recadosdoaarao



Diversos
Voltar




16/12/2020
Antífonas do Advento
Para quem puder fazer, são maravilhosas


As Antífonas Maiores – Folha Dominical 354 – 13 a 20 de dezembro de 2020 dez 14, 2020 XVII DE DEZEMBRO.

COMEÇO DAS ANTÍFONAS MAIORES A Igreja abre hoje [i.e. em 17 de dezembro] a série dos sete dias que precedem a Vigília de Natal, e que são célebres na Liturgia sob o nome de Férias maiores. O Ofício ordinário do Advento ganha mais solenidade; as Antífonas dos Salmos, nas Laudes e nas Horas do dia, são próprias do tempo e têm uma relação direta com o grande Acontecimento. Todos os dias, nas Vésperas, canta-se uma Antífona solene que é um apelo ao Messias, e na qual dá-se-Lhe a cada dia algum dos títulos que Lhe são atribuídos nas Escrituras. O número dessas Antífonas, que são chamadas comumente os Ó do Advento, porque começam todas com essa exclamação, é de sete na Igreja romana, uma para cada das sete Férias maiores, e elas dirigem-se todas a Jesus Cristo. Outras Igrejas, na Idade Média, acrescentaram- lhes duas outras: Uma à Santa Virgem, O Virgo Virginum!, e outra ao Anjo Gabriel, O Gabriel!, ou ainda a São Tomé, cuja festa cai durante as Férias maiores. Esta última começa assim: O Thomas Dydime1! Houve mesmo Igrejas que levaram até doze o número das Antífonas maiores, acrescentando às nove já mencionadas três outras, a saber: uma a Cristo, O Rex pacifice!, uma segunda à Santa Virgem, O mundi Domina!, e enfim uma última em forma de apóstrofe a Jerusalém, O Hierusalem! O momento escolhido para fazer com que a caridade do Filho de Deus escute esse chamado sublime é a hora das Vésperas, porque é na Noite do mundo, vergente mundi vespere, que o Messias veio. Elas são cantadas ao Magnificat para marcar que o Salvador que esperamos nos chegará por Maria. São cantadas duas vezes, antes e depois do Cântico, como nas festas Duplas, em sinal de maior solenidade; o uso antigo de algumas Igrejas era de cantá-las mesmo três vezes, a saber: antes do Cântico em si, antes do Gloria Patri e depois do Sicut erat. Enfim, essas admiráveis Antífonas, que contêm toda a medula La Liturgia do Advento, são ornadas por um canto cheio de gravidade e melodia. E as diversas Igrejas mantiveram o costume de acompanhá-las de uma pompa toda particular, sujas demonstrações sempre expressivas variam conforme os lugares. Entremos no espírito da Igreja e recolhamo-nos, a fim de unirmo-nos, em toda a plenitude de nosso coração, à Santa Igreja, enquanto ela faz ouvir a seu Esposo esses últimos e ternos convites, aos quais Ele enfim se entrega.

PRIMEIRA ANTÍFONA O Sapientia, quae ex ore Altissimi prodiisti, attingens a fine usque ad finem fortiter, suaviterque disponens omnia: veni ad docendum nos viam prudentiae. Ó Sabedoria, que da boca do Altíssimo saístes, atingindo de uma extremidade a outra e dispondo de tudo com força e suavidade: vinde ensinar-nos o caminho da prudência. Ó Sabedoria incriada que logo Vos fareis visível ao mundo, como parece bem nesse momento que disponhais de todas as coisas! Eis que, por Vossa divina permissão, acaba de ser emanado um Édito do imperador Augusto para proceder à contagem do universo. Cada um dos cidadãos do Império deve fazer-se registrar em sua cidade de origem, O príncipe crê, em seu orgulho, ter abalado em seu favor a totalidade da espécie humana. Os homens se agitam aos milhões sobre o globo e atravessam em todos os sentidos o imenso mundo romano.; eles crêem obedecer a um homem, e é a Deus que obedecem. Toda essa grande agitação não tem senão uma meta: levar a Belém um homem e uma mulher que têm sua humilde habitação em Nazaré da Galileia; a fim de que essa mulher desconhecida pelos homens e amada pelo Céu, tendo chegado ao fim do nono mês desde a concepção de seu filho, dê à luz em Belém esse filho de quem o Profeta disse “Sua vinda é desde os dias da eternidade; Ó Belém! tu não és a menor entre mil cidades de Jacó; porque Ele virá também de ti.” Ó Sabedoria divina! Como sois forte, para assim chegar a Vossos fins de uma maneira invencível, ainda que escondida dos homens! Como sois suave, por não cometer nem sequer a menor violência contra sua liberdade! Mas também, como sois paternal em Vossa previdência em relação a nossas necessidades! Escolheis Belém para nascer lá, porque Belém significa “a Casa do Pão”. Mostrai-nos assim que quereis ser nosso Pão, nosso sustento, nosso alimento da vida. Alimentando-nos de um Deus, não morreremos mais. Ó Sabedoria do Pai, Pão vivo descido do Céu, vinde logo a nós, a fim de que nos aproximemos de Vós, e que sejamos iluminados por Vosso brilho; e dai-nos essa prudência que conduz à salvação.

