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22/01/2009
João de Maria


Maria - João de Maria
22/01/2009 09:18:44

Maria - João de Maria


JOÃO DE MARIA
 
Segue um belo texto, com indicativo de fonte no final, muito interessante, sobre Nossa Senhora, como a verdadeira professora de São João.

São João, filho de Maria   

Quem é, verdadeiramente, São João, o discípulo bem-amado de Jesus, que Maria recebeu d´Ele, seu Filho, ao pé da Cruz? A Tradição no-lo apresenta como um Apóstolo bem atípico, ao mesmo tempo, o mais jovem dos Doze Apóstolos e um dos três Apóstolos, junto a Pedro e Tiago, seu irmão, que Jesus selecionara para acompanhá-lo, em circunstâncias bem particulares (no Monte Tabor, na sua Agonia, na Ressurreição da filha de Jairo, um dos principais da Sinagoga), o "bem-amado" ou o "preferido" de Jesus, o único que repousou sua cabeça sobre o coração de Jesus, na Última Ceia, o único dos Doze, presente ao pé da Cruz, o primeiro que "viu e acreditou" ao avistar o Sudário de Cristo no túmulo vazio.
Ele foi o único, igualmente, que sobreviveu, por longos anos, após o martírio de Felipe, que foi crucificado e lapidado em Hierápolis, no ano 81, até o Reinado de Trajano - segundo o depoimento de Santo Irineu e de São Jerônimo - , como o último apóstolo a deixar esta terra.
João foi o único que não morreu pelo martírio, e cujo destino foi evocado de forma misteriosa por Jesus: "Se eu desejo que ele permaneça até a minha volta, o que tens a ver com isso?" Foi ele a receber a extraordinária revelação do Apocalipse, o único a revelar, em suas Epístolas, que "Deus é amor", e a compor um Prólogo e um Evangelho com visão extraordinariamente ampla, realmente singular.
Como explicar um destino tão admirável? O segredo de São João se deve, sem qualquer dúvida, ao fato de que ele foi confiado, entregue à Virgem Maria como filho, e ele a levou para "a sua casa", cuidando dela, afetuosamente, durante longo período.
Quando nossa perspectiva é a vida de São João, percebemos os fantásticos privilégios por ele recebidos, que o conduziram a tornar-se esta "águia", como é reconhecido pela Tradição. Inicialmente, João foi discípulo de João Batista e depois, discípulo de Jesus ao longo de três anos. Após a morte e Ressurreição de Jesus, ele passou uns vinte anos ao lado da Virgem Maria, a Mãe da memória, esta que o ajudou a amadurecer o fantástico Evangelho que escrevera, pleno de clarividência e precisão e que ele ensinaria e divulgaria, oralmente, durante quarenta anos, antes mesmo de receber a revelação do Apocalipse, que lhe proporcionaria visão ainda mais precisa e aguçada do mistério de Cristo, durante o tempo em que conviveu com a Virgem Maria, meditando e refletindo, intensa e profundamente, sobre a Encarnação do Filho de Deus.  
O Papa João Paulo II lembrava, freqüentemente, este período importantíssimo em que Jesus confiou o discípulo que tanto amava e por quem era tão amado, à sua Mãe, e em João, como filho de Maria, cada discípulo de Cristo é convidado a se reconhecer: "O nome do discípulo era João. Precisamente, João, filho de Zebedeu, apóstolo e evangelista, ouviu do alto da Cruz as palavras de Cristo: ‘Eis a tua Mãe’. Anteriormente, Jesus tinha dito à própria Mãe: 'Senhora, eis o Teu filho'. Este foi um testamento maravilhoso.  
Ao deixar este mundo, Cristo deu a Sua Mãe um homem que fosse para Ela como um filho: João. A Ela o confiou. E, em conseqüência desta doação e deste ato de entrega, Maria tornou-se mãe de João. A Mãe de Deus tornou-se Mãe do homem. E, a partir daquele momento, João 'recebeu-A em sua casa'. João tornou-se também amparo terreno da Mãe de seu Mestre; é direito e dever dos filhos, efetivamente, assumir o cuidado da mãe. Mas acima de tudo, João tornou-se, por vontade de Cristo, o filho amado da Mãe de Deus. E, em João, todos e cada um dos seres humanos, d'Ela se tornaram filhos."   (João Paulo II)  - Homilia da Missa do dia 13 de maio de 1982, em Fátima .    
