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14/09/2005
Ética


Moral - 04 Ética
Moral - 04 Ética

2050909 ÉTICA
 
     Num mundo relativista como no que vivemos hoje – onde a “verdade” muda ao sabor das ondas – é comum vermos jargões e frases, também palavras, que se tornam lugar comum, que designam atitudes, comportamentos e situações, nem sempre a verdade – porque também esta passou a ser relativa – mas que certamente marcam profundamente nossa época maldita. Elas rolam nas bocas como doces, e são pronunciadas até com biquinho pelos mais afoitos, falo destes que com isso, se acham a essência da sumidade cultural. Pobres deles! Então estamos vivendo no tempo do “politicamente correto”, o tempo do “manejo sustentável”, do “ecologicamente correto”, do “qualidade de vida”, do “enquanto pessoa” – mais próprio, “enquanto bestas” – enfim, a cada dia surgem novas “tiradas” do capeta, que passam a pousar de boca em boca, como colibris esvoaçantes.
 
     Na verdade, todas estas palavras, escondem por trás verdadeiros ardis, arapucas, que os incautos usam, com poses de elevada cultura, quando na realidade indicam o grau de subserviência a que nos impusemos, sob o domínio dos condutores da destruição. É que, por trás destas frases de efeito, que soam até bonito aos ouvidos tolos, a besta escondeu seu projeto maldito, porque politicamente e ecologicamente somos levados como animais irracionais rumo ao matadouro, ao desvario da perda eterna de muitas almas. Temos pois, apenas um pouco mais de tempo, para vivermos “enquanto pessoas humanas”, porque o ardil que está por trás, nos empurra para o tratamento das bestas. Estas coisas não procedem de Deus, antes e sempre, e cada vez mais, nos afastam Dele!
 
     Há porém um termo, uma palavra, que pomposa e ufana é repetida hoje, milhares de vezes ao dia, neste país de piadas de mau gosto – e mentiras – onde o povo segue os atores: os atores das novelas da TV Globo, que plantam maus costumes e colhem pecados e vícios; ou aos políticos do Congresso, que plantam mentiras e colhem descalabros e a corrupção generalizada: Esta palavra se chama ética! Este termo insepulto, que durante milhares de anos freqüentou quem sabe algumas mal traçadas linhas de escritos vãos, hoje é manchete de jornais, é voz corrente do povo, é grito da multidão que esbraveja e clama, e cobra atitudes – éticas – e é título de artigos de rábulas como eu. Infelizmente, tenho que falar nela!
 
     Que quer dizer ética? Que significa realmente este termo hoje tão famoso? Diz o “pai dos burros”: “Estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana, susceptível de qualificação do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade seja de modo absoluto”. Comprido, complicado, confuso! Mais ou menos isto: refere-se à conduta de uma pessoa, dentro de uma sociedade, para o bem ou para o mal. Quer dizer que quando o sujeito faz o que tal sociedade considera o bem, ele é ético, quando age erradamente não o é ético, ou seja, é antiético! Ufa! Isso tudo, porém, considerado o conceito de cada sociedade, de cada povo, de cada país, em suma, um conceito humano e vago. E, portanto, falho! Nenhum conceito no campo do comportamento humano pode ser relativo, porque o homem não foi criado para seguir a lei humana, mas sim a de Lei Deus que é absoluta, e é imutável, e é eterna. Somente esta lhe traz a felicidade plena.
 
     Sim, porque muito daquilo que é considerado ético para um povo, não o é para outro. Então este conceito não pode ser universal, nem ser aplicado como verdade, pois esta somente vem de Deus. Para alguns povos da polinésia, é ético e é moral que os chefes das tribos sejam os primeiros a desvirginar as meninas, para nós isso seria aberração, quem sabe um crime grave punível de cadeia. Para alguns povos africanos também é ético desvirginar as meninas, dilacerando seu clitóris com um caco de coco – tem que ser com este objeto – para que jamais sintam prazer, entretanto isso para nós é repugnante. Eis ent
ão, que esta palavra – ética!, não pode ser vir de parâmetro de conduta humana, de quem quer que seja, de povo algum, em época alguma, porque é um conceito relativo!
     Ética é então, apenas um arremedo de etiqueta, de comportamento “politicamente correto”, de “aceitável” – mesmo sendo ainda pecaminoso – nada mais que isto. Vejo, por exemplo, que a TV Globo é exatamente a emissora que mais pugna pela ética. Qual é a ética da TV Globo? Novelas podres, imundas, dirigidas por pessoas carregadas de taras, que insistem em padronizar o homossexualismo, como normal, como aceitável – ético – podendo ser acusado do crime de discriminação, ser contra este pecado torpe. Também são éticas, as suas novelas que pervertem as crianças desde a tal “malhação”, e são éticos os casais trocam e se destrocam, até ficarem mais sujos que papel higiênico usado. São casais libidinosos, mulheres luxuriosas, meninas devassas, homens e mulheres malignas, cheios de ardis e tramas, que tem o sentido de levar o povo à baixeza e à devassidão. Choro, emoções, suspiros, e por trás a ópera do demônio! Ética? Fui nojo!
 
