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18/12/2008
Doce Lar


18/12/2008 16:42:35

Revelações - Doce Lar

DOCE E SANTO LAR
 
Seguem abaixo alguns detalhes da vida da Família Santa de Jesus, nos tempos do Egito, conforme as visões da mística italiana Maria Valtorta. Coloco estas doces meditações na época do Natal, para que todos possam comparar com suas próprias famílias, aquilo que acontece. A singeleza rude, mas amorosa, de uma alegria pura, santa, verdadeira e permanente de Jesus, Maria e José, com a riqueza suntuosa de muitos lares de hoje, a festa orgíaca dos presentes.
 
De fato, Jesus então brincava com cavacos de pau, panelinhas furadas, gravetos e montinhos de barro. E era extremamente feliz. E fazia sua família feliz. As crianças de hoje entopem seus quartos de quinquilharias, muitas delas com selo de satanás, e nunca estão satisfeitas com o que recebem. Algumas, mal olham para seus eletrônicos caríssimos, além do que, ciumentamente, jamais dividem com os seus amigos, nem sequer aceitam que alguma criança os toque. Noutro dia vi um quartinho de uma criança com mais de 300 bonecos e animais de pelúcia... Intocáveis...Vejam a diferença com Jesus Menino, abaixo.


As reuniões em família, muitas delas regadas a bebidas, terminam em discussões, em brigas, em lares sem alegria, sem paz, sem harmonia, porque sem o verdadeiro amor, aquele que brota da pureza de corações simples e tementes a Deus. De que adiantam fogos de fim de ano, se dentro do peito ardem e explodem corações de ódio?
Meditemos nisso:


A Sagrada Família no Egito (gentileza Antonio)

Uma suave visão da Sagrada Família. O lugar é o Egito. Não tenho dúvidas
disso, porque vejo o deserto e uma pirâmide.

Vejo uma casinha de um só andar, o térreo, toda branca. É uma pobre casa de
gente muito pobre. As paredes são apenas rebocadas e cobertas com uma mão de cal. A pequena casa tem duas portas, uma perto da outra, e dão para os dois
únicos cômodos da casa, nos quais, por enquanto eu não entro. A casinha está
no meio de um pequeno terreno areoso, cercados por bambus fincados no chão,
cerca esta muito fraca contra ladrões; pode, enquanto muito, servir para
deter algum cachorro ou gato vadio. Mas, quem é que vai ter a vontade de ir
roubar, onde se vê que nem existe sombra de riqueza?

Este pequeno terreno cercado pela sebe de bambus, sobre a qual para
torná-la mais firme e mais bonita, foram plantadas algumas trepadeiras, que
me parecem modestos convolutos - de um dos lados, há uma moita de jasmim em flor e outra de rosas comuns - foi pacientemente cultivado, apesar de a
terra ser árida e pobre, para nela se fazer uma pequena horta.
Vejo ali algumas verduras muito comuns, nos poucos canteiros do centro, debaixo de uma árvore alta, que não sei dizer qual é, mas que dá um pouco de sombra
para o terreno ensolarado e para a casinha. Nesta árvore está amarrada uma
cabrita branca e preta, que arranca e come as folhas de alguns ramos que
caíram no chão.

Ali perto, sobre uma esteira estendida no chão, está o Menino Jesus.
Parece-me ter uns dois anos, ou dois e meio no máximo. Está brincando com
uns pedacinhos de madeira entalhada, que parecem ovelhinhas ou cavalinhos, e
com algumas maravalhas de madeira clara, menos encaracoladas que os caracóis
de ouro do seu cabelo. Com suas mãozinhas gorduchas, ele procura colocar
esses colares de madeira no pescoço de seus animaizinhos.

Ele é bom e sorridente. Muito bonito. Uma cabecinha cheia de caracoizinhos
de ouro, pele clara e delicadamente rosada, olhinhos vivos, brilhantes e
muito azuis. Sua expressão natural está diferente, mas eu reconheço a cor
dos olhos do meu Jesus: são duas safiras escuras e muito belas.

Está vestindo uma espécie de longa camisinha branca, que certamente deve
ser uma túnica. Suas mangas vão até aos cotovelos. Nos pés, por ora, não tem
nada. As minúsculas sandálias estão sobre a esteira e servem para brinqued
o
do Menino, que põe sobre a sola os seus bichinhos e puxa a sandália pela
correia, como se fosse um carrinho. São sandálias muito simples: uma sola e
duas correias que partem, uma da ponta, e outra do calcanhar, para ir depois
atar-se com outro pedaço e formar uma argola no meio do pé.

