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02/08/2008
Sobre Judas


Revelações - Sobre Judas
02/08/2008 14:46:05

Revelações - Sobre Judas


 
Reflexão – O suicídio de Judas
(Maria Valtorta)
 
Diz Jesus:
“ Uma coisa horrenda, mas não inútil. Há muita gente que crê ter Judas cometido uma falta pequena. Alguns chegam até a dizer que ele é um benemérito, porque sem ele a Redenção não se teria realizado e que por isso ele está justificado aos olhos de Deus.
            Em verdade Eu vos digo que se o Inferno ainda não existisse, e não tivesse existido com seus tormentos, teria sido criado para Judas, ainda mais horrendo e eterno, porque de todos os pecadores e condenados ele é o mais condenado e pecador, e, para ele, eternamente não haverá atenuação da condenação.
            O remorso o poderia até ter salvo, se ele tivesse transformado o remorso em um arrependimento. Mas ele não quis arrepender-se, pois ao primeiro delito de traição, que era ainda perdoável, por causa da grande misericórdia que é a minha amorosa fraqueza, ele ainda acrescentou as blasfémias, as resistências ás palavras da Graça, que ainda lhe queriam falar através das recordações, através dos terrores, através do meu Sangue e do Meu manto, através das palavras de minha Mãe.
            Ele resistiu a tudo. Ele quis resistir, como também quis maldizer, como quis suicidar-se. E é a vontade o que se leva em conta nas coisas. Tanto para o bem, como para o mal.
            Quando alguém cai sem vontade de cair, Eu perdoo. Veja-se o caso de Pedro. Ele me negou. Por quê? Nem ele mesmo sabia exactamente o porquê. Seria um covarde, Pedro? Não. O meu Pedro não era um covarde. Contra a coorte e os guardes do Templo, ele tinha ousado ferir Malco, para defender-me e até para arriscar-se a ser morto por isso. E depois ele fugiu. Mas sem ter tido a intenção de fazer aquilo. Depois, porém, ele soube ficar comigo e proceder bem no caminho, até chegar à minha morte na cruz. Depois ele soube muito bem dar testemunho de Mim, até ao ponto de chegar a ser morto por sua fé intrépida. Eu defendo o meu Pedro. Seu extravio, ao negar-me, foi o último de sua natureza humana, ele estava dormindo. E, quando despertou, não quis ficar no pecado e quis ser perfeito. E Eu o perdoei imediatamente.
            Judas não quis. Tu dizes que ele parecia um louco hidrófobo. O que ele tinha era uma raiva satânica. O seu terror ao ver o cão, um animal, um animal raro em Jerusalém, o seu terror vem do facto de que se atribuía a Satanás, desde os tempos imemoriais, aparecer aos mortais, sob aquela forma. Nos livros de magia se lê ainda hoje que uma das formas preferidas por Satanás, a fim de aparecer aos homens é a de um cão misterioso, ou de um gato, ou de um bode. Judas, já tomado pelo terror nascido nele pelo seu delito convencido como estava de ser ele de Satanás pelo seu delito, chegou a ver Satanás naquele animal vadio.
            Quem é culpado vê em tudo sombras que amedrontam. E é sua consciência que as cria. Depois Satanás aumenta aquelas sombras, que ainda poderiam dar arrependimento a um coração, e as transforma em fantasmas horrendos, que levam ao desespero. E o desespero leva ao último delito: o suicídio. Que vantagem há em jogar fora o preço da traição que desse despojamento é somente um fruto da ira, e não é valorizado por uma vontade reta de arrependimento? Pois, se assim fosse, então o despojar-se dos frutos do mal se torna um ato meritório. Mas do jeito que ele fez, não! Foi um sacrifício inútil.
            Min
ha Mãe, e Ela era a própria graça quando falava, e também minha tesoureira, que perdoava em Meu Nome, havia dito a ele: “Arrepende-te, Judas. Ele perdoa…”