     Isto é ética para eles. E é com esta ética – comportamento considerado como normal e padrão de uma sociedade – que eles transformam a vida deste país num inferno. Tornando-o escravo de satã! Vejam: Se a TV Globo usasse com o Lula, da mesma ética que usou com o Collor, também ele já teria saído pela porta dos fundos. E é por isso que a TV Globo entra com tanta força nesta campanha contra o desarmamento, usando de estatísticas furadas e mentirosas, montadas por jornalistas inescrupulosos que induzem o povo ao erro, e que por isso mereceriam ter cassadas as suas credenciais. Tudo para que adiante, este mesmo povo “patético”, não tenha condições de reagir quando adiante for abalroado, pela besta – ética – que o conduz para o abismo. E sim, e faça uso das armas para se defender destes “éticos” todos, que os seduziram e enganaram.
 
     Veja: para muitos – se assim lhes perguntarmos – pode ser algo absolutamente ético que um político roube dos cofres públicos, que empregue todos os seus parentes, que se atribua elevados salários, mas para outros isso é inaceitável. Para uns, também, pode ser ético um político se cubra de belos ternos, calce sapatos importados, use a gravata da moda e até se bronzeie para parecer mais jovem, mesmo que por baixo desta farda se esconda um salafrário, um larápio, um gangster e um corrupto. Ó sim, ainda mais se ele fala bem bonito, discursa bem, mesmo que minta a todo instante, com uma desfaçatez tão descarada, que isso faria corar de vergonha até aos próprios demônios.
 
     Há tempos atrás, era comum se ouvir a frase “rouba mas faz”. Ela se referia em especial ao Paulo Salim Maluf, de São Paulo, homem considerado “tocador de obras”, que realizava grandes projetos e que, embora todos soubessem que roubava, ainda assim o achavam preferível a alguém não roubasse, mas que realizasse menos. Pois bem: vejam no que deu: o acusam de assalto à Prefeitura de São Paulo, lesada em 500 milhões de dólares, e está na cadeia. Em verdade, este homem vem sendo acusado já desde antes de ser prefeito, e antes mesmo de ser governador, de gestão e falência fraudulenta de uma tecelagem, onde ele deu um golpe em muitos investidores. O povo sabia disso – porque largamente noticiado – mesmo assim o considerava “ético” o suficiente para lhe confiar sucessivos mandatos.
 
     Quando eu assisto – e quase subsisto em ter que falar nisto – a estes interrogatórios das CPI, e vejo o quanto eles mentem, escamoteiam, distorcem a verdade, sinto estar num mundo alienígena – outra palavra comum destes tempos de satã, pois alienígenas são de fato demônios – sinto que a terra não é mais a mesma, não quero mais morar aqui. Óbvio que vão negar até a morte, mesmo diante das provas. As estrelas cairiam dos céus se abrissem o jogo! Mas vejam: Os anjos caídos, também negaram diante de Deus e até o fim se obstinaram na mentira. Mesmo diante das provas! E caíram fulminados pela justiça de Deus! E
é por esta Justiça – moral – que o inferno está cheio de anjos teimosos e também de políticos quem mentem, com tanta facilidade que deles até o inferno sente inveja!
 
