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06/06/2014
É muito triste


Cartas - É muito triste
6/6/2014 11:26:53

Cartas - É muito triste


 É TÃO TRISTE!

      É tão triste o espetáculo que dão as pessoas que frequentam as nossas igrejas! Eu não sei se todos os que lerem este texto já o presenciaram. Era muito bom que não!
      Entro na igreja alguns minutos antes da Missa… Parece uma sala de espetáculos. Não! Na realidade não é bem isso, porque numa sala de espetáculos, num teatro por exemplo, não costuma haver tanto barulho enquanto se espera que o espetáculo comece… porque os espetadores têm algum respeito pelos atores que estão por detrás do pano de cena. Por isso fala-se um pouco, mas sempre em voz baixa.
      Aqui, na igreja, parece mais uma praça pública, tal é o barulho que impede de rezar quem o quer fazer!
      Os cantores aproveitam para ensaiar e o barulho dos instrumentos é perturbador de qualquer oração, principalmente as violas, porque não é música, é só barulho de instrumentos. Não sei se os estão a afinar se o que é que fazem. De vez em quando alguns cantam. Penso que afinal, talvez eles não tivessem tido outra oportunidade para ensaiar devido ao seu trabalho… e procuro ter paciência.
      A igreja vai enchendo. Quem chega senta-se, simplesmente e retoma a conversa que já traz da rua. Não há genuflexões ao Santíssimo que está bem em frente.
      Chegam os ministros da Comunhão. Alguns deles também são catequistas. Igualmente se sentam sem genuflexão, nem qualquer oração que seja visível. Ficam na primeira fila. Como não chegam todos ao mesmo tempo, o que fazem primeiro é cumprimentarem-se uns aos outros, com abraços e beijinhos. Depois ficam a conversar e a rir, como se estivessem a contar anedotas.
      Mais gente vai chegando e seguem o exemplo dos ministros da Comunhão. Para o Santíssimo, ali bem perto, não há sequer um olhar!
      Só se ouve conversa! Atrás de mim duas senhoras conversam em voz alta e com tanta vontade como se o mundo fosse acabar e elas não tivessem tempo de contar tudo uma à outra. Virei-me por duas vezes, a dar a entender que incomodavam, mas não se importaram com isso.
      No meio de todo aquele barulho, eu olhava para o sacrário e o meu coração constrangia-se de dor ao ver que Jesus era ali completamente desconhecido, tão desconhecido como se tivesse sido levado para o meio de pagãos, que não soubessem o que era o sacrário ou a Eucaristia. Mas aqui é diferente. Aqui está no meio de filhos que O conhecem… mas O desprezam.
      E eu, no meio de toda aquela gente, ainda conseguia rezar, sentindo a tristeza de ver aquele sacrário ali abandonado, aquele sacrário a que não parecia haver quem desse atenção. Não sei quanto atos de reparação fiz, enquanto pensava se ali haveria alguém que tivesse algum conhecimento de que Jesus estava ali a olhar para todos nós, à espera de um sinal da amizade, de gratidão…ao menos alguma atitude de respeito.
      E pensava também no exemplo que aqueles ministros da comunhão e catequistas estavam a dar, logo ali na primeira fila a rir e a conversar, entrando uns após outros, sem um olhar para o sacrário, mas com muitos cumprimentos e beijos, para a direita e para a esquerda.
      Perguntava a mim mesma se eles sabiam Quem estava ali na sua frente… o que é que ensinavam às crianças na catequese… e como teriam coragem de ir daí a alguns minutos distribuir Aquele que agora desprezavam.
      O sacerdote estava atrasado, por isso este espetáculo doloroso demorou bastante mais do que é costume.
      Esforcei-me quanto pude para não julgar aquela gente pensando que não sabiam o que faziam. Mas vi bem que estava a tentar enganar-me a mim própria. Porque se outras pessoas não soubessem… podia ser, mas os ministros da Comunhão!... Não sabem o que fazem? Então porque é que vão distribuir a
Comunhão? Que é para estes ministros a Comunhão?
      A minha dor ao ver aquele espetáculo era cada vez mais profunda. Quanto mais desculpas tentava arranjar para eles e para elas, mais profunda dor se enraizava em mim.
      Mas eis que se abriu a porta da sacristia e entra um rapaz, dos que ajudam no altar e que têm diferentes nomes, segundo cada país (em Portugal são acólitos, no Brasil coroinhas e noutros lugares, simplesmente ajudantes de altar). Bem, este rapaz fez a única genuflexão que, do lugar onde eu estava, vi fazer, tirando as que a minha família e eu fizemos. Mas, noutros domingos, tenho visto muitos outros destes ajudantes passarem diante do Santíssimo e não a fazerem.
      A minha pergunta permanece: O que é que estas pessoas pensam? Principalmente o que é que pensam aqueles que prestam serviço tão perto do Altar e que deveriam dar bom exemplo? Não saberão o que fazem? Será que as pequenas partículas que daí a minutos vão distribuir para eles serão apenas “bolachinhas”? Faz-me tremer pensar uma coisa destas, porque se eles não as consideram assim, estão incorrendo em falta de respeito e em escândalo, porque aqueles que vêem e têm pouco conhecimento pensam que “agora é assim” e fazem o mesmo, sem pensar mais. Mas se pensam que ali não está mais que um pedacinho de pão, que serve para uma cerimónia mais ou menos devota e tradicional, então não têm fé e são apenas funcionários da igreja… Se não têm fé, se não acreditam, porque estão ali?
