A Campanha da Fraternidade de 2017 abordou mais uma vez a questão ambiental, como já fez em edições anteriores. O tema foi “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”.
Quando falei isto a meus amigos, aliás muito enfronhados na problemática ambientalista brasileira, iniciou-se uma conversa amável que degenerou na máxima confusão.
Afinal de contas o que e que é a CNBB entende como bioma e o que tem a ver essa campanha com a religião católica, perguntavam todos.
Por isso quando vi o artigo “Biomas brasileiros — cultivar e cuidar” do Emmo. Cardeal arcebispo de São Paulo D. Odílio Scherer, achei que iria a ouvir algo bem definido e esclarecedor.
E acabei estarrecido pela radicalidade dos propósitos expostos com dulçurosa redação.
A escolha do tema foi influenciada, escreveu o prelado, pela encíclica ‘Laudato si’, do papa Francisco (2015).
Voltou-me à mente a euforia das esquerdas latino-americanas mais extremadas com dita exortação.
Mas, o alto eclesiástico, explicou que a CNBB com essa campanha na Quaresma visou convidar os cristãos a refletirem sobre as implicações da sua fé em Deus.
Ele reconhece que o tema soa abstrato e distante da religião, objeto de ocupação apenas para especialistas e ambientalistas de carteirinha.
Leia-se MST, CIMI, ONGs nacionais e internacionais, Funai e outros tentáculos mais ou menos combinados com a CNBB para fazer a revolução no Brasil.
O arcebispo paulista também reconhece que “para a maioria das pessoas, talvez o conceito ‘bioma’ seja até desconhecido”.
E explica que “trata-se de um ambiente da natureza que tem um conjunto de características próprias e hospeda diversas espécies vivas bem harmonizadas com esse ambiente”.
Como é que as invasões das fazendas por indígenas atiçados pelo CIMI e denunciad
Quanto mais lia, menos entendia… É um modo de dizer, acho que entendia cada vez mais.
Prosseguindo me deparei com que “todos os biomas brasileiros estão ameaçados e a principal ameaça é representada pela interferência indevida do homem neles. (…)
“certas formas de manejo florestal, agricultura ou criação de gado, e mesmo de urbanização, podem produzir profundas alterações no delicado equilíbrio dos biomas.
“Por motivos econômicos, a natureza acaba sendo vista como fonte de recursos disponíveis, sobre os quais o homem avança com a vontade de se apropriar, sem considerar as consequências presentes e futuras de sua intervenção no ambiente da vida.
“A natureza ferida e desrespeitada pode voltar-se contra o próprio homem, que se torna a sua vítima”.
Simples: a gloriosa sucessão de gerações de produtores agropecuários que regaram o solo brasileiro com seu sangue, com seu suor e suas lágrimas para tirar o Brasil da incultura e da barbárie são os maiores inimigos do País (ou de seus biomas)!
E Deus que mandou os homens ocuparem a Terra toda, será por caso inimigo dos biomas?
Então a Campanha da Fraternidade 2017 visa conscientizar os cristãos dessa realidade execrada pela CNBB após piruetas verbais bem do gosto dos “verdes” e das esquerdas subversivas.
Dita conscientização, acrescenta o artigo comentado, não fica no campo. Deve ir por cima das cidades e de seus habitantes que constituem a larga maioria da população nacional.
E como na cidade não existe o famoso “bioma” na acepção adotada pela CNBB, o artigo excogita a existência de um “bioma urbano” . Nele ‘o ser humano é seu principal agente ativo e passivo’.
Por que não mencionar também os passarinhos, animais de afeição, e em ultima análise, insetos, baratas e ratos que pululam desagradavelmente nas cidades, se a acepção adotada é para ser levada a sério?
O Exmo. arcebispo reconhece por fim que haverá “quem pergunte: por que motivo a Igreja Católica se preocupa com uma questão que não é propriamente religiosa? E por que promove essa reflexão justamente no tempo da Quaresma, marcadamente religioso e cristão?”
É a pergunta de todo mundo que tem um resto de fé e de lógica.
E responde que “a atitude religiosa decorrente da fé cristã não se expressa apenas em cultos, ritos, preces e exercícios propriamente espirituais. A fé cristã integra todas as dimensões da vida e da ação humana e as realidades do mundo”.
Mas é essa fé católica que está sendo abandonada no Brasil, não só na prática nas igrejas mas em “todas as dimensões da vida e da ação humana e as realidades do mundo”!
A grei confiada à CNBB está se dispersando a ponto de ficar reduzida a um mero 50% – segundo dados do IBGE e da Datafolha – quando em 1940 os católicos eram 95% segundo o mesmo IBGE?
Essa perda massiva da fé católica não pede uma retomada fervorosa da pregação que inspirou o nascimento do Brasil e seu desenvolvimento através dos séculos de sua história?
A CNBB não responde ao clamor dessas dezenas de milhões de almas que se perdem no materialismo ambiente e prefere ficar na encíclica ‘Laudato si’ levada como bandeira pelo bolivarianismo e populismo subversivo latino-americano!
E nos quase divinizados biomas…. que são explorados como ‘slogans’ do ambientalismo radical!