ORAÇÃO PARA O TEMPO DO ADVENTO. (Breviário moçárabe, quarto Domingo do Advento, Oração.) Ó Cristo, Filho de Deus, nascido neste mundo de uma Virgem, Vós que abalai os reinos pelo terror de Vossa Natividade, e obrigai os reis à admiração: daí-nos temor a Vós, que é o começo da sabedoria; a fim de que possamos frutificar nela e apresentar-Vos em homenagem um fruto de paz. Vós que, para chamar as nações, chegastes com a rapidez de um rio, vindo nascer sobre a terra para a conversão dos pecadores, mostrai-nos o dom de Vossa graça, a fim de que, sendo banido todo terror, sigamo-Vos sempre no casto amor de uma íntima caridade. Amém.

XVIII DE DEZEMBRO. SEGUNDA ANTÍFONA. O Adonai, et dux domus Israël, qui Moysi in igne flammae rubi apparuisti, et ei in Sina legem dedisti: veni ad redimendum nos in brachio extento. Ó Adonai, condutor da casa de Israel, que a Moisés na fogo da sarça em chamas aparecestes e no Sinai destes-lhe a lei: vinde redimir- nos com Vosso braço potente. Ó Senhor supremo! Adonai! Vinde resgatar-nos, não mais em Vosso poder, mas em Vossa humildade. Antigamente Vós Vos manifestastes a Moisés, Vosso servidor, no meio de uma chama divina; Vós destes a Lei a Vosso povo do meio dos raios e dos relâmpagos: agora, não se trata mais de aterrorizar, mas de salvar. É por isso que Vossa puríssima Mãe Maria, tendo sabido, como seu Esposo José, do Édito do Imperador que vai obrigá-los a empreender a viagem a Belém, ocupa-se dos preparativos de Vosso feliz nascimento. Ela apronta para Vós, divino Sol, os panos que cobrirão Vossa nudez, e proteger-Vos-ão da friagem neste mundo que fizestes, na hora em que aparecereis, no seio da noite e do silêncio. É assim que nos libertareis da servidão de nosso orgulho, e que Vosso braço far-se-á sentir mais poderoso, quando parecerá mais frágil e mais imóvel aos olhos dos homens. Tudo está pronto, ó Jesus! Vossos panos Vos esperam: parti logo, portanto, e vinde a Belém, resgatar-nos das mãos de nosso inimigo.