            Oh! Se Eu o tivesse perdoado! Se ele se tivesse jogado aos pés da Mãe, dizendo: “Piedade!” Ela, a piedosa, o teria recolhido como a um ferido e, sobre as suas feridas satânicas pelas quais o Inimigo lhe tinha inoculado o Delito, teria derramado o seu pranto que salva, e o teria trazido até Mim, aos pés da cruz, segurando-o pela mão, para que Satanás não o pudesse arrebatar, e os discípulos feri-lo, e levado de lá para que o meu Sangue caísse em primeiro lugar sobre ele, o maior dos pecadores. E teria sido ela a Sacerdotisa admirável sobre o seu altar, entre a Pureza e a Culpa, porque é mãe dos virgens e dos santos, mas também mãe dos pecadores.
            Mas ele não quis. Meditai no poder da vontade da qual vós sois árbitros absolutos. Por ela podeis ter o Céu ou o Inferno. Meditai sobre o que é que quer dizer persistir na culpa.
            O Crucificado, Aquele que está com os braços abertos e pregados, para dizer-vos que vos ama e que não quer, não pode ferir-vos, porque vos ama, e prefere dizer que não vos pode abraçar, sua única dor, por sua posição pregado na Cruz, mais de que ter a liberdade de punir-vos, o Crucificado é objeto da divina esperança para aqueles que se arrependem e que querem ficar livres da culpa, que se torna para os impenitentes objecto de um tal horror, que os faz blasfemar e usar de violência contra si mesmos. Assassínios do seu espírito e de seu corpo, por sua persistência na culpa, e o aspecto do Manso, que se deixou imolar, na esperança de salvá-los, assume a aparência de um espectro horroroso.
            Maria, tu te lamentaste desta visão. Mas esta é a Sexta-feira da Paixão, minha filha. Tu deves sofrer. Aos sofrimentos, por causa dos meus sofrimentos e os de minha Mãe, deves unir os teus, pela amargura de ver os pecadores continuarem sendo pecadores. É esse o nosso sofrimento. E deve ser o teu. Maria sofreu, e sofre ainda por isso, como sofre por minhas torturas. Por isso é que deves sofrer isto. Agora, descansa. Daqui a três horas serás toda minha e de Maria. Eu te abençoo , violeta da minha Paixão e passiflora de Maria. 
 