     Não compete a mim, porém, dizer quem mente ou não nem me compete provar a inocência – se é que ela existe em alguém de lá – ou a culpa de qualquer um. Porém o que vejo, o que parece acontecer hoje – não somente da parte dos políticos, mas também de uma significativa parcela do povo é uma sanha danada em cassar somente o acusador, o deputado Roberto Jefferson, mesmo que ainda não se tenha terminado de comprovar as denuncias que ele fez. Aliás, aqui está um dos descaminhos da tal ética, coisa que se alia à tal de imunidade parlamentar. Vejamos se me faço entender:
 
     Dizem que um deputado tem imunidade parlamentar e não pode ser julgado etc, e tal, caso tenha cometido certos tipos de crimes. Também é crime – contra a ética – saber de algo grave, de um desvio de conduta, de qualquer membro ocupante de cargo público e não denunciar. Mas um deputado, não é policial, nem procurador, nem é responsável, por ter que provar tal desvio, se ele existe ou não. É para isso que ele tem imunidade. A investigação compete ao Ministério Público! À Polícia Federal! Então como podem acusá-lo de não ter apresentado provas – que farsa é isso tudo – quando as provas quem tem que arrumar é a polícia ou a CPMI? E veja: mesmo que nada fique comprovado, ainda assim, ficando as coisas claras, comprovado que não aconteceu tal atitude “antiética”, não se poderá cassar quem tem imunidade. Ou não?
 
     Entretanto – vejam o embuste – este mesmo deputado poderia ser acusado – e cassado – por quebra do decoro parlamentar – se é que ainda existe decoro naquele parlamento indecoroso – caso se comprovasse que ele sabia do tal de mensallão, da clara corrupção, e não tornasse isso público. Não revelasse à nação! Ou seja, pela ótica da ética – deu até trocadilho – se denunciar precisa ser cassado, se calar também o pode ser. A não ser que a ética do Congresso – nunca se sabe – seja pela ótica do avesso: o verdadeiro criminoso é quem denuncia o pecado que todos cometem! Para ser ético, deve calar!
 
     Ou – quem sabe é assim – uma vez que todos comentem o mesmo deslize moral, então isso passa a ser ético – aceito pelo pensamento dominante da casa – e não mais reprovável, que todos possam usar e se locupletar da coisa pública, sem se preocuparem com questões de princípio e de moral. Ou seja: invertendo o ônus da prova, é antiético quem não quebra o decoro? Ou é ético somente quem é corrupto?
 
     Se o leitor percebeu, já por três vezes citei até aqui a palavra “moral”, até porque ela teima em aparecer: Que diz o dicionário? Conjunto de regras de conduta consideradas como válidas quer de modo absoluto para qualquer tempo, quer para grupo ou pessoa determinada. Relativos à moral! Que tem bons costumes! Relativo ao domínio espiritual... Então, embora haja uma pequena nuance entre a definição do que seja “ética” e  “moral”, na verdade vai um infinito entre ambas. A primeira se refere à conduta humana em cada tempo – quem sabe segundo a moda dos tempos? – enquanto a segunda traz consigo uma definição permanente. Ou seja, a ética pode mudar de acordo com a vontade dos homens, a cada tempo, a cada sociedade, mas a moral não muda nunca, porque se baseia em algo muito superior – o sentido divino – que é de natureza espiritual, e é permanente.
 
     Desta forma, a ética pode não considerar que algo seja um pecado, em determinado tempo, enquanto a moral sempre terá um dedo em riste contra ele, mesmo que o mundo continue ainda por milênios. A ética muda de acordo com a vontade dos homens, a moral não muda nunca, por força da Lei de Deus. Na verdade, a palavra ética nem existe no vocabulário divino, só no dos homens corrompidos, ou que querem corromper. A ética foi inventada então, pelos homens, como um substitutivo disfarçado da moral, com um gosto mais atenuado e “light”, até porque a palavra im
oralidade soa pesada e acusadora – soa como sinônima de pornografia (E as cafetinas?) e de pecado – enquanto antiética soa, pateticamente menos dura. Ser taxado de imoral ninguém quer, já de antiético que mal tem isso? Viram como tem sido fácil ao diabo enganar os éticos? E a nós, os patéticos?
 
     Ora, considerando a situação do deputado acusador, caso se comprove – e tanto a CPI quanto a Polícia Federal já tem provas claras – de que houve realmente um mensallão, como é que pode ir avante um processo contra ele? Então dirão que ele feriu o decoro por usar indevidamente as verbas Caixa dois de campanha. Bem, neste caso eu gostaria de ver a cara do Congresso, caso ele entrasse naquela casa, com uma mala recheada de 4,5 milhões de reais, as mesmas notinhas que o PT lhe entregou, sim com as digitais do G e do D e não sei mais o quê, impressas nelas! Seria uma cena insólita, para ficar gravada na história e na memória deste país sem glória. E daquele Congresso inglório! 
 