XVIII DE DEZEMBRO. A ESPERA DO PARTO DA SANTA VIRGEM Essa Festa, que se celebra hoje, não somente em toda a Espanha, mas em quase todas as Igrejas do mundo católico, deve sua origem aos Bispos do décimo Concílio de Toledo, em 656. Esses prelados, tendo encontrado algum inconveniente no antigo costume de celebrar a festa da Anunciação da Santa Virgem em 25 de março, dado que essa solenidade feliz encontra-se bastante seguidamente no tempo em que a Igreja está preocupada com as dores da Paixão, e que é até necessário às vezes transferi-la para o Tempo Pascal, quando ela parece representar uma contradição de outro gênero, eles decretaram que, desde então, celebrar-se-ia, na Igreja da Espanha, oito dias antes do Natal, uma festa solene com Oitava, em memória da Anunciação, e para servir de preparação à grande solenidade da Natividade. Mais tarde, a Igreja da Espanha sentiu necessidade de voltar à prática da Igreja romana, e de todas as do mundo inteiro, que dão solenidade ao dia 25 de março como o dia perpetuamente sagrado da Anunciação da Santa Virgem e da Encarnação do Filho de Deus; mas tal havia sido durante vários séculos a devoção dos povos pela Festa de 18 de dezembro que se julgou necessário conservar um vestígio dela. Cessou-se, então, de celebrar nesse dia a Anunciação de Maria; mas aplicou-se a piedade dos fiéis a considerar essa divina Mãe nos dias que precedem imediatamente seu maravilhoso parto. Uma nova Festa foi criada, então, sob o título de Espera do Parto da Santa Virgem. Essa festa, chamada de Nossa Senhora do Ó, ou Festa do Ó, por causa das antífonas maiores que se cantam nesses dias, e sobretudo daquela que começa por Ó Virgem das Virgens! (que se reteve nas Vésperas, no Ofício da Espera, sem, contudo, omitir a antífona do dia, O Adonai!) continua sendo celebrada na Espanha com grande devoção. Nos oito dias que ela dura, celebra-se uma Missa solene de manhã cedo, à qual todas as mulheres grávidas, de qualquer classe que sejam, sentem-se no dever de assistir, a fim de honrar Maria em sua divina gravidez, e de solicitar para elas mesmas seu socorro. Não e de admirar que uma devoção tão tocante tenha-se espalhado, com a aprovação da Sé Apostólica, pela maior parte das outras Províncias do mundo católico. Mas, anteriormente às concessões que se fizeram sobre essa matéria, a Igreja de Milão já celebrava, no sexto e último Domingo do Advento, o Ofício da Anunciação da Santa Virgem e dava à última Semana desse tempo o nome de Hebdomada de Exceptato, por corrupção de Expectato. Mas esses detalhes pertencem à arqueologia litúrgica propriamente dita, e escapariam ao gênero desta obra; voltamos, então, à festa da Espera da Santa Virgem, que a Igreja estabeleceu e sancionou, como mais um meio de reavivar a atenção dos fiéis nesses últimos dias do Advento. É bastante justo, na verdade, ó Virgem Mãe, que nos unamos ao ardente desejo que tendes de ver com vossos olhos Aquele que vosso casto ventre contém há quase nove meses, de conhecer os traços do Filho de Pai celeste, que também é vosso, de ver, finalmente, operar- se o feliz Nascimento que vai dar Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra Paz aos homens de boa vontade. Ó Maria! as horas estão contadas e escorrem rapidamente, mas ainda lentamente demais para os vossos desejos e os nossos. Tornai nossos corações mais atentos; completai sua purificação por vossos maternais sufrágios, a fim de que, se nada pode parar, no momento solene, o curso da saída do Emmanuel de vosso seio virginal, também nada atrase Sua entrada em nossos corações, preparados por uma fiel espera.

GRANDE ANTÍFONA À SANTA VIRGEM. O Virgo virginum, quomodo fiet istud? Ó Virgem das virgens, como se fará isso? Quia nec primam similem visa es nec habere sequentem. Já que não houve antes alguém semelhante a vós, nem haverá depois. Filiae Jerusalem, quid me admiramini? Filhas de Jerusalém, por que vos maravilhais de mim? Divinum est mysterium hoc quod cernitis. É um divino mistério isso que discernis.

