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30/07/2008
A Paixão


Revelações - A Paixão
30/07/2008 14:01:51

Revelações - A Paixão


Meditação – Paixão de Cristo
(Revelações à Maria Valtorta - Vale a pena ler e meditar)
 
(O abandono do Pai)
 
Diz Jesus:
             “O sofrimento de minha agonia espiritual tu o contemplaste na tarde de quinta-feira. Viste o teu Jesus agachar-se, como um homem ferido de morte, e que sente sua vida esvair-se através das feridas que sangram, ou como uma criatura dominada por um trauma psíquico superior às suas forças. Tu já viste as fases crescentes desse trauma, que pode terminar com a efusão de todo o sangue, provocado pelo desequilíbrio causado pelo esforço de vencer a mim mesmo e de resistir ao peso que se abateu sobre mim.
            Eu era, sou o Filho do Altíssimo. Mas era também o Filho do homem. Eu quero que ressurja nítida esta dúplice natureza, igualmente total e perfeita.
            De minha divindade vos dá um testemunho autêntico a minha palavra, a qual tem um timbre que somente Deus pode ter. Da minha humanidade as necessidades, as paixões, os sofrimentos, que Eu apresento, e que padeci em minha carne de verdadeiro homem, proposta como modelo à vossa humanidade, assim como Eu instruo o vosso espírito com a minha doutrina de verdadeiro Deus.
            Tanto a minha santíssima Divindade, como a minha perfeitíssima humanidade, durante o curso dos séculos, e pela acção desagregadora da “vossa” humanidade imperfeita, foram se tornando desconsideradas e desfiguradas, quando se tentava explicá-las. Assim é que tornastes uma coisa irreal a minha humanidade, e a tornastes desumana, do mesmo modo que diminuístes a minha figura divina, negando-a em muitas circunstâncias em que vos era incómodo reconhecê-la ou porque não podíeis mais reconhecer, por causa de vossos espíritos dominados pelas ideias dos vícios, do ateísmo, do humanismo e do racionalismo.
            Eu vou, nesta hora trágica que é o começo de universais desventuras, Eu vou refrescar vossa memória, fazendo que vos lembreis da minha dupla função de Deus e de homem, para que fiqueis sabendo como ela é, e para que a reconheçais, depois de todo o obscurantismo, com o qual a escondestes aos olhos de vossos espíritos, e para que a ameis, e vos salveis por meio dela. É a função do vosso Salvador e quem a fez conhecer e amar será salvo.
            Nestes dias Eu te dei a conhecer os meus sofrimentos físicos. Eles torturaram a minha humanidade. Neles Eu te dei a conhecer os meus sofrimentos morais conexos, entretecidos, incorporados com os de minha Mãe, assim como as inextricáveis lianas das florestas equatoriais, que não se podem separar para se cortar uma só delas, mas é preciso cortá-las como um único golpe de machado, para que possa abrir uma passagem, matando-a ao mesmo tempo, do mesmo modo que se faz com as veias de um corpo que não pode ficar privado de seu sangue, pois esse é o único humor que o mantém vivo, e não se pode impedir que uma criatura, que se forma no seio de sua mãe, penetre a morte, se a mãe morrer, porque ela é a vida, o calor, o alimento e o sangue da mãe que, com um ritmo sonoro e o movimento do coração materno, penetra através das membranas internas, chegando até ao nascituro, e o completa, a fim de que possa viver.
            Ela, sim! Ela, a minha pura Mãe, Ela, que me trouxe, não somente durante os nove meses, durante os quais a fêmea do homem traz em si o fruto do homem, mas por toda a sua vida. Os nossos corações estavam unidos por fibras espirituais e palpitavam sempre todos juntos, e não havia lágrima materna que caísse sem regar meu coração com o gosto salobro do seu sangue nem havia, de minha parte, nenhum lamento que despertar-se nela um sinal de dor.