Podemos tentar reconstituir a cronologia da
vida de João, a partir dos documentos que a Escritura, a tradição e as pesquisas históricas nos oferecem. João teria nascido por volta do ano 10 após Jesus Cristo. Passou sua infância, até os doze anos, em Betsaïda, à beira do Lago Tiberíades, um dos lugares mais belos do mundo.  
Podemos imaginar o pequeno João deslumbrado, extasiado pela beleza da natureza, interrogando-se sobre quem seria o Autor de tantas maravilhas. Seu pai, Zebedeu, era, como testemunha o Evangelho, responsável por uma pequena empresa de pesca, proprietário de barcos, tendo alguns trabalhadores sob o seu comando. Os peixes eram pescados e vendidos em Cafarnaum, ou, então, pescados e secos, e transportados por André e Felipe, que falavam grego, até a Decápole, e por Tiago e João até Jerusalém, onde os peixes da Galiléia pareciam ser muito apreciados.  
Após os doze ou treze anos, João teria visitado Jerusalém com certa freqüência, acompanhando seu irmão Tiago, cuidando dos negócios do pai ou participando das peregrinações festivas. O jovem, notadamente atraído pelas coisas de Deus, devia freqüentar os extraordinários mestres da época: o notável Schammaï (Semei), o grande Hillel e seu sobrinho, Gamaliel, já então, renomado professor.  
Segundo testemunho do próprio Evangelho, João conhecia bem a cidade, suas festas e até mesmo a “entourage” do Sumo Sacerdote (Jo 18, 15-16).
Porém, a caminho da Cidade Santa, estrada que ele percorria, regularmente, João, adolescente, encontrou alguém extraordinário, fascinante, na pessoa de João Batista, tornando-se seu discípulo, juntamente com Tiago, além dos amigos pescadores: André, seu irmão Pedro, Felipe e Natanael.
Entre os anos 24 e 27, o grupo manter-se-ia, não somente, como jovens alunos, mas também, admiradores de João Batista, até o dia em que este último os encaminharia a Jesus Cristo, designando-o como "O Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo", o que jamais seria esquecido por João, e que se solidifica, no centro do seu Evangelho, assim como no Livro do Apocalipse.
Nos três anos compreendidos entre o ano 27 e o ano 30, João seguirá Cristo, seguida e incansavelmente, e receberá, com o frescor de sua alma pura e infantil, os ensinamentos do divino Mestre, tornando-se, por conseguinte, o discípulo "bem-amado", o "preferido", ou, mais exatamente, segundo a tradição oriental, o discípulo assim designado, porque foi o que conseguiu se aprofundar, mais intensamente, no pensamento do Mestre e porque pôde divulgá-lo, com as mesmas palavras de seu Mestre.  
O amor que sentia e dedicava a Jesus era tão forte que ele foi o único Apóstolo presente ao pé da Cruz, na hora em que as trevas nefastas dispersaram todos os outros:
"Maria, a Mãe do Senhor, estava de pé diante da Cruz de seu Filho ; isto eu entendi somente por meio do que foi dito por São João Evangelista. Com seus escritos, aprendi como Jesus, sofrendo na Cruz, chamou sua mãe. Este foi o Testamento de Cristo no Lenho, e João nele pousou a sua assinatura, digno testemunho de um tão grande testador. Este precioso Testamento não nos lega dinheiro ou bens materiais, mas a vida eterna, e não se apresenta escrito com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo. E, enquanto os Apóstolos esquivavam-se e fugiam, Maria se mantinha, firme, ao pé da Cruz, e contemplava as feridas de seu Filho com olhos maternos. Ela esperava, não a morte de seu bem-amado, mas a salvação do mundo." (Santo Ambrósio de Milão (+ 397).  
"Na pessoa de João, como a Igreja sempre acreditou e sustentou, Jesus Cristo designou o gênero humano, principalmente aqueles que acreditariam nele."
O Senhor deseja fazer de cada um de nós um discípulo que vivencia a amizade pessoal com Ele. Para realizar este seu desejo, não é suficiente segui-lo e ouvi-lo, exteriormente; é preciso, sobretudo, viver com Ele e como Ele.   