XIX DE DEZEMBRO. TERCEIRA ANTÍFONA. O Radix Jesse, qui stas in signum populorum, super quem continebunt reges os suum, quem gentes deprecabuntur: veni ad liberandum nos, jam noli tardare. Ó Raiz de Jessé, que sois como sinal para os povos, diante de quem contêm os reis sua boca, a quem as nações invocarão: vinde libertar-nos, não tardeis. Eis-Vos, então, a caminho, ó Filho de Jessé, em direção à cidade de Vossos antepassados. A Arca do Senhor levantou-se e avança, com o Senhor está nela, para o seu lugar de seu descanso. “Como são graciosos vossos passos, ó filha do Rei, em vossas sandálias” (Cant. VII, 1), quando vindes trazer Sua salvação às cidades de Judá! Os anjos escoltar-vos-ão, vosso fiel Esposo envolve-vos com toda sua ternura, o céu compraz-se em vós e a terra treme sob o feliz peso de seu Criador feliz e sua augusta Rainha. Avançai, ó Mãe de Deus e dos homens, Propiciatório onipotente, onde está contido o Maná divino que poupa o homem da morte! Nossos corações seguem-vos, acompanham-vos e, como vosso Real antepassado, nós juramos “jamais entrar em nossa casa, jamais subir em nosso leito, jamais fechar nossas pálpebras, jamais dar descanso a nossas têmporas até que tenhamos encontrado em nossos corações uma casa para o Senhor que portais, uma tenda para o Deus de Jacó.” Vinde, então, assim velado sob os flancos puríssimos da Arca sagrada, ó raiz de Jessé, até que saiais para brilhar aos olhos dos povos, como um sinal de vitória. Então os reis vencidos calar-se-ão diante de Vós, e as nações dirigir-Vos-ão suas súplicas. Apressai-Vos, ó Messias! Vinde vencer todos nossos inimigos e libertai-nos.

RESPONSO DO ADVENTO. (Breviário Ambrosiano, sexto Domingo do Advento) ℟ Bem-aventurado o ventre da Virgem Maria, carregou o Deus invisível! Aquele que os sete tronos não podem conter dignou-Se a habitar nela; * E ela levou-o como leve fardo em seu ventre. ℣ O Senhor deu-Lhe o trono de Davi, Seu pai; Ele reinará na casa de Jacó para sempre, seu reino não terá fim. * E Maria levou-o como leve fardo em seu ventre.

XX DE DEZEMBRO. QUARTA ANTÍFONA. O Clavis David et sceptrum domus Israël, qui aperis, et nemo claudit; claudis, et nemo aperit: veni, et educ vinctum de domo carceris, sedentem in tenebris, et umbra mortis. Ó Chave de Davi e cetro da casa de Israel, que abris e ninguém fecha, fechais, e ninguém abre: vinde e libertai o cativo da prisão, assentado nas trevas e à sombra da morte. Ó Filho de Davi, herdeiro de seu trono e de seu poder, Vós percorreis, em Vossa marcha triunfal, uma terra outrora submetida a Vosso antepassado, agora avassalada pelos gentios. Reconheceis, por toda parte, na estrada, tantas tantos lugares que testemunharam as maravilhas da justiça e da misericórdia Javé Vosso Pai para com seu povo no tempo dessa antiga Aliança que chega a seu fim. Logo, a nuvem virginal que Vos cobre sendo tendo sido removida, empreendereis novas viagens dobre essa mesma terra; passareis lá fazendo o bem e curando toda fraqueza e enfermidade e, contudo, não tendo onde reclinar a cabeça. Pelo menos, hoje o útero materno ainda Vos oferece um refúgio suave e tranquilo, onde não recebeis senão os testemunhos do amor mais terno e respeitoso. Mas, ó Senhor!, é preciso que deixeis esse retiro feliz; precisais, Luz eterna, luzir em meio às trevas; porque o cativo que vindes libertar definha na prisão. Ele sentou-se na sombra da morte e lá perecerá, se não vierdes prontamente abrir suas portas com Vossa Chave todo-poderosa! Esse cativo, ó Jesus, é o gênero humano, escravo de seus erros e de seus vícios: vinde quebrar o jugo que o oprime e o degrada apenas quebrar o jugo que oprime e degrada; esse cativo é nosso coração muito seguidamente avassalado por pendores ele renega: vinde, ó divino Libertador, alforriar tudo o que Vos dignastes a fazer livre por Vossa graça e restaurar em nós a dignidade de Vossos irmãos.

ANTÍFONA AO ANJO GABRIEL. O Gabriel, nuntius caelorum qui ianuis clausis ad me intrasti et Verbum nuntiasti, concipies et paries, Emmanuel vocabitur. Ó Gabriel, núncio dos Céus, que com as portas fechadas entrastes e anunciastes o Verbo: concebereis e dareis à luz um filho; e ele será chamado Emanuel! XXI DE DEZEMBRO. No Ofício das Laudes, a voz da Igreja faz ressoar este aviso solene: Nolite timere: quinta enim die veniet ad vos Dominus noster. Nada temais, em cinco dias virá a vós o Senhor Nosso.

