve
à confissão nenhuma. 
 



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