Após a Ascensão de Jesus, João permaneceu ao lado de Maria por vinte anos, aproximadamente. Do ano 30 até 36, após
Pentecostes, João, então, com vinte anos, esteve bem próximo a Pedro e o acompanhava por quase toda parte, no período da primeira evangelização de Jerusalém, como atestam os Atos dos Apóstolos. Inclinado pelo caráter e pela pouca idade, ele permanecia silencioso, até a perseguição que se seguiu à exoneração de Pôncio Pilatos, obrigando os Apóstolos a se retirarem da cidade.  
Com certeza, a partir do ano 37, João levou a Virgem Maria para, juntos, se estabelecerem em Éfeso, como testemunha a sólida tradição local, citada e lembrada em 431, através da carta oficial que os Padres do Conselho de Éfeso enviaram a Nestório. Porém, curiosamente, João e Maria não fundaram a Igreja em Éfeso, e sim Paulo é que o teria feito, dezessete anos mais tarde, tendo passado dois anos no local.  
Como explicar tal fato, quando é sabido que todos os outros Apóstolos aproveitaram da imposta dispersão, para fundar as Igrejas e divulgar a Boa Palavra? Parece que João e Maria inauguraram, em Éfeso um novo modo de viver, não um apostolado direto, mas uma vida mergulhada no silêncio e na oração. Usando a linguagem simbólica do Apocalipse, podemos dizer que a Mulher perseguida pelo Dragão fugiu para o deserto, onde Deus lhe havia preparado um refúgio e em tal lugar, ela seria alimentada por mil duzentos e sessenta dias. "Neste deserto, levando vida retirada e escondida, Maria foi amparada por Deus durante alguns anos." (Ap 12, 6)  
Jesus confiou João à Virgem Maria, para que ela cuidasse dele como seu filho, e a Virgem, obediente, fez com que ele vivesse em Éfeso, assim como fizera com Jesus, tendo vivido com Ele em Nazaré, fazendo-o crescer e permanecendo ao seu lado durante os trinta anos de vida retirada e oculta, naquela cidade. A "Casa de Maria", em Éfeso, é de certa forma, um primeiro mosteiro, onde João emprega seu tempo no aprofundamento intenso do mistério de Cristo, ao lado de Maria, levando uma vida de silêncio, oração e contemplação, o que irá gerar imensa posteridade, visto que a Igreja Mariana, a Igreja dos religiosos e religiosas, centrada na vida de oração, contemplação e aprofundamento do mistério de Cristo, longe do mundo, no silêncio de uma vida retirada, se liga, de certa forma, aos momentos vividos por Maria e por João. Os primeiros monges tratavam João como se fosse um verdadeiro "pai", observação mencionada por Evagrio, o Pôntico. Epifânio, de Salamina, o confirma, dizendo que eles se reuniam "para imitar a vida de Maria e de João, em Éfeso" (regra monástica das Agapetas). Mais tarde, Santo Agostinho e muitos outros designaram, em São João, o modelo de vida contemplativa: "João está na origem da nossa mais alta espiritualidade. Como ele, os 'silenciosos' conhecem esta misteriosa permuta de corações; eles invocam a presença de João e seus corações se inflamam" (Atenágoras, Patriarca Ecumênico de Constantinopla). - Segundo Diálogos com Atenágoras, O. Clément, Turim, 1972, p. 159
Quando as perseguições terminaram, os Apóstolos tentaram se encontrar em Jerusalém, mas Tiago de Zebedeu, irmão de João, foi preso e decapitado por ordem de Herodes Agripa. O irmão de João foi o primeiro Apóstolo a dar um testemunho de sangue e isto marcou fortemente o jovem Apóstolo, João. Jesus já lhe havia predito e prometido: "Vós bebereis do meu cálice".  
Os Apóstolos conseguiram se reencontrar no ano 48 e, mais tarde, em 49, eles se reuniram com Paulo, para o chamado "Concílio de Jerusalém". Nesta reunião, definiu-se a doutrina sobre a circuncisão e houve a releitura dos Evangelhos que foram lidos e verificados e, sem dúvida, teria sido o momento em que a Virgem Maria e João teriam transmitido a Lucas os Evangelhos da infância de Jesus, as parábolas da Misericórdia e o relato da dolorosa Paixão de Cristo. Maria completou sua missão, antes de se unir ao Filho, Jesus, no Céu, após a sua Assunção.  