SÃO TOMÉ, APÓSTOLO Eis a última festa que a Igreja vai celebrar antes da Natividade de seu Senhor e Esposo. Ele interrompe as Férias maiores para homenagear Tomé, Apóstolo do Cristo, cujo glorioso martírio, que consagrou este dia para sempre, adquiriu para o povo cristão um poderoso interlocutor junto ao divino Messias. Coube a esse grande Apóstolo aparecer no Ciclo nos dias em que estamos, a fim de que a sua proteção ajudasse os fiéis a crer e a esperar nesse Deus que não veem ainda, e que vem a eles sem ruído e sem pompa, para que exerçam sua fé. São Tomé duvidou um dia e só compreendeu a necessidade da Fé depois de ter passado pelas sombras da incredulidade: é justo que venha agora em auxílio aos filhos da Igreja e que os fortaleça contra as tentações que lhes poderiam vir de uma razão orgulhosa. Dirijamo-nos, portanto, a ele com confiança; e do seio da luz onde seu arrependimento e seu amor o colocaram, ele pedirá para nós a docilidade de espírito e de coração que nos é necessária para ver e para reconhecer Aquele que é a expectativa das nações, e que, destinado a reinar sobre elas, não anunciará sua chegada senão pelo fraco choro de uma criança, e não pela voz trovejante de um mestre. Mas leiamos antes a história dos Atos de nosso santo apóstolo. A Igreja houve por bem apresentá-la a nós sob a forma mais abreviada, com medo de misturar alguns detalhes fabulosos aos fatos incontestáveis que as fontes autênticas fornecem-nos. São Tomé Apóstolo, também chamado Dídimo, era da Galileia. Depois de ter recebido o Espírito Santo, ele pregou o Evangelho em muitas províncias. Ele ensinou os preceitos da fé e da vida cristã para os partos, medos, persas, hircanianos e báctrios. Ele dirigiu-se, por último, à Índia, onde instruiu os povos na religião cristã. Nesse país, foi admirado por todos pela santidade de sua vida e de sua doutrina e pelo esplendor dos seus milagres e ele acendeu grandemente o amor de Jesus Cristo nos corações. O rei do país se inflamou-se de cólera, porque era zeloso para com a idolatria; e o santo apóstolo tendo sido condenado à morte por suas ordens, foi perfurado por dardos em Calamina, e elevou a honra de seu apostolado pela coroa do martírio.

ANTÍFONA MAIOR DE SÃO TOMÉ. O Thomas Didyme, qui Christum meruisti Ó Tomé Dídimo, que Cristo merecestes cernere, te precibus rogamus altisonis, ver, a vós preces dirigimos em alta voz,succurre nobis miseris, ne damnemur cum socorrei a nós miseráveis, para que não nos condenemos com impiis in adventu iudicis. os ímpios quando vier o Juiz. OREMOS. Permiti, Senhor, suplicamo-Vos, que celebremos com alegria a solenidade de Vosso Bem-aventurado Apóstolo Tomé, a fim de que sejamos sempre assistidos por sua proteção e que sigamos com zelo adequado a Fé que professava. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém. A Oração seguinte foi tirada do Breviário gótico ou moçárabe, do Ofício das Matinas. Senhor Jesus Cristo, que colocaste sobre a cabeça de Vosso mártir Tomé Apóstolo uma coroa formada por essa pedra preciosa que é um fundamento sólido, a fim de que, tendo crido em Vós, não fosse condenado, e que, tendo dado por nós sua vida, fosse honrado pelo diadema: estabelecei, por sua intercessão, em nós, Vossos servos, uma Fé verdadeira pela qual creiamos em Vós, uma confissão cheia de zelo, pela qual demo-Vos testemunho, com um devotamento diligente, diante dos perseguidores, a fim de que, pelo socorro de tão grande Mártir, não sejamos confundidos diante de Vós e de Vossos Anjos. Amém. A Igreja grega trata com sua ordinária solenidade a festa de São Tomé, mas celebra-a em seis de outubro. Extrairemos algumas estrofes dos cantos que lhe consagrou ela.