     E aí, Congresso Nacional, que fazer numa situação destas? Aqui a prova da corrupção e lá a prova do mensallão, quem vai ter coragem de votar pela cassação? Duvido – e diante disso tudo, eu tenho este direito de pensar e escrever assim – que naquela casa, com mais de cinco centenas de membros – Senado e Congresso – haja um só parlamentar eu digo e repito, apenas um só, que não tenha cometido qualquer deslize – ético! Nem falo em moral – no uso, na captação e na malversação das verbas de campanha. Porque, se não o fez a nível individual, o fez usando o dinheiro do partido. Se ele é rico, com certeza não declarou tudo, centavo a centavo, na prestação de contas de sua campanha. Se ele é pobre e usou dinheiro arrecadado pelo partido, com certeza nenhum deles declarou tudo honestamente e ponto final. Não acredito, duvido! Então, cadê a moral dos outros para cassa-lo?
 
     Será justo por questões de consciência que adiaram a votação no plenário? Claro que não, consciência ali é letra morta! Em verdade, dada a terrível situação de corrupção a que este partido – diga-se de passagem inocente ParTidinho para fazer maracutaia tão tola e tão patética – se formos olhar a questão, não pela ótica da ética mas pela moral da lei natural, e da Lei de Deus, verdade é que não sobra direito a ninguém, sequer de cassar os que receberam o mensallão, tampouco os que o pagaram. Por isso, abaixo faço um crivo, de perguntas e respostas, pelo qual devem passar ANTES todos os deputados que quiserem cassar os outros, seja por qual desvio de conduta for. Serve também para nós, leigos, vermos o abismo que vai entre a ética mutante, e a moral permanente.
 
     E, como sempre começo com o Evangelho de São João Capítulo 8, onde os escribas e os fariseus trouxeram até Jesus uma mulher apanhada em adultério e Lhe perguntaram: Esta mulher foi apanhada em adultério. Moisés manda que a apedrejemos! Que dizes tu disso? Perguntavam isso para acusa-lo! Jesus, porém, se inclinou para frente e escrevia com o dedo na terra. Como insistissem, ergueu-se e disse: Quem de vós, estiver sem pecado, que atire a primeira pedra! E inclinando-se novamente escrevia na terra. A estas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando, um por um, até o último, a começar pelos mais velhos.
 
     Pois bem, a regra da moral é a mesma, quem sabe a ética permita um desvio. Mas como, em questões de falta e de pecado o que manda é a moral superior da Lei de Deus, vamos então lembrar aos ilustres cassadores, alguns desvios comuns a todos, de conduta moral, num exame de consciência – moral – que poderá causar o mesmo efeito, sim porque olhamos aqui para estes desvios de conduta pela ótica de Deus, não dos homens. Pela ótica do pecado, não da simples ética. Duvido que alguém ficará de pé, e que não se retirarão todos os acusadores... a começar pelos mais velhos do PFL e PP. Claro, isso se os escribas e fariseus de hoje, não tenham se tornado, tão escribas, e tão fariseus, a ponto de sufocarem 100% a voz da
consciência. Ou seja, somente se falarem pela boca de satã – para negarem tais evidências – aí estaremos realmente perdidos.
 
     Vejamos então, e que atire a primeira pedra – ou dê o primeiro voto – aquele que:
 
01 – Nunca participou de nenhum esquema politiqueiro de eleição, envolvendo compra de votos ou coerção tácita, para ganhar eleições. Isso inclui alijar outros candidatos, preterir outros, derrubar adversários pela mentira e a insídia, ou comprar apoios em favor de si próprio, usando de futricas, ardis e mentiras! Isso inclui as velhas raposas políticas deste país, que durante décadas inteiras se mantém no poder, e duvido que um só deles – os velhos primeiro, diz o Evangelho – passem daqui!
 
02 – Nunca usou de dinheiro sujo em sua campanha, nunca utilizou um “Caixa 2”, com a captação de dinheiro ilegal, seja próprio, seja de empresas, fundos e entidades, seja de pessoas, seja ainda dinheiro público desviado. Isso inclui a prestação de contas perfeita, centavo a centavo, com as devidas notas fiscais quentes e os respectivos impostos pagos!
 