AGORA PELAS VISÕES DE ANA CATARINA EMMERICH
 
15. Desespero de Judas
 
Judas, o traidor, que não se tinha afastado muito, ouviu então o barulho do séquito, como também as palavras de algumas pessoas, que seguiam de mais,longe; entre outras coisas disseram: “Agora vão levá-Lo a Pilatos; o Conselho supremo condenou-O à morte; vai ser crucificado; também não pode mais viver, nesse horrível estado em que O deixaram os maus tratos. Tem uma paciência incrível, não diz nada, apenas que é o Messias e se sentará à direita de Deus; outra coisa não disse e por isso vai morrer na cruz; se não o tivesse dito, não O podiam condenar à morte, mas assim deve morrer. O patife que O vendeu, foi seu discípulo e pouco antes ainda comeu com ele o cordeiro pascal; eu não queria ter parte nesta ação; seja como for, o Galileu pelo menos nunca entregou um amigo à morte por dinheiro.
Deveras, esse patife de traidor merece também ser enforcado.” Então o arrependimento tardio, a angústia e o desespero começaram a lutar na alma de Judas. O demônio impeliu-o a correr. O molho das trinta moedas de prata, no cinto, sob o manto, era-lhe como uma espora do inferno: segurou-o com a mão, para que não fizesse tanto barulho, batendo-lhe na perna ao correr. Correu a toda a pressa, não atrás do cortejo, pa
ra lançar-se aos pés de Jesus, pedindo perdão ao Salvador misericordioso, não para morrer com Ele, nem para confessar a culpa diante de Deus; mas para se limpar diante dos homens da culpa e desfazer-se do prêmio da traição; correu como um insensato ao Templo, aonde diversos membros do supremo conselho como chefes dos sacerdotes em exercício e alguns dos anciãos se tinham dirigido, depois do julgamento de Jesus. Olharam-se mutuamente, admirados e com um sorriso desprezível, dirigiram olhares altivos a Judas que, impelido pelo arrependimento do desespero e fora de si, correu para eles; arrancou o feixe das moedas de prata do cinto e, estendendo-lhes a mão direita com o dinheiro, disse, em tom de violenta angústia: “Tomai aqui o vosso dinheiro, com o qual me seduzistes a entregar-vos o Justo; retomai o vosso dinheiro e soltai Jesus; eu rompo o nosso pacto; pequei gravemente, traindo sangue inocente.” Mas os sacerdotes mostraram-lhe então todo o seu desprezo; retiraram as mãos do dinheiro que lhes oferecia, como se não quisessem manchar-se com o prêmio da traição, dizendo: “Que nos importa que pecasses? Se julgas ter vendido sangue inocente, é lá contigo; sabemos o que compramos de ti e julgamo-Lo réu de morte; é teu dinheiro, não temos nada com isso. etc.” Disseram-lhe essas palavras no tom que usam os homens que estão muito ocupados e querem livrar-se de um importuno e viraram as costas a Judas. Esse, vendo-se assim tratado, foi tomado de tal raiva e desespero, que ficou como louco; eriçaram-se-lhe os cabelos e rompendo com as duas mãos o molho das moedas de prata, espalhou-as com veemência no templo e fugiu para fora da cidade.
Vi-o de novo, correndo como louco, no vale de Hinom e o demônio em figura horrível ao seu lado, segredando-lhe ao ouvido, para levá-lo ao desespero, todas as maldições dos profetas sobre esse vale, onde antigamente os judeus sacrificavam os próprios filhos aos deuses. Parecia lhe que todas essas palavras o indicavam com o dedo, dizendo, por exemplo: “Eles sairão para ver os cadáveres daqueles que contra mim pecaram, cujo verme não morre, cujo fogo não se apaga.” Depois lhe soou aos ouvidos.: “Caim, onde está Abel, teu Irmão? Que fizestes? O sangue de teu irmão clama a mim; agora, pois, serás maldito sobre a terra, vagabundo e fugitivo.” Quando chegou à torrente doe Cedron e olhou na direção do monte das Oliveiras, estremeceu e virou os olhos. Então ouviu de novo as palavras: “Amigo, para que vieste? Judas, é com um beijo que entregas o Filho do homem?” Então um imenso horror lhe penetrou no fundo da alma, confundiram-se-lhe os sentidos e o inimigo segredou-lhe ao ouvido: “Aqui sobre o Cedron, fugiu também Davi diante de Absalão; Absalão morreu pendurado numa árvore; Davi referia-se também a ti no salmo: “Retribuíram o bem com o mal, ele terá um juiz severo; Satanás estará à sua direita, todo o tribunal o condenará; os seus dias serão poucos; outro lhe receberá o episcopado; o Senhor recordar-se-á sempre da maldade dos seus pais e dos pecados de sua mãe, porque sem misericórdia perseguiu os pobres e matou os aflitos; ele amava a maldição e esta virá sobre ele; revestia-se da maldição como de uma veste, como água lhe entrou ela nos intestinos, como óleo nos ossos; como uma veste o cobre a maldição, como um cinto que o cinge eternamente.” Entre esses terríveis remorsos da consciência, chegara Judas a um lugar deserto, pantanoso, cheio de lixo e imundície, a sudeste de Jerusalém, ao pé do monte dos Escândalos, onde ninguém o podia ver. Da cidade se ouvia ainda mais forte o tumulto e o demônio disse-lhe: “Agora O conduzem à morte; vendeste-O; sabes o que está escrito na lei? “Quem vender uma alma entre seus irmãos, os filhos de Israel, morrerá. Acaba com isto, miserável, acaba com isto!” Então tomou Judas desesperado o cinto e enforcou-se numa árvore que crescia em vários troncos, numa cavidade daquele lugar. Quando se enforcou, rebentou-se-lhe o ventre e os intestinos caíram-lhe sobre a terra.
 


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