HINO DE SÃO TOMÉ. (Tirado das “Condutas dos Gregos”) Quando tua mão tocou o lado do Senhor, encontraste o maior de todos os bens, porque, como uma esponja mística, absorveste de lá celestes licores, colheste a vida eterna, banindo qualquer ignorância nas almas e fazendo brotar como de uma fonte os dogmas divinos do conhecimento de Deus. Por tua incredulidade e por tua fé, tornaste estáveis aqueles que estavam na tentação, proclamando o Deus e Senhor de toda criatura, encarnado por nós sobre esta terra, crucificado, sujeito à morte, perfurado com pregos e cujo lado foi aberto por uma lança, a fim de que nós colhêssemos lá a vida. Fizeste resplandecer a terra dos indianos com um vivo brilho, ó mui santo Apóstolo, contemplador da divindade! Depois de ter iluminado esses povos e feito deles filhos da luz e do dia, derrubaste os templos de seus ídolos pela virtude do Espírito Santo e fizeste-os subir, ó mui prudente, até a caridade de Deus, para o louvor e a glória da Igreja, ó bem-aventurado intercessor de nossas almas! Ó contemplador das coisas divinas, foste o cálice místico da sabedoria de Cristo! Ó Tomé Apóstolo, em quem se regozijam as almas dos fiéis! Retiraste os povos do abismo da ignorância com os fios do divino Espírito Santo: por isso correste, semelhante a um rio de caridade, derramando sobre toda criatura como uma fonte de água viva os ensinamentos divinos. Também perfurado pela lança em teu próprio lado, imitaste a Paixão de Cristo e revestistes-te da imortalidade: suplica-Lhe que tenha piedade de nossas almas. Glorioso Apóstolo Tomé, vós que levastes ao Cristo um tão grande número de nações infiéis, é a vós agora que se dirigem as almas fiéis, para que as introduzais junto a esse mesmo Cristo, que, em cinco dias, ter-Se-á já manifestado a Sua Igreja. Para merecer aparecer em Sua divina presença, precisamos, antes de tudo, de uma luz que nos conduza até ele. Essa luz é a Fé: pedi para nós a Fé. Um dia, o Senhor dignou-Se a condescender com vossa fraqueza e reassegurar-vos diante da dúvida que experimentastes sobre a verdade da Sua Ressurreição; rogai a fim de que Se digne também a sustentar nossa fraqueza e a fazer-Se sentir em nosso coração. No entanto, ó Santo Apóstolo, não é uma clara visão que pedimos, mas a Fé simples e dócil; porque Aquele que vem também para nós disse-vos ao mostrar-Se a vós: Felizes aqueles que não viram e que, mesmo assim, creram! Nós queremos pertencer ao número destes. Obtende para nós, portanto, essa Fé que é do coração e da vontade, a fim de que, em a presença do divino Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura, possamos exclamar também: Meu Senhor e meu Deus! Rogai, ó Santo Apóstolo, por essas nações que evangelizastes e que recaíram nas sombras da morte. Que logo venha o dia em que o Sol da justiça brilhe uma segunda vez para elas. Abençoai os esforços dos apóstolos que dedicam seus suores e seu sangue para a obra das Missões, obtende que os dias de trevas sejam abreviados e que as regiões regadas por vosso sangue vejam enfim começar o reinado do Deus que lhes anunciastes e que esperamos.