03 – Nunca praticou o nepotismo, empregando parentes em cargos públicos, que nunca favoreceu amigos em empregos ou cargos e “assessorias”, em detrimento de pessoas mais capacitadas, ou mais necessitadas! Isso inclui o empreguismo no próprio gabinete, inclui o pleitear indicações de parentes, amigos ou apaniguados para ocuparem cargos “de confiança”, tudo isso gerando postos e gastos além da conta, pois tudo isso é imoral;
 
04 – Nunca fez uso de verbas escusas, vindas dos próprios partidos em que eles estão filiados, dinheiro que resulta sempre de inúmeras maracutaias – tráfico, jogatina, fraude, desvio do dinheiro público – como as que estão sendo reveladas agora nas CPMI em andamento. Isso se aplica, porque se o partido é corrupto, quem está filiado nele e aceita esta regra suja, é também corrupto igual.
 
05 – Nunca promoveu ou participou de licitações fraudulentas, nunca colocou a mão em nenhum centavo sujo do dinheiro público, nem pressionou aos ganhadores de licitações, para que fornissem o caixa do partido. Isso inclui, naturalmente, os que desviam o dinheiro para o próprio bolso. Claro, nem se fala em assassinato de Toninhos, nem de Celsos Daniel, nem Valdeci Paiva... Sim, isso exclui de saída, a todos os filiados aos partidos que estão sendo acusados de participar do esquema do mensallão, PT, PL, PTB, PMDB e outros. Partido, são todos os que estão filiados nele, que aceitam suas regras e seguem seus estatutos!
 
     Mudemos um pouco o foco da questão, e perguntemos de outra forma. Vamos agora excluir dentre os que ainda restam, que passaram – duvido – pelos cinco crivos acima...
 
1 – Todos os que sabiam da existência do mensallão, mas não tiveram coragem e o dever cívico de denunciar! Eles feriam o decoro parlamentar!
2 – Todos os que participaram diretamente do mensallão, recebendo quantias em favor de votos para aprovar projetos do governo!
3 – Todos os fisiologistas que votaram em Severino para presidente da Câmara, porque foram atiçados por ele com a promessa da elevação dos salários e aumento da chamada verba de gabinete.
4 – Todos os que se dispuseram a ir ao Banco, retirar dinheiro vivo, mesmo que em nome do partido e nem tenham ficado com ele, porque sabiam sem dúvida que está prática não só é incomum, como ilegal. Grandes quantias se pagam com cheques, ou transferências interbancárias não com saques vultuosos em moeda!
5 – Todos os que participaram diretamente da montagem deste esquema bandido, que visava a perpetuação deste partido “ético” no poder, pela força opressora do dinheiro.
6 – Todos os que de uma forma ou outra mentiram, seja em depoimentos nas CPIs ou na Polícia Federal, também os que mentiram em reportagens, ou tomadas de reportagens para a TV, as revistas e jornais, também os que tentaram minimizar, ou abafar o caso ou que tentaram desesperadamente inverter o ônus da prova. Fora com todos eles!
7 – Todos os que tentaram forjar provas e álibis, q
ue tentaram atrapalhar o andamento da CPI ou desviar seu foco, que tentaram descaracterizar a denuncia, que tentaram diminuir a pena para os envolvidos, que sonegaram documentos ou informações importantes, em especial os que mentiram, dizendo que não sabiam de nada, belos maridos traídos.
 
     Mudemos mais uma vez o foco do inquérito, destinado agora a tirar o direito de voto, de todos os que feriram a Lei divina e que a moral condena, aprovando, apoiando ou promovendo as leis de...
 
1 – Aborto, que levam à destruição da vida e à morte da própria nação;
2 – Eutanásia, os que pugnam por tais leis, também contrárias a Lei de Deus;
3 - Pesquisa com células tronco-embrionárias, mal sabendo que isso implica em simples assassinato, mais ainda sabendo que estas células podem ser obtidas diversamente;
4 – Homossexualismo, a união civil de parceiros de um mesmo sexo, incluindo aí a garantia constitucional sobre patrimônio, também a adoção de crianças por tais pares.
 
     São, assim, 12 inquisições pela lei humana e 16 pela Lei da moral Divina. Na verdade eu duvido e desafio, a que um só dos membros do Parlamento Nacional, das duas casas, também do executivo e os seus ministros, a que consiga passar incólume e ileso por todo este crivo, e que se sinta, ainda, não só no direito, mas no dever de atirar a primeira pedra, a dar o primeiro voto em favor da cassação de quem quer que seja, corruptos ou corruptores, denunciantes ou denunciados, sejam inocentes, sejam culpados.
 