A pouca distância dali, à sombra de uma árvore, também está Maria. Está
tecendo num tear rústico e vigiando o Menino. Vejo suas mãos delicadas e
brancas, que vão e vêm, atirando a lançadeira sobre a trama, e o pé, calçado
com sandálias, movendo o pedal. Está vestida com uma túnica da cor flor de
malva: um roxo meio rosado, como o de certas ametistas. Sua cabeça está
descoberta e assim posso ver que seus cabelos loiros estão repartidos ao
meio e penteados de modo simples, em duas tranças, que lhe formam uma bela
madeixa sobre a nuca. Maria está de mangas compridas, e um tanto estreitas.
Nenhum enfeite, além de sua beleza e de sua doce expressão. A cor da face,
dos cabelos e dos olhos e a forma do rosto é sempre a mesma quando a vejo.
Parece muito jovem. Pelo sim, pelo não, podem dar-se-lhe uns vinte anos.

A um certo momento, Ela se levanta e se inclina sobre o Menino, põe-lhe de
novo as sandalinhas, e as amarra com todo o cuidado. Depois, o acaricia e o
beija sobre a cabecinha e sobre os olhinhos. O Menino balbucia e Ela
responde, mas não compreendo as palavras. Depois Ela volta ao seu tear,
estende um pano sobre a tela para a casa. O Menino a segue com o olhar, sem
importuná-la, quando Ela o deixa sozinho.

Vê-se que o trabalho terminou, e que a tarde está chegando. De fato, o sol
desce sobre as areias nuas, e um verdadeiro incêndio invade o céu inteiro,
lá atrás da longínqua pirâmide.

Maria volta. Pega Jesus pela mão, e o faz levantar-se de sua esteira. O
Menino obedece sem resistência. Enquanto a Mamãe recolhe os brinquedos e a
esteira, e os leva para casa. Ele corre aos pulinhos com suas perninhas
torneadas, no rumo da cabritinha, e lhe lança os bracinhos ao pescoço. A
cabrita bale, e esfrega o focinho nas costas de Jesus.

Maria volta de novo. Agora está com um longo véu sobre a cabeça, e com uma
ânfora na mão. Pega Jesus pela mãozinha, e põem-se os dois a caminho,
andando ao redor da casa, para chegarem ao outro lado.

Eu os acompanho admirando a graça deste quadro. Maria, que regula seu passo
pelo do Menino, e o Menino que vai dando pulinhos ao seu lado. Vejo os
calcanhares rosados dele, que se levantam e se põem outra vez no chão, sobre
a areia da vereda, com a graça própria das crianças. Noto que a pequena
túnica não lhe chega aos pés, mas só até à metade da barriga da perna. A
túnica é muito bonita, muito simples, ajustada à cintura por um cordãozinho
também branco.

Vejo que à frente da casa, a sebe é interrompida por uma rústica cancela,
que Maria abre para sair para a estrada. É um pequeno caminho, desses que há
nas periferias de uma cidade, ou lugarejo, no ponto em que este se limita
com os campos, que aqui são formados pela areia e por uma ou outra casinha,
pobre como esta, com algumas pequenas hortas com algumas verduras.

Não vejo ninguém. Maria olha para o centro, e não para o campo, como se
estivesse esperando alguém, depois se dirige para um pequeno tanque ou poço,
que está a uns dez metros, mais ou menos, e sobre o qual algumas palmeiras
fazem um circulo de sombra. Vejo que ali também o terreno tem ervas verdes.
Agora vejo, vindo pelo caminho um homem, não muito alto, mas robusto.

Reconheço que é José, que vem sorrindo. Está mais jovem que quando o vi na
visão do paraíso. Parece ter, no máximo, quarenta anos. Está com os cabelos
e a barba crescidos e pretos, a pele bastante bronzeada, os olhos escuros.
Um rosto honesto e agradável, um rosto que inspira confiança.

Vendo Jesus e Maria, ele apreça o passo. Traz sobre o ombro esquerdo uma
espécie de serra e outra de plaina
, e com a mão está segurando outras
ferramentas do seu ofício, não como as de hoje, mas quase iguais. Parece que
está voltando de ter ido fazer algum trabalho na casa de alguém. Está com
uma roupa entre a cor avelã e o marrom, e que não é muito comprida, - chega
a uma boa altura acima do tornozelo - e tem mangas curtas até ao cotovelo. À
cintura tem uma cinta de couro. Uma verdadeira roupa de trabalho. Nos pés
leva sandálias atadas ao tornozelo.