XXI DE DEZEMBRO. QUINTA ANTÍFONA. O Oriens, splendor lucis aeternae, et Sol justitiae: veni, et illumina sedentes in tenebris et umbra mortis. Ó Oriente, esplendor da luz eterna e Sol de justiça vinde e iluminai os que se sentam nas trevas e à sombra da morte. Divino Sol, ó Jesus!, vindes tirar-nos da noite eterna: sede sempre bendito! Mas como exigis de nossa fé, antes de luzir diante de nossos olhos em todo Vosso esplendor! Como gostais de esconder Vossos raios, até o instante marcado por Vosso Pai celeste, quando fareis florescerem todas Vossas luzes! Eis que atravessais a Judeia; aproximai-Vos de Jerusalém; a viagem de Maria e de José chega a seu termo. Ao longo do caminho, encontrais uma multidão de homens que andam em todas as direções e que vão cada um a sua cidade de origem, para cumprir o Édito do censo. De todos esses homens, nenhum Vos suspeitou tão perto dele, ó divino Oriente! Maria, Vossa Mãe, é vista por eles como uma mulher normal; no máximo, se percebem a majestade e a incomparável modéstia dessa augusta Rainha, sentem vagamente o contraste marcante entre uma tão soberana dignidade e uma condição tão humilde; ainda que logo esqueçam esse feliz encontro. Se veem com tanta indiferença a mãe, com o filho ainda não trazido à luz visível, pensarão um pouco sequer nela? E, contudo, esse filho sois Vos mesmo, ó Sol de justiça! Aumentai em nós a Fé, mas acrescentai também o amor. Se esses homens amassem-Vos, ó libertador do gênero humano, Vós faríeis com que Vos sentissem; seus olhos não Vos veriam ainda, mas ao menos seu coração ficaria ardente em seu peito, desejar-Vos-iam e apressariam Vossa chegada por seus votos e seus suspiros. Ó Jesus, que atravessais assim esse mundo que Vós criastes e que de modo algum forçais a homenagem de Vossas criaturas, queremos acompanhar-Vos no resto de Vossa viagem; beijamos na terra os rastros benditos dos passos daquela que Vos leva em seu ventre; não queremos em absoluto abandonar-Vos até que cheguemos conVosco à feliz Belém, a essa Casa do Pão, onde finalmente nossos olhos Vos verão, ó esplendor eterno, nosso Senhor e nosso Deus!

ORAÇÃO PARA O TEMPO DO ADVENTO. (Breviário moçárabe, na segunda-feira da quinta semana do Advento, Oração.) Ó Deus, nosso Pai! Que enorme crime vejo cometerem sob os Vossos olhos os Judeus réprobos! desprezam Vosso Filho anunciado na Lei e permanecem no abismo de sua incredulidade; enquanto que aqueles a quem Ele não havia sido anunciado viram-No e aqueles que nunca ouviram falar dEle contemplaram-No em sua inteligência. Arrancai, portanto, de nós, suplicamo- Vos, tudo o que resiste a Vós em nossas obras, a fim de que os dons que implantastes em nosso coração dócil tenham um crescimento fecundo e que a raiz da humildade nunca seque. Amém.

XXII DE DEZEMBRO. SEXTA ANTÍFONA. O Rex gentium, et desideratus earum, Lapisque angularis, qui facis utraque unum: veni, et salva hominem quem de limo formasti. Ó Rei das nações e objeto de seu desejo, Pedra angular que dos dois povos fazeis um: vinde e salvai o homem que do limo formastes. Ó Rei das nações! Aproximai-Vos cada vez mais dessa Belém onde nascereis. A viagem chega a seu fim, e Vossa augusta Mãe, a quem tão suave fardo consola e fortifica, vai conversando conVosco sem cessar pelo caminho. Ela adora Vossa divina majestade, ela agradece Vossa misericórdia; ela alegra-se por ter sido escolhida para o sublime ministério de servir de Mãe a um Deus. Ela deseja e ao mesmo tempo teme o momento em que enfim seus olhos contemplar-Vos-ão. Como ele poderá render-Vos os serviços dignos de Vossa soberana grandeza, ela que se crê a última das criaturas? Como se ousará erguer-Vos em seus braços, apertar-Vos contra seu coração, amamentar-Vos com seu seio mortal? E, contudo, quando se apercebe de que se aproxima a hora em que sem, deixardes de ser seu filho, Vós saireis dela e precisareis de todos os cuidados de sua ternura, seu coração desfalece e o amor maternal confunde-se com o amor que tem por seu Deus, e ela quase expira nessa luta demasiadamente O Rex gentium, et desideratus earum, Lapisque angularis, qui facis utraque unum: veni, et salva hominem quem de limo formasti. Ó Rei das nações e objeto de seu desejo, Pedra angular que dos dois povos fazeis um: vinde e salvai o homem que do limo formastes. desigual da fraca natureza humana contra as mais fortes e mais poderosas de todas as afeições reunidas no mesmo coração. Mas Vós sustentais-la, ó Desejado pelas nações!, porque quereis que ela cheque a esse termo bem-aventurado que dará à terra seu Salvador e aos homens a Pedra angular que os reunirá em uma só família. Bendito sejais nas maravilhas de Vosso poder e de Vossa bondade, ó Divino Rei! E vinde logo salvar-nos, lembrando-Vos de que de que o homem é Vos é caro, já que o moldastes com Vossas mãos. Ó! vinde, porque Vossa obra está degenerada; ela caiu na perdição; a morte invadiu-a: retomai-a em Vossas mãos poderosas, refazei-a, salvai-a; porque a amais sempre e não vos envergonhais de Vossa obra.