      É impossível entrar na alma de cada um, mas as manifestações externas revelam a maior falta de respeito por Aquele que é o Senhor do Céu e da Terra e de tudo o existe.
      Eu gostaria que este grito de alma corresse o mundo e entrasse pelos ouvidos de toda a gente, principalmente daqueles que mais de perto servem no apostolado: os ministros da Comunhão, os catequistas, os ajudantes de altar, os cantores e também os sacerdotes, para que eduquem esta gente e não conservem neste serviço gente sem fé nem respeito pelo Senhor que do Sacrário os olha com mágoa… mas que um dia os olhará muito sério e lhes perguntará a razão destas suas atitudes diante dEle no Sacrário.
      Que triste é este espetáculo! O Senhor do Céu e da Terra, ali tratado como nada!... Ali tratado com o maior desprezo, com irreverência, completamente ignorado…
      Não me admiraria se visse alguma água saindo da porta do sacrário, porque lá dentro, Jesus deve estar chorando de solidão e de desilusão, de amor traído, pelo desprezo que os seus filhos Lhe dão com a maneira como O tratam.
      Mas para nós, chorar é pouco. É preciso dar exemplo e procurar reparar por toda esta gente inconsciente do mal que faz a si própria.
      A ofensa e o desprezo que um filho dê a seu pai é mágoa sempre muito maior, do que quanto lhe possam fazer pessoas desconhecidas. Por isso, estas pessoas, que se situam perto, aquelas que se intitulam cristãs e católicas, principalmente as que estão mais perto do altar pelas funções que exercem, magoam muito mais Jesus com o seu desprezo e falta de fé, do que os ateus e todos os descrentes e pagãos. Porque estes são os filhos queridos, trazidos nos braços, cumulados de graças e a quem foi pedida alguma missão, como um pai pede ajuda a um filho... e em troca só encontra desprezo.
      Gostaria que este meu grito de dor encontrasse eco em muitos corações, que fosse transmitido a quantos servem perto do altar, para que cada um visse o que é que está fazendo, enquanto espera que a Missa comece, para que estas atitudes não se repetissem. Não o peço por mim, pela minha tranquilidade, para poder rezar melhor em ambiente recolhido, porque neste ambiente rezei mais que em qualquer outro, por causa da dor que me confrangia. Peço que estas atitudes não se repitam, pelo respeito que todos devemos a Jesus Sacra
mentado, nosso Rei, que um dia nos há-de julgar e perguntar a cada um de nós que foi que fizemos com as minas das graças que nos concedeu. Perguntar-nos-á o que fizemos com a graça insigne da Eucaristia, como a aproveitámos. Perguntar-nos-á como O respeitámos… perguntar-nos-á muitas outras coisas que nós fazemos e muitas que omitimos.
      Não omitamos o respeito devido à Santíssima Eucaristia, por amor de Deus e por amor das nossas pobres almas ou um dia nos arrependeremos amargamente e Deus queira que não seja tarde demais.
      É por isso que a reparação é tão importante para todos nós, não só nas grandes profanações, mas também nestas profanações diárias nas nossas igrejas, profanações essas, a que ligamos tão pouca importância, porque já estamos acostumados a elas… a essas conversas, risinhos e outras faltas de respeito ao Senhor que dentro de minutos vamos receber nas nossas almas enxovalhadas com esses despropósitos e desrespeitos.
      Reparemos estas faltas de respeito e também por algumas que nós próprios alguma vez tenhamos feito. Nunca é demais o que se faz por amor dAquele que por amor de nós morreu.
      +++++++++
      OBS> Lá e cá, a mesma coisa há! Não adianta pedir, não adianta reclamar com o sacerdote, chego a pensar que as bestas obedecem mais. E pelo menos, se advertidas, não xingam. Não adianta pedir para as Ministras extraprdiárias da comunhão vierem vestidas de mulher e não de homem, porque elas querem vir de bermudas, mesmo que com isso esbofeteiem a face de Jesus. Não adianta pedir às mulheres que venham com roupa decente, como nos pede São Paulo, porque elas querem vir de seio de fora, calças colantes, decotes que exibem tatuagens e cabelos tão curtos que já quase parecem raspados.
      Mas para desgraça da Igreja, pelo menos nos últimos 50 anos, em milhares de Missas que eu já participei, nunca mais eu vi um sacerdote, do alto de sua autoridade, combater as modas indecentes. Então, se eles se calam, é sinal de que consentem. Mas eu não quero receber de Jesus as mesmas chicotadas que ambos receberão, eles e elas.
      ... E assim, estamos cada vez em menor número a combater estes desvios, e cada vez mais os católicos mal catequizados debandam para o lado de lá, o lado da falsa igreja, do deus só misericórdia, do deus igual em todas as religiões, do deus protestante da falsa missa ceia, do falso deus da mil ambiguidades que partem do Vaticano...
      Mas afinal, sabíamos desde sempre que restariam poucos fiéis, não é mesmo? Mas somente estes vencerão!
 

 

 

 




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