Maria sorri, e o Menino solta gritinhos de alegria e estende o bracinho
livre que está livre. Quando os três se encontram, José se inclina,
oferecendo ao Menino uma fruta, que me parece ser uma maçã, pela cor e pela
forma. Depois lhe estende os braços, e o Menino deixa a Mamãe, e vai-se
aninhar nos braços de José, curvando a cabecinha na cavidade do pescoço de
José que o beija e por ele é beijado. São gestos cheios de graça e de
afeto.

Eu ia-me esquecendo de dizer que Maria foi solícita em ir apanhar as
ferramentas de trabalho de José, a fim de deixá-lo com os braços livres para
poder abraçar o Menino.

Depois, José que tinha se abaixado para poder ficar à altura de Jesus, se
levanta, pega novamente com a mão esquerda as suas ferramentas e, com o
braço direito, segura apertado contra o seu peito o pequeno Jesus. E se
dirige para casa, enquanto Maria vai à fonte encher a sua ânfora.

Tendo entrado no recinto da casa, José põe o Menino no chão, pega o tear de
Maria e o leva para casa, depois vai tirar o leite da cabrita. E Jesus
observa atentamente essas operações e a do encerramento da cabrita em um
pequeno cubículo, que está ao lado da casa.

A tarde cai. Vejo o vermelho do pôr-do-sol ir-se tornando violáceo sobre as
areias que, por causa do calor, parecem tremular. A pirâmide parece mais
escura.

José entra em casa, em um dos cômodos da casa que deve ser oficina, cozinha
e sala de jantar, ao mesmo tempo. Vê-se que o outro cômodo é o quarto de
dormir. Mas nele eu não entro. Aí há uma lareira baixa, que está acesa. Há
também um banco de carpinteiro, uma pequena mesa, bancos, prateleiras com
umas pequenas louças e duas candeias. Em um canto está o tear de Maria. E
muita ordem e limpeza. Morada muito pobre, mas limpa.

Eis uma observação que pude fazer. Em todas as visões referentes à vida
humana de Jesus, notei que, tanto Ele, como Maria, como José, estão sempre
ordenados e limpos em suas roupas e na cabeça. Roupas modestas e penteados
simples, mas de uma limpeza que os faz parecerem pessoas de grande
distinção.

Maria volta com a ânfora e, em seguida, fecha a porta, pois o crepúsculo
chegou de repente. O quarto é iluminado por uma candeia que José ascendeu e
pôs sobre o seu banco, onde ele está trabalhando debruçado sobre umas
pequenas peças de madeira, enquanto Maria prepara o jantar. O fogo também
está clareando o quarto. Jesus, com as mãozinhas apoiadas sobre o banco, e a
cabecinha virada para cima, está observando o que José faz.

Depois eles se aproximam da mesa, tendo rezado antes. Não fazem, é natural,
o sinal da cruz, mas rezam. É José que reza, e Maria responde. Mas eu não
entendo nada. Deve ser um salmo. Mas foi dito numa língua que para mim é
totalmente desconhecida.

Aí é que se sentam à mesa. Agora a candeia está sobre a mesa. Maria está
com Jesus em seu colo, e o faz beber do leite da cabrita, no qual ela vai
molhando pequenas fatias de pão, tiradas de um pãozinho redondo, de crosta
escura, e escuro também por dentro. Parece pão feito com centeio ou cevada.
Deve ter muito farelo, porque está cinzento.
 
Enquanto isso, José está comendo pão e queijo, uma fatiazinha de queijo e muito pão. Depois Maria coloca Jesus sentado sobre um banquinho perto dela, e põe sobre a mesa verduras cozidas - parecem cozidas na água e temperadas como costumamos fazer - e o come Ela também, depois de José ter-se servido. Jesus,
tran
qüilo, está mordiscando sua maçã, e sorri, mostrando os dentinhos
brancos. O jantar termina com umas azeitonas ou tâmaras. Não entendo bem,
porque para serem azeitonas, estão claras de mais; e para serem tâmaras
estão por demais duras. De vinho, nada. É um jantar de gente pobre.
Mas é tão grande a paz que se respira neste quarto, que nem a visão de um
palácio real, por mais pomposo que fosse, me poderia dar uma paz semelhante.
E, quanta harmonia!

Jesus nesta noite não fala. Não veio me ilustrar a cena. Ele me ensina com
o seu dom da visão, e basta. Por isso seja Ele sempre bendito.