ANTÍFONA MAIOR EM HONRA DO CRISTO. O Rex pacifice, tu ante saecula nate, per auream egredere portam, redemptos tuos visita, et eos illuc revoca, unde ruerunt per culpam. Ó Rei Pacífico, Vós antes dos séculos nascido, pela áurea porta apressai-Vos em sair, quem redimireis visitai e chamai-os novamente ao lugar de onde decaíram por sua culpa. 23 DE DEZEMBRO. Hoje, no Ofício das Laudes, a Igreja canta esta Antífona: Ant. Ecce completa sunt omnia quae dicta sunt per Angelum, de Virgine Maria. Eis que completo está tudo o que dito foi pelo Anjo da Virgem Maria.

SÉTIMA ANTÍFONA O Emmanuel, Rex et Legifer noster, exspectatio gentium, et salvator earum: veni ad salvandum nos, Domine Deus noster. Ó Emanuel, Rei e Legislador nosso, esperança das nações e Salvador seu: vinde salvar-nos, Senhor Deus nosso. Ó Emanuel! Rei da Paz! Entrais hoje em Jerusalém, a cidade de sua escolha, por que é lá que tendes Vosso Templo. Logo tereis lá Vossa Cruz e Vosso Sepulcro; e chegará o dia em que estabelecereis junto dela Vosso tremendo tibunal. Agora, entrais sem barulho e sem pompa nessa cidade de Davi e de Salomão. É apenas o lugar por onde passa Vosso caminho para chegar a Belém. No entanto, Vossa mãe Maria e seu esposo José não a atravessam sem subir ao Templo, para lá apresentar ao Senhor seus votos e homenagens: e então se cumpre, pela primeira vez, o oráculo do profeta Ageu, que anunciara que a glória do segundo Templo seria maior do que a do primeiro. Este Templo, de fato, vê-se nesse momento abrigando uma Arca da Aliança bem mais preciosa do que a de Moisés, mas sobretudo incomparável com qualuqer outro santuário, a não ser o próprio Céu, pela dignidade dAquele que ela contém. É o próprio Legislador que está aqui, e não apenas a tábua de pedra em que a Lei está gravada. Mas logo a Arca viva do Senhor desce os degraus do Templo e dispõe-se a ir para Belém, onde a chamam outros oráculos. Nós adoramos, ó Emanuel!, todos Vossos passos através deste mundo e nós admiramos quão fielmente Vós observais o que foi escrito sobre Vós, para que não falte nada às características das quais Vós deveis ser dotado, ó Messias, para ser reconhecido por Vosso povo. Mas lembrai- Vos de que está próxima de soar a hora, que todas as coisas se preparam para o Vosso Natal, e vinde salvar-nos, vinde, a fim de serdes chamado não mais apenas Emanuel, mas Jesus, ou seja, Salvador.

ANTÍFONA MAIOR A JERUSALÉM. O Hierusalem, civitas Dei summi, leva in circuitu oculos tuos, et vide Dominum tuum, quia iam veniet solvere te a vinculis. Ó Jerusalém, cidade do sumo Deus, ergue em volta os olhos teus, e vê o Senhor teu, que logo virá soltar-te das correntes.


Artigo Visto: 1981

ATENÇÃO! Todos os artigos deste site são de livre cópia e divulgação desde que sempre sejam citados a fonte www.recadosdoaarao.com.br


Total Visitas Únicas: 4.201.978
Visitas Únicas Hoje: 262
Usuários Online: 46