João Paulo II explica que "foram as primeiras comunidades cristãs que recolheram as lembranças de Maria, sobre as misteriosas circun
stâncias da concepção e do nascimento do Salvador. Particularmente, o relato da Anunciação, responde à ânsia dos discípulos, de conhecer, em minúcias, os acontecimentos que traçaram o início da vida terrestre do Cristo ressuscitado. Maria está, em última análise, na origem da revelação sobre o mistério da concepção virginal por obra do Espírito Santo. Esta verdade, demonstrando a origem divina de Jesus, foi imediatamente assenhoreada pelos primeiros cristãos, em sua importante dimensão, e inscrita às numerosas afirmações-chave de sua fé". João Paulo II, Catequese de 13 de set de 1995.  
Durante os quarenta anos que se seguiram após a partida de Maria, São João tornou-se, segundo a Tradição, o grande docente dos bispos e discípulos da primeira geração (assim como Inácio ou Policarpo, que formariam, por sua vez, Pothin e Irineu) Ele os recebe, moldando-os e formando-os, exaustivamente, em seminários cuja formação tradicional era exclusivamente oral. Mais tarde, em Jerusalém, e novamente em Éfeso, até a chegada de Domiciano, primeiro Imperador de Roma a querer se fazer adorar como um deus, por toda a sua vida.  
Em Éfeso, onde João reside, Domiciano mandou construir um templo imponente, de 64 metros por 85, com um períptero de 24 metros por 34, e uma gigantesca estátua representando-o. A equipe de arqueólogos austríacos, que trabalhou nas escavações arqueológicas de Éfeso, indica, com precisão, que Domiciano também financiou, no local, uma fonte, um terceiro sistema de adução de água, o pavimento de l´Embolos e um novo ginásio além de ter mantido, sempre disponível, um "profissional em construção", o procurador T. Claudius Clemens (segundo Helmut Halfman, Éfeso e Pérgamo urbanismo e comanditários na Ásia Menor - Ausonius, 2004).  
João, o Apóstolo que viveu muito mais que os outros, não deve ter silenciado, diante da blasfêmia de Domiciano, pois, segundo inúmeras tradições, no ano 94, seus escritos foram traduzidos em Roma, diante do Imperador, que o questionou e o submeteu ao suplício do óleo fervente, na Porta Latina, diante do templo de Diana, a deusa que, em Éfeso, era venerada como Artemis.  
Inúmeros escritores antigos (Policarpo, Tertuliano, Jerônimo, Ambrósio, Beda, o venerável, e os Apócrifos de Abadias, de João ou de Prochore) relatam o milagre comemorado a cada ano, em Roma, no dia 6 de maio: "Ele saiu da caldeira mais fresco e vigoroso do que quando foi mergulhado nela." (São Jerônimo).
Tertuliano insiste sobre os três grandes mártires da Igreja de Roma: "Se vais à Itália, encontras Roma, onde toda autoridade está à nossa disposição. Ó! Como é feliz esta Igreja (a de Roma) onde alguns apóstolos propagaram a doutrina e derramaram o próprio sangue; onde Pedro sofreu o martírio semelhante ao do Senhor Jesus; onde Paulo recebeu a mesma coroa recebida por João (Batista); e onde o apóstolo João, imerso em óleo fervente, saiu ileso e foi condenado ao exílio na ilha (de Patmos)." Segundo Tertuliano, A prescrição dos heréticos,  
cap. 36, P.L. II, 59
Após o milagre da caldeira com óleo fervente, em que João foi mergulhado e saiu ileso, o Imperador, possivelmente atemorizado ou impressionado, ordenou que o Apóstolo fosse exilado na ilha de Patmos. Nesta ilha, João recebeu a visão do Apocalipse, após ter evangelizado a ilha, juntamente com seu escriba, Prochore.  
Certos exegetas modernos gostariam de colocar dúvidas sobre a atribuição do Apocalipse ao Apóstolo João, porém, a Tradição (Justino, