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31/07/2008
A Agonia


Revelações - A Agonia
31/07/2008 20:50:02

Revelações - A Agonia


MEDITAÇÕES 
(Maria Valtorta)

            Diz Jesus:
“Tu viste quanto custa ser salvadores. Viste em mim e em Maria. As nossas torturas conheceste, e viste com que generosidade, com que heroísmo, com que paciência, com que humildade, com que constância, com que fortaleza as suportamos pela caridade de salvar-vos.
            Todos aqueles que pedem ao senhor Deus para fazer deles “Salvadores”, devem pensar bem que Eu e Maria somos os modelos e que aquelas são as torturas que devem compartilhar para salvar. Não serão a cruz, os espinhos, os pregos, os flagelos materiais. Serão outras, de outra forma e natureza. Mas igualmente dolorosos e igualmente consumantes. E é somente consumando o sacrifício entre aquelas dores que se pode tornar-se salvadores.
            É uma missão austera. A mais austera de todas. Aquela a respeito da qual a vida do monge e da monja da regra mais severa é uma flor, comparada a um monte de espinhos. Porque esta não é uma regra de Ordem humana. Mas regra de sacerdócio, de uma consagração divina, cujo fundador sou Eu, eu que consagro e acolho em minha Regra, em minha Ordem, os eleitos dela, e imponho a eles o Meu hábito, a dor total, até o sacrifício.
            Tu viste os meus sofrimentos. Eles foram para reparar as vossas culpas. Nada em meu corpo foi excluído deles, porque nada no homem é ausente de culpa e todas as partes do vosso físico e moral, aquele eu que Deus vos deu com uma perfeição de ordem divina e que vós aviltastes com a culpa do progenitor e com as vossas tendências ao mal, com a vossa vontade escrava, são instrumentos de que vos servis para realizar o pecado.
            Mas Eu vim para anular os efeitos do pecado com o Meu Sangue e a minha dor, lavando as vossas partes físicas e morais neles, para limpá-las e para torná-las fortes contra as tendências culpáveis.
            As minhas mãos foram feridas e aprisionadas, depois de serem forçadas a levar a Cruz, para reparar todos os delitos pela mão do homem. Daqueles verdadeiros e próprios para reger e manobrar uma arma contra o irmão, fazendo de vós Cains, aqueles membros capazes de roubar, de escrever falsas acusações, de fazer actos contra o respeito do vosso e dos outros corpos, e de ficar no ócio, que é terreno propicio aos vícios. Pela vossa ilícita liberdade das mãos fiz crucificar as minhas, pregadas no lenho, privando-as de todo o modo mais que lícito e necessário.
            Os pés de vosso Salvador, depois de terem sido afadigados e contundidos sobre as pedras de meu caminho de Paixão, foram transpassados, imobilizados para reparar todo o mal que vós fazeis com os pés, fazendo deles o meio para ir aos vossos delitos, furtos, fornicações. Assinalei as vias, as praças, escadas, as casas de terra, de todo o mal que havia nascido dentro e sobre elas, semeando nos séculos passados e nos séculos futuros pelo vosso mal querer, obediente às instigações de Satanás.
            As minhas Carnes foram maculadas, contundidas, laceradas, para punir em Mim todo o culto exagerado, a idolatria que vós dais á vossa carn
e, e que amais por capricho de sentido e também por afecto que em si não é reprovável, mas que tornais tal, amando um progenitor, um cônjuge, um filho, um irmão mais do que amais a Deus.