     Mas se, ainda assim, houver alguém tão ilibado, tão santo – não hipócrita, não fariseu, não escriba – que se julgue no direito ético de acusar, penso que ainda assim é preciso que, num último lampejo de consciência, ele olhe para dentro de si e diga: Sou um homem honrado e sem pecado! Meu passado inteiro é de um cidadão impoluto, digno e trabalhador! Sempre tenho pugnado pelo bem comum, e jamais tive um só desvio de conduta moral. Tenho uma família – ascendente e descendente – que segue a mesma regra e nada há que a desabone. Tenho combatido duramente todo tipo de corrupção, e jamais votei a favor de qualquer lei que beneficiasse grupos, partidos ou instituições, em detrimento do povo e do eleitor que me confiou seu voto.
 
     Mais: eu me bati contra todo tipo de mordomia imoral que assola este país, onde na iniciativa privada o ganho médio de milhões de cidadãos é seis vezes em média menor do que no poder público. Tenho combatido duramente a desigualdade social, não permitindo que a vantagem imoral de alguns poucos deixe na miséria degradante 50 milhões de brasileiros, que não tem o que comer. Por isso me bati contra os juros abusivos dos bancos e das financeiras, me bati contra a política econômica que privilegia setores em detrimento de outros, que premia a exportação para gerar superávits que pagam os demoníacos juros dos Bancos e Fundos internacionais, mas que levam junto o sangue do povo e a vida da nação.
 
     Lutei bravamente contra o empreguismo no estado, que se incha a cada dia mais, com milhares de milhares de cargos de assessoria de coisa alguma, que jamais corta suas despesas e gastos, nem na “granja do torto” nem do Congresso torto. Me bati arduamente contra o crescente aumento de impostos, que leva hoje 40% de tudo aquilo que o cidadão brasileiro produz, tudo para devolver este sistema educacional falido e subserviente, que obedece aos padrões da besta ordinária e desserve ao povo brasileiro, para dar em troca este sistema de transportes ordinário, onde milhares de quilômetros de estrada mais parecem as crateras da lua, onde centenas de pedágios – fontes de Caixa 2? – cobram extra, aquilo que caberia ao poder público fazer, para que serve o IPVA dos carros?
 
     Também pugnei por um sistema de saúde justo, que correspondesse à altura a tudo aquilo que o cidadão paga, em impostos e taxas, inclusive a famigerada CPMF, não este caos ordinário em que nos encontramos, com hospitais em estado falimentar, onde faltam equipamentos e medicamentos, onde se formam filas quilométricas n
as portas dos ambulatórios, e onde se expõe com a maior crueza possível o sofrimento do povo, e onde se mostra em cara nua a diferença entre o rico que pode pagar, e o pobre que depende do poder público. Onde fica mais clara do que nunca, não somente a deficiência do estado brasileiro, mas a sua falência, fruto quem sabe da sua eterna e proposital ineficiência.
 
     E se depois disso tudo, sobrou realmente ainda um só deputado ou senador, devemos eleva-lo às honras dos altares, não somente o elegendo presidente, mas quem sabe rei, até porque a sua dinastia será santa e a perpetuação de seu mandato será benéfica ao povo, pois regida pela mão do próprio Deus. Mas isso tudo, somente será possível se ele se pautar pela ótica da moral, não pela ótica caolha da ética humana. De qualquer forma, se sobrou um só, depois de todo este crivo, vou elimina-lo com uma última questão: Ele deve se mirar nos olhos de Jesus, e dizer a Ele que seu desejo de candidatar-se a um cargo público, não foi movido por dinheiro, nem pelo desejo de crescer em mando e poder, mas unicamente para a o “bem do povo e a felicidade geral da nação”. Pronto, feito isso se pode perguntar ao Jefferson: onde estão os que te acusavam?
 