Jesus diz:"A lição para ti e para os outros é dada pelas coisas que estás vendo. É lição de humildade, de resignação e de boa harmonia. Posta como exemplo a
todas as famílias cristas, e especialmente às famílias cristãs deste
especial e doloroso momento.

Tu viste uma casa pobre. E, o que é mais doloroso, uma casa pobre em um
país estrangeiro.

Muitos, só porque são fiéis "passáveis", que rezam e Me recebem na
Eucaristia, que rezam e se comungam pelas "suas" necessidades, não pelas
necessidades das almas e pela glória de Deus - porque é raro alguém rezar
sem ser egoísta - muitos pretenderiam ter uma vida material fácil, bem
protegida de qualquer menor sofrimento, próspera e feliz.

José e Maria tinham a Mim, Deus verdadeiro, como seu Filho e, no entanto,
não tiveram nem o pobre bem de serem pobres, mas na pátria deles, no lugar
onde eram conhecidos, onde ao menos tinham a casinha"deles", e o pensamento
em um alojamento não era mais uma preocupação constante entre tantas outras, naquele lugar onde, por serem conhecidos, era mais fácil encontrar trabalho
e prover-se do necessário para a vida.
 
Eles são dois fugitivos, e justamente porque me têm consigo. O clima é diferente, o lugar é diferente, tão triste em comparação com os doces campos da Galileia, língua e costumes diferentes, em meio a uma população que não os conhece, e que tem a habitual desconfiança das populações para com os desconhecidos.
Privados daqueles móveis cômodos e estimados da "sua" casinha, de tantas
coisas humildes mas necessárias que lá havia, e que não pareciam tão
necessárias, enquanto que aqui, neste nada que os rodeia, parecem tão belas,
como aquelas coisas supérfluas, que tornam deliciosas as casas dos ricos.
 
Com saudade da cidade e da casa, com o pensamento naquelas coisas lá
deixadas, do pomar, do qual ninguém esteja cuidando, da videira e da
figueira e de outras muitas árvores úteis. E, com a necessidade de prover ao
alimento de cada dia, às roupas, ao fogo, dia após dia, às necessidades
Minhas de menino, ao qual não se pode dar o alimento que os grandes podem
dar a si mesmos. E, com tanto desgosto no coração. Pelas saudades, pelo
amanhã, que ainda é desconhecido, pela desconfiança de um povo que se
esquiva, principalmente nos primeiros tempos, a aceitar as ofertas de
trabalho de dois desconhecidos.

Contudo, tu viste a casa. Naquela morada paira a serenidade, o sorriso, a
concórdia, e de comum acordo, se procura torná-la mais bela, até na pobre
hortinha, para que ela fique parecida com aquela que foi deixada, e mais
confortável. Nesta casa só há um pensamento: que para Mim, Santo, esta terra
se torne menos hostil, menos miserável para Mim, que venho de Deus. E o amor
destas pessoas de fé, que são os meus pais, amor que se manifesta em mil
cuidados, que vão desde a cabrita que compraram a preço de muitas horas
extras de trabalho, até aos brinquedos entalhados em sobras de madeira, e
nas frutas apanhadas só para Mim, sem que delas eles nem provassem.
Meu querido pai da terra, como foste amado por Deus, por Deus pai no alto
dos Céus, por Deus Filho, que se fez salvador sobre a terra!

Naquela casa não houve nervosismos, mau humor, caras fechadas, nem houve
reprovações recíprocas, nem, muito menos, se falou contra Deus, que não os R>cumulou com o bem-estar material. José não censura Maria por ser causa de
suas dificuldades, nem Maria censura a José por ele não saber dar-lhe um
maior bem-estar. Eles se amam santamente, aí está a explicação, e por isso a
preocupação deles não é com o próprio bem-estar, mas cada um se preocupa com o outro. O verdadeiro amor não conhece egoísmos. O verdadeiro amor é sempre casto, mesmo não sendo perfeito na castidade, como o dos dois esposos
virgens. A castidade unida à caridade leva consigo todo um acompanhamento de
outras virtudes e, por isso, faz de dois que se amam castamente, duas
perfeições de cônjuges.

O amor de minha Mãe e de José era perfeito. Por isso ele era um incentivo
para todas as outras virtudes e especialmente para a da caridade para com
Deus, bendito em todo o tempo, não obstante sua santa vontade fosse penosa
para a carne e o coração, bendito porque, acima da carne e do coração,
estava mais vivo o senhor nos dois santos o espírito, e este, com
reconhecimento, exaltava ao Senhor, por tê-los escolhido para serem guardas
do seu eterno Filho.

Naquela casa se rezava. Agora reza-se pouco nas casas. Nasce o dia e chega
a noite, começam-se os trabalhos, e sentai-vos à mesa sem um pensamento
dirigido ao Senhor, que vos permitiu ver um novo dia e poder chegar a uma
nova noite, que abençoou as vossas fadigas, e concedeu que elas se tornassem
o meio de conquistar aquele alimento, e o fogo que o cozinhou, as vestes de
que estais vestidos, aquele tecto, que também são necessários à vossa
natureza humana. Sempre é bom o que vem do Deus bom. Ainda quando pobre e
escasso, o amor lhes dá o sabor e a substância, esse amor que vos faz ver no
Eterno Criador, o Pai que vos ama.

Naquela casa há frugalidade. E haveria, mesmo que o dinheiro não faltasse.
Aí eles se nutrem para viver, e não se nutrem para agradar à gula, com a
voracidade dos insaciáveis, com os caprichos dos gulosos, que se vão
enchendo até não poderem mais, e esbanjam seus haveres em alimentos caros,
sem um pensamento para quem é escasso ou privado de alimento, sem
reflectirem que, se tivessem moderação, muitos poderiam ser aliviados do
tormento da fome.

Naquela casa se ama o trabalho. E Ele seria amado, ainda quando o dinheiro
fosse abundante, porque no trabalho o homem obedece ao mandamento de Deus e se livra do vício que, como hera firme, aperta e sufoca os ociosos, como a
uns blocos imóveis de pedra. Bom é o alimento, sereno é o repouso, contente
está o coração, quando se trabalha bem e se goza o tempo de pausa entre um
trabalho e outro.
 
Aquele vício que tem múltiplas faces, não se arraiga na
casa e na mente de quem ama o trabalho. E, não se arraigando, então aí
prospera o afeto, a estima, o respeito recíproco, e os filhos crescem numa
atmosfera pura, e se tornam origens de futuras famílias santas.
Naquela casa reina a humildade. Esta lição de humildade é para vós,
soberbos! Maria teria tido, humanamente, mil e mil razões para se
ensoberbecer e fazer-se adorar por seu cônjuge. Tantas entre as mulheres
assim fazem, somente por serem um pouco mais cultas, ou de nascimento mais
nobre, ou mais ricas de bolsa que o marido. Maria é Esposa e Mãe de Deus, e,
no entanto, serve ao seu cônjuge, e não se faz servir por ele. José é o
chefe da casa, julgado por Deus tão digno de ser um chefe de família, a
ponto de receber de Deus a guarda do Verbo feito carne e da Esposa do Eterno
Espírito. Contudo, é sempre solicito em poupar a Maria fadigas e trabalhos,
e até faz os mais humildes trabalhos de uma casa, para que Maria não se
canse, e não só isso, o quanto pode, procura proporcionar-lhe a Ela alguma
recreação, e se esforça para tornar-lhe cômoda a casa, e viçosas de flores a
pequena horta.

Naquela casa é respeitada a ordem sobrenatural, moral e material. Deus é o
chefe supremo e a Ele é prestado culto e amor: ordem sobrenatural.
José é o
chefe da família e a ele é dado afeto, respeito e obediência: ordem moral.
A casa é um dom de Deus, como as vestes e os móveis. Em todas as coisas é a
Providência de Deus que se mostra, daquele Deus que provê a lã às ovelhas,
as penas aos pássaros, as ervas aos prados, o feno aos animais, as sementes
e as árvores frondosas às aves, e tece a veste para o lírio do vale. A casa,
as vestes, os móveis são recebidos com gratidão, bendizendo a mão divina,
que lhes dá, tratando-os com respeito como dons do Senhor, sem ficar olhado
para eles com descontentamento porque são pobres, sem os estragar, abusando
da Providência: ordem material.

Não entendestes as palavras trovadas no dialeto de Nazaré, nem as palavras
de oração. Mas as coisas vistas deram uma grande lição. Meditai nelas, ó vós
todos, que agora tanto estais sofrendo por terdes faltado em tantas coisas
para com Deus, e, entre elas, também naquelas em que não faltaram nunca os
santos Esposos, que para Mim foram Mãe e Pai.

E tu, deleita-te com a recordação do pequeno Jesus, sorri, pensando em seus
passinhos de criança. Dentro em pouco, o verás, caminhando debaixo de uma
cruz. E será uma visão de pranto".
 
PS> Exatamente por não aceitarmos viver como Jesus viveu é que O pregamos na Cruz por nós. Por isso, o mundo terminará também na Cruz... Em breve! 


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