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sp;           Faz-vos pena ver a mães de um filho destinado à morte por alguma doença incurável, e a mãe de um condenado aos suplícios pelo rigor da justiça humana. Mas, pensai em minha Mãe que, desde o momento em que me concebeu, tremeu ao pensar que Eu era o condenado, nesta mãe que, quando me deu o primeiro beijo sobre minhas carnes macias e rosadas de um recém-nascido, pensou nas futuras chagas de seu Filho, esta Mãe, que daria dez, cem, mil vezes a sua vida para impedir que Eu me fizesse homem e chegasse ao momento da minha imolação, a esta Mãe que sabia, e que devia desejar aquela hora tremenda, aceitando a vontade do Senhor, para a glória do Senhor e por sua bondade para com a humanidade. Não. Nunca houve agonia mais longa e que terminasse numa dor ainda maior do que a minha Mãe.
            E vós não tivestes uma dor maior, nem mais completa do que a minha. Eu era Um com o Pai. Ele me havia amado, desde a eternidade, como somente Deus pode amar; Ele se havia comprazia comigo, e tinha achado em Mim sua divina alegria. Os inefáveis relacionamentos que unem o Pai com o Filho desde toda a eternidade não podem ser explicados nem mesmo pela minha palavra, porque se ela é perfeita, a vossa inteligência não o é, e não podeis compreender e conhecer o que é Deus, enquanto não estiverdes com Ele no céu. Pois bem, Eu sentia como que uma água que vai subindo, e fazendo pressão sobre um dique, e vai crescendo a cada hora que passa. Assim era o rigor do Pai para comigo.
            Para dar testemunho contra os homens violentos que não queriam compreender quem Eu era, o Senhor havia aberto três vezes o céu, durante o tempo da minha vida pública, no Jordão, no Tabor e em Jerusalém, na vigília da paixão. Mas Ele havia feito isso por causa dos homens, e não para me dar alívio. Eu estava sendo o expiador.
            Muitas vezes, Maria, Deus faz que os homens conhecem um seu servo, a fim de que se sintam sacudidos e arrastados por esse meio, para Ele, mas isso acontece também pela dor daquele servo. É ele que paga como próprio o pão amargo do rigor de Deus, para conforto e salvação dos irmãos. Não é verdade? As vítimas de expiação conhecem o rigor de Deus. Depois virá a glória. Mas só quando a Justiça tiver sido aplacada. Não é como se fosse por meu amor que às suas vítimas Ele dá os seus beijos. Eu sou Jesus. Eu sou o Redentor, sou Aquele que sofreu e sabe, por sua experiência pessoal, o que é a dor de ser olhado com severidade por Deus e de ser abandonado por Ele. E eu não sou nunca severo, e nunca abandono. Eu me consumo igualmente, mas sim, em um incêndio de amor.
            Quanto mais a hora da expiação se aproximava, mais eu sentia que o Pai se afastava. Sempre mais separado do Pai, a minha humanidade se sentia sempre menos amparada pela Divindade de Deus. E assim Eu sofria de todos os modos. A separação de Deus traz consigo o medo, traz consigo o apego à vida, traz consigo a fraqueza, o cansaço, o tédio. Quanto mais profunda ela for, mais fortes serão as suas consequências. Quando ela é total, traz o desespero. E, por um decreto de Deus, quanto mais alguém a experimenta, sem tê-la merecido, e quanto mais a sofre, porque o espírito vivo sente o afastamento de Deus, assim como uma carne viva sente o afastamento de uma articulação. Dá-se, então, um estupor doloroso, acachapante, a tal ponto, que quem não o experimentou, não sabe como ele é.
            T
udo isso Eu tive que conhecer, a fim de poder interceder junto ao Pai em vosso favor. Até os vossos desesperos. Oh! Eu provei o que querem dizer estas palavras: “Eu estou sozinho”. Todos me traíram, e me abandonaram. Até o Pai? Até Deus deixou de me ajudar.” E é por isso que Eu opero misteriosos prodígios de graça para os pobres corações, que o desespero domina, e que peço aos meus predilectos que bebam do meu cálice, tão amargo para os que provam dele, afim de que eles, os que estão naufragando no mar do desespero, não recusem a cruz que Eu lhes ofereço como uma ancora de salvação, para que se agarrem nela, e Eu os possa conduzir até à margem feliz, onde só há paz.
            Na tarde da Quinta-Feira só Eu é que sei se terei tido necessidade do Pai! Eu era um espírito já agonizante, pelo esforço de ter devido superar as duas maiores dores de um homem: o adeus a uma Mãe muito amada e a vizinhança do amigo traidor. Eram duas chagas que me atormentavam o coração. Uma com o seu pranto, e a outra com o seu ódio.
            Eu tinha devido partir o meu pão com o meu Caim. Eu tive que falar-lhe como a um amigo, para não acusá-lo diante dos outros, de cuja violência Eu tinha a certeza, e, para impedir um delito, que afinal seria inútil, visto que tudo já estava marcado no grande livro da vida: a minha morte Santa e o suicídio de Judas. Seriam inúteis outras mortes, reprovadas por Deus. Nenhum outro sangue, que não fosse o Meu, devia ser derramada e derramado não foi. O malvado estrangulou aquela vida, fechando num saco imundo em que estava o seu corpo imundo, e também o seu sangue impuro, vendido a Satanás, sangue que não devia misturar-se, ao cair sobre a terra, com o sangue puríssimo do Inocente.
            Bastariam aquelas duas feridas para fazerem de Mim um agonizante. Mas Eu era o Expiador, a Vítima, o Cordeiro. E o Cordeiro, antes de ser imolado, recebe a marca do ferro incandescente, conhece o que é o espancamento e o que é ser vendido ao açougueiro. E, em último lugar, recebe a lâmina gelada da faca, que penetra em sua garganta, faz escorrer o seu sangue, e o mata. Antes disso, ele deve deixar tudo: o pasto onde ele cresceu, a mãe em cujo peito ele se nutriu e se acalentou, os companheiros com os quais ele viveu. Tudo. Tudo isso Eu conheci: Eu o cordeiro de Deus.
            Para isso é que veio o Satanás, enquanto o Pai se retirava para os Céus. Ele já havia vindo no começo da minha missão, para tentar-me e desviar-me de lá. E agora ele estava de volta. Era a hora dele. Era a hora da reunião dos demónios.
            Turmas e mais turmas de demónios estavam naquela noite sobre a terra, para levarem a termo a sedução dos corações, e prepará-los para quererem a morte do Cristo no dia seguinte. Cada sinedrita tinha o seu, Herodes tinha o seu, e também Pilatos, e tinha o seu cada Judeu, que tivesse invocado sobre si o meu Sangue. Também os apóstolos tinham a seus lados os seus tentadores, que os faziam adormecer, enquanto ele ia definhando, e os preparava para cometerem um acto vil. Olha bem qual é o poder da pureza. João, o puro, livrou-se, por primeiro entre todos os outros, das garras do demónio, e voltou logo para perto do seu Jesus e o compreendeu naquele mudo desejo, e levou Maria até Mim.
            Mas Judas tinha Lúcifer, e Eu tinha Lúcifer. Ele o tinha no coração, e Eu o tinha a meu lado. Éramos os dois personagens principais da tragédia. Pessoalmente, se ocupava connosco. Depois de ter levado Judas até ao ponto de onde não podia mais voltar atrás, ele virou-se para Mim.
            Com a sua astúcia perfeita, ele me apresentou as torturas da carne, com uma exactidão insuperável. Também no deserto ele
havia começado pela carne. E Eu o venci orando. O espírito dominou o medo da carne.
            Foi, então, que ele me mostrou a inutilidade de minha morte e a utilidade de Eu viver para mim mesmo, sem preocupar-me com os homens ingratos. Viver rico, feliz, amado. Viver por causa de minha Mãe, a fim de não vê-la sofrer. Viver a fim de levar para Deus, com um longo apostolado, muitos homens, os quais uma vez que me vissem morto, logo se esqueceriam de Mim, enquanto que, se Eu tivesse sido mestre, não por três anos, mas durante lustros e mais lustros, eles teriam acabado por se compenetrarem de minha doutrina. Os seus anjos me teriam ajudado a seduzir os homens. Não estaria Eu vendo que os anjos de Deus não vinham ajudar-me? Além disso, Deus me teria perdoado, ao ver a grande quantidade de convertidos que Eu lhe teria trazido. Também lá no deserto ele me quis induzir a tentar a Deus pela imprudência. Mas Eu o venci pela oração. O espírito dominou a tentação moral.
            Ele me apresentou o abandono da parte de Deus. Ele, o pai, não me amava mais. Eu estava carregado com os pecados do mundo. E lhe causava asco. Ele estava ausente e me deixou sozinho. E me abandonou ao ludíbrio de uma multidão feroz. E não concedia nem mesmo o seu divino conforto. Sozinho. Sozinho. Sozinho. Naquela hora ninguém estava perto do Cristo, a não ser Satanás. Deus e os homens não estavam lá porque não me amavam. Eles, ou me odiavam ou eram indiferentes. E eu rezava para cobrir com as minhas orações as palavras de Satanás. Mas minha oração não subia mais para Deus. Ela recaía sobre mim, como as pedras de um apedrejamento, e me esmagava sob o peso dos escombros. A oração que para Mim sempre foi uma carícia feita ao Pai, uma voz que subia a Ele, e à qual Ele respondia com carícia e uma palavra paterna, agora estava morta, era pesada, e em vão dirigida aos céus, que estavam fechados.
            Foi então que Eu senti o amargor do fundo do cálice… O sabor do desespero. E era isso o que Satanás queria: levar-me ao desespero para fazer de Mim um seu escravo. Eu o venci o desespero, e o venci somente com as minhas forças, porque Eu quis vencê-lo. Somente com as minhas forças de homem. Eu não era mais do que o homem. E não era mais do que um homem não ajudado por Deus. Quando Deus ajuda é fácil suportar o mundo e tolerá-lo como um brinquedo de criança. Mas, quando Deus não ajuda mais, até o peso de uma flor causa fadiga.
            Eu venci o desespero e Satanás seu criador, para servir a Deus, e dar-vos a vida. Mas tive que passar pela morte. Não a morte física de quem foi crucificado, pois isso foi menos atroz, mas a morte total, consciente, a do lutador que cai depois de triunfar, com o coração despedaçado e com o sangue que se derrama no trauma de um esforço superior às suas forças. E, então, Eu suei sangue. Suei sangue para ser fiel à vontade de Deus.
            Eis porque o anjo de minha dor me fez ver a esperança de todos. O Salvador por meio do meu sacrifício, como um consolo para a minha morte.
            Ele me deu os vossos nomes. E cada um deles foi para Mim uma gota de remédio derramado em minhas veias, para restituir-lhes a tensão e o funcionamento, e cada um foi para Mim uma vida que volta. No meio das desumanas torturas, para não gritar por minha dor humana, e para não perder a esperança em Deus e dizer que Ele estava sendo severo demais e injusto para com a sua Vítima, Eu repeti os vossos nomes, pois Eu vos vi. E Eu vos abençoei. E desde aquele momento Eu vos trouxe no Coração. E, quando chegou a vossa hora de estardes sobre a terra, Eu me adiantei, vindo dos Céus, para aco
mpanhar vossa chegada, alegrando-me com o pensamento de que uma nova flor do amor havia desabrochado no mundo, e que teria vivido por Mim.

            Oh! Meus benditos! Conforto do Cristo moribundo! A Mãe, o discípulo, as mulheres piedosas estavam ao redor de Mim, que estava morrendo, ainda viam junto ao rosto sofredor de minha Mãe, os vossos rostos amorosos, que se fechavam assim, felizes por se fecharem, porque vos haviam salvado, e vós, que mereceis o Sacrifício de um Deus.”
(Gentileza Antonio, de Portugal) 




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