    E agora que sabemos que este homem não existe, temos que nos contentar em sermos governados por gente até esforçada, porque do mandacaru ao caviar deu realmente um grande passo. Que do jegue e do pau-de-arara ao superavião cresceu de montão. Que da lodosa água da cacimba, ao vinho importado de nove mil reais a garrafa, dão hoje um belo gole do sangue da nação. Porque, enquanto o caviar rola na granja, o povo está a zero, de tanta fome. Onde as três refeições do povo? Não será que ele quis dizer – sendo povo – agora vou finalmente ter três refeições? Onde estão os 10 milhões de empregos? Não será que ele confundiu 10 milhões de empregos, com um emprego para ele, de 10 milhões?
 
     Enfim, enquanto o povo se rala, o superavião voa mundo afora levando o novo estadista dos brejos, e nos sobrevoa: falta apenas que o buraco do bacio folheado a ouro da super nave, se volte para baixo, a fim de que “aquilo” nos caia na cabeça. Quem sabe acordaremos do sonho de ver um “trabalhador” na presidência do país, e um velho “mensalinho” na casa legislativa. Se não acordarmos, em breve o vinho não será mais “Sangue de Boi”, mas o sangue dos pobres bois: nós mesmos!
 
     E tudo indica que vai dar nisso mesmo. Vejam que, nas últimas duas semanas houve calma na situação da CPI do mensallão. Uma semana dedicada a Paulo Maluf, e a outra dedicada ao vovô da “concha” e da mesada do restaurante. Tudo para desviar o foco das atenções e quem sabe estudar uma saída – ética – para a questão dos 18 acusados... e dos outros 482 que falta acusar. São 500 ao todo, no Congresso e no Senado?
 
     Falando em acusar, a acusação é tanta, a sujeira é tanta que quanto mais você puxa o tapete, mas aprece a corrupção. Dos três mil reais, do funcionário do correio se chegou ao mensallão, dali se foi ao Celso Daniel, depois respingou no Severino, sempre com novos e escancarados envolvidos. Resultado, nos parece que é como sujeito que quer levar um monte de areia fina numa grossa peneira: quanto mais ele anda mais perde, quanto mais junta menos consegue levar. Quem duvida de que no fim chegará de mãos vazias?...
 
    Enfim, nada está ainda provado, mas se o ficar, o descaramento é tanto, que o Severino tem o desplante de vir dizer que “talvez” tenha assinado aquele papel fraudulento, do acordo de prorrogação do restaurante, por um “lapso de memória” – ou por um caso de senilidade, ou decrepitude mental? – e isso nos coloca em uma situação ainda pior: O Congresso, então, está sendo dirigido por um ancião já senil! Neste caso, a “ética” do Congresso o poderá mandar para um sanatório, onde o desfecho será menos desonroso, além, da bela aposentadoria que não será proporcional, mas integral. Sim, se depender dos éticos do PT, e se depender do presidente ético, o Severino pode arrumar as malas, porque eles descobriram
que, com a saída dele, podem recuperar a casa. Hein vovô?
 
    Terminando, nos parece que no meio de tanta mentira e descaramento, retornamos ao tempo antigo, de 400 antes de Cristo, quando Diógenes de Sínope fundou a doutrina dos cínicos. Esta escola ou filosofia, pregava que “é impossível conciliar as leis morais com as exigências segundo as leis da natureza”. Ora, hoje estamos aí num mundo naturista, onde – pelas leis da ética – todos devem se pautar de forma “ecologicamente correta”. Mas como fica esta caolha ética naturista, se a cínica já provou que ela é impossível?
 
     Naquela época, Diógenes, munido de uma lâmpada, em plena luz do dia gritava no meio do povo: “procura-se um homem!”. Hoje, poderíamos também parodiá-lo e gritar em plena luz do dia pelas ruas de Brasília: procura-se um deputado cassador ilibado, e moral! Como precisamos de 257 votos de “Vossas Excelências” para cassar um deputado, o Diógenes de hoje terá que gritar muito ainda para encontra-las! Sim, pela ótica da ética moderna, encontrará 500 em 500, pela ótica da moral da lei – e da Justiça – divina e eterna, não encontrará nenhum um em mil. Viva o Brasil... sem ética! Fui!...
 
     Vamos rezar por eles que é melhor. Falando em rezar, há tempos Nossa Senhora nos pediu que, todos os dias, rezássemos três Ave Maria pelos poderosos, que muitos cairiam! E com certeza, temos muitas pessoas rezando: será por isso esta cascata de tombos?
 
Que Deus nos abençoe, e nos livre dos éticos!
E dê-nos governantes morais!
 
Arnaldo
 
    
 
   
 
    
 
 
  
 



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