            Não. Sobre todo o amor e todo o vínculo na terra há, deve haver o amor pelo Senhor vosso Deus. Nenhum, nenhum outro afecto deve ser superior a este. Amai os vossos em Deus. Amai com tudo de vós mesmos a Deus. Isso não impedirá o vosso amor, aponto de vos tornardes indiferentes aos que estão próximos, mas antes alimentará o vosso amor por eles com a perfeição desejada por Deus, porque quem ama deus, tem Deus em si, e tendo Deus tem a perfeição.
            Eu fiz de minhas Carnes uma chaga para lavar as vossas do veneno dos sentidos, do não pudor, do não respeito, da ambição e admiração pela carne destinada a tornar-se pó. Não é com o culto à carne que se leva a carne à beleza. É com a separação dessa que se dá a ela a beleza eterna no Céu de Deus.
            A minha Cabeça foi torturada por mil torturas: as batidas, o sol, os gritos, os espinhos, para reparar as culpas de vossa mente. Soberba, impaciência, falta de suportação do sofrimento pululam como cogumelos em vossa cabeça. Eu fiz da Cabeça um órgão torturado, fechado em escrínio decorado de sangue, para reparar tudo o que brota de vosso pensamento.
            A única coroa que Eu quis, tu viste. A coroa que só um louco ou um supliciado pode levar. Ninguém que seja são de mente (humanamente falando) e livre de si, se impõe tal coroa. Mas Eu era julgado um louco, e louco, sobrenaturalmente, divinamente louco era, querendo morrer para vencer o mal em vós, sabendo que o amais mais que a Deus, e estava à mercê do homem, seu prisioneiro, seu condenado. Eu, Deus, condenado pelo homem.
            Quantas impaciências vós tendes por quase nada, quantas incompatibilidades por coisas vãs, quantas dificuldades para aceitar o mal estar! Mas olhai o vosso Salvador. Meditai o que deveria haver de excitante naquele mudar contínuo de lugar, naquele arrancar os cabelos, naquele agarrar continuo de lugar, naquele agarrar contínuo, movendo a cabeça, apoiando-a sem modos como um tormento! Mas pensai o que eram para a minha Cabeça torturada, dolorosa, febril, os gritos da multidão, as batidas, o sol quente! Mas reflecti que dor deveria ter em minha Cabeça, durante a agonia da Sexta-feira, já transformada em dor pelo esforço da noite de Quinta-feira, em minha pobre Cabeça, na qual a saliva da febre de todo o Corpo dilacerado e das intoxicações provocadas pelas torturas!
            E na Cabeça os olhos tiveram a sua dor, e a tiveram a boca, o nariz e a língua. Para reparar os vossos olhares amantes de ver aquilo que é mal e tão esquecido de procurar Deus, para reparar as muitas rudes e luxuriosas palavras que dizeis, em vez de usar os lábios para pregar, para ensinar, para confortar; tiveram a sua tortura o nariz e a língua para reparar os vossos ciúmes e a vossa sensualidade do olfacto, pelos quais também cometeis imperfeições que são terreno para mais graves culpas, e culpas com avidez de alimentos supérfluos, sem piedade de quem tem fome, de alimentos que vos podeis permitir muitas vezes recorrendo a meios ilícitos de conseguir.
            Os meus órgãos não estiveram livres de sofrer. Nenhum deles. Sufocações e tosse para os pulmões contund
idos pela bárbara flagelação e tornados edemáticos pela posição na cruz. Afã e dor ao coração destroçado e tornado enfermo pela cruel flagelação, pela dor moral que a havia precedido, pela fadiga da subida sob o grave peso do lenho, pela anemia consecitiva a todo o sangue perdido. Fígado congestionado, baço, rins contundidos e congestionados.
            Tu viste a coroa arroxeada que estava em torno dos meus rins. Os vossos estudiosos, para dar uma prova à vossa incredibilidade com respeito àquele provo do meu sofrimento, que é a síndrome, explicam como o sangue, o suor cadavérico e a ureia de um corpo super fatigado puderam, misturando-se aos aromas, produzir aquela natural pintura do meu Corpo extinto e torturado.
            Melhor seria crer sem ter necessidade de tantas provas para crer. Melhor seria dizer: “Isto é obra de Deus!” e bendizer a Deus que vos concedeu ter a prova indubitável de minha crucificação e das precedentes torturas!
            Mas porque, agora, não sabeis mais crer com a simplicidade das crianças, mas tendes necessidade de provas científicas – pobre fé a vossa, que sem o apoio e o aguilhão da ciência não sabe estar firme e caminhar – sabei que as contusões ferozes dos meus rins foram os agentes químicos mais potentes do milagre da Síndrome. Os meus rins, quase exauridos pelos flagelos, não puderam mais trabalhar. Como aquelas queimadas pelas chamas, foram incapazes de filtrar, e a ureia acumulou-se e se espalhou em meu sangue, em meu corpo, dando os sofrimentos da intoxicação urêmica, e o reagente que transpirando do meu cadáver fixou a imagem sobre a tela. Mas quem é o médico entre vós, ou quem entre vós está doente de uremia, pode compreender quais sofrimentos deveriam dar-me as toxinas urêmicas, tão abundantes a ponto de ser capazes de produzir a imagem indelével.
            A sede. Que tortura a sede! Porém tu viste. Não houve alguém, entre tantos, que naquelas horas soube dar-me uma gota de água. Desde a cheia, Eu não tive nenhum conforto. E febre, sol, calor, poeira, sangramentos, davam tanta sede ao vosso Salvador.
            Tu viste que rejeitei o vinho com mirra. Não queria adoçar meus sofrimentos. Quando alguém se oferta como vítima, é necessário ser vítima sem transacções piedosas, sem comprometimentos, sem adoçamentos. É necessário beber o cálice assim como nos é dado. Experimentar o azedo e o fel até ao fim. Não o vinho drogado que produz um alívio da dor.
            Oh! A sorte de vítima é bem severa! Mas, bem-aventurado quem a elege por sua sorte.
            Este é o sofrer de teu Jesus em seu Corpo inocente. E não te falo das torturas do afecto por minha Mãe e pela sua dor. Era necessária aquela dor. Mas par Mim foi uma espada cruel. Só o Pai sabe o que sofreu o seu Verbo no espírito, na moral, no físico! Também a presença da Mãe, se foi a coisa mais desejada de meu Coração, que tinha necessidade de ter aquele conforto na solidão infinita que o circundava, infinita, solidão provinda de Deus e dos homens, foi uma tortura.
            Ela devia estar lá anjo de carne para impedir a desesperação de assaltar-me como o anjo espiritual a havia impedido no Getsêmani; devia estar lá para unir a minha dor à sua dor pela vossa redenção; devia estar lá para receber a investidura de Mãe do género humano. Nem mesmo a traição, nem o conhecimento que o meu sacrifício seria inútil para tantos, estas duas dores que poucas horas antes me parecer
am tão grandes até ao ponto de fazer-me suar sangue, eram incomparáveis com esta.
            Mas tu viste como foi grande Maria naquela hora. A separação não a impediu de ser mais forte que Judite. Esta matou. Aquela se fez matar através de sua criatura. E não imprecou, e não odiou. Rezou, amou, obedeceu. Mãe sempre, até em pensar, no meio daquelas torturas, que o seu Jesus tinha necessidade de seu véu virginal sobre suas carnes inocentes para defesa de seu pudor (quando retiraram as vestes a Jesus par ser crucificado, Maria entregou a um soldado o se véu com o qual Jesus cobriu as suas partes). Ela soube ser ao mesmo tempo Filha do Pai dos Céus e obedecer à sua tremenda vontade naquela hora. Não imprecou, não se rebelou. Nem a deus, nem aos homens. Perdoou a estes, disse “Fiat” Àquele.
            Também depois tu a ouviste: “Pai, Eu te amo e Tu nos amaste!” Recorda e proclama que Deus a amou e lhe renova o seu acto de amor. Naquela hora! Depois que o Pai a transpassou e tirou a razão de ser. Ama-o. Não diz: “Não te amo, porque Tu me golpeaste!” Ama-o e não se aflige por sua dor, mas por aquela sofrida pelo seu Filho. Não grita pelo seu Coração despedaçado, mas pelo Meu trespassado. Disto pede razão ao Pai, não de sua dor. Pede razão ao pai em nome de seu Filho.
            Ela é bem a Esposa de Deus. Ela é bem aquela que concebeu pela união com deus. Ela sabe que contacto humano não gerou a sua Criatura, mas somente o Fogo aceso pelo Céu, que penetrou em seu Seio Imaculado e depôs o Germe divino, a Carne do Homem-Deus, do Deus-Homem, do Redentor do mundo. Ela sabe, e como esposa e mãe, pede razão daquela ferida. As outras deveriam ser dadas. Mas esta, quando tudo foi realizado, por quê?
            Pobre Mãe! Houve um porquê, que a Tua dor não te permitiu ler sobre a minha ferida. E foi para que os homens vissem o Coração de Deus. Tu o viste Maria. E não o esqueceras jamais.
            Mas, o vês? Maria, não obstante não veja naquele momento as razões sobrenaturais daquela ferida, pensa logo que essa me fez mal e bendisse a Deus. Que aquela ferida faça tanto mal a Ela, pobre Mãe, Ela não percebe. Não me fez mal a Mim, e isto basta e serve para bendizer a Deus que a imola.
            Pede unicamente um pouco de conforto para não morrer. É necessária à Igreja nascente, da qual foi criada Mãe, poucas horas antes. A Igreja, como um recém-nascido, tem necessidade de cuidados e de leite materno. Maria o dará à Igreja, sustentando os apóstolos, falando a estes do Salvador, rezando pela Igreja. Mas como o poderia fazer, se morresse naquela tarde? A Igreja, que tinha pousos dias por permanecer sem seu Chefe, permaneceria órfã totalmente, se também a Mãe partisse. E a sorte dos recém-nascidos órfãos é sempre precária.
            Deus não desilude jamais uma justa oração e conforta os seus filhos que esperam nele. Maria prova-o no conforto de Verónica. Ela, a pobre Mãe, estampou nos olhos a efígie do Meu rosto morto. Mas não pode resistir a esse olhar. Não é mais o seu Jesus, aquele envelhecido, sofrido, com os olhos fechados que não a observam, com a boca contorcida que não lhe fala e sorri. Mas eis um Rosto que é de Jesus vivo, doloroso, ferido, mas vivo ainda. Eis o seu olhar que a olha, a sua boca que parece dizer: “Mamãe!” Eis o seu sorriso que a saúda ainda.
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nbsp;           Oh!, Maria! Procura o teu Jesus em tua dor. Ele virá sempre e te olhará, e te chamará, te sorrira. Partilharemos a dor, e estaremos unidos!
            João, o pequeno João, partilhou com Maria e com Jesus a dor. Sê como João sempre. Também nisto já te disse: “Não serás grande pela contemplação e pelos ditados. Estes são Meus. Mas pelo teu amor”.
            Olha com que viva e delicada sensibilidade João conduz na noite de Quinta-Feira até à noite de Sexta-Feira. E além disso observemo-lo naquelas horas.
            Um momento de desânimo. Uma hora de peso. Mas, superado o sono com o acontecimento da captura e do amor, ele vem, saindo atrás de Pedro, par que o Mestre tenha um conforto vendo o Chefe dos apóstolos e o Predilecto entre os apóstolos.
            E depois, pensa na Mãe, à qual qualquer cruel poderia capturar. E vai até Ela. Ele não sabe que Maria já vive a separação do Filho e que, enquanto os apóstolos dormiam, Ela velava e orava, agonizando com o Filho. Ele não sabia. E vai a Ela e a prepara para a notícia.
E depois faz o caminho entre a casa de Caifás e o Pretório, a casa de Caifás e a casa real de Herodes. E faz isso naquela manhã, atravessando a multidão embriagada de ódio, com as vestes que o acusam como galileu; isso não é fácil. Mas o amor o sustém e ele não pensa em si, mas nas dores de Jesus e de sua Mãe. Poderia ser lapidado, porque é seguidor do Nazareno. Não importa. Ele desafia tudo. Os outros fugiram, estão escondidos, a prudência e o medo os conduzem. A ele é o amor que conduz, e permanece e se mostra. É um puro. O amor prospera na pureza.
            E sua piedade e o seu bom senso o induzem a manter Maria longe da multidão e do pretório – ele não sabe que Maria compartilha todas as torturas do Filho, sofrendo espiritualmente – quando julga ser a hora que Jesus tem necessidade da Mãe e que não é licito manter ainda a Mãe separada do Filho, ele a Conduz a Ele, a sustenta, a defende.
            O que é aquele punhado de pessoas fiéis: um homem só, inerme, jovem, sem autoridade, como chefe de poucas mulheres, contra toda uma multidão bestealizada. Nada. Um monte de folhas que o vente pode dispersar. Uma pequena barca sobre um oceano em tempestade que a pode fazer submergir. Não importa. O amor é a sua força e a sua vela. Ele vai armado pelo amor, e com este protege a Mulher e as mulheres até ao fim.
            João possuiu o amor de compaixão como nenhum outro no mundo, exceptuando minha Mãe. Ele é o modelo dos amorosos deste amor. É o teu mestre nisto. Segue-o no exemplo que te dá de pureza e de caridade, e serás grande.
            Vai em paz, agora. Te abençoo.
 
 (Gentileza, Antonio, de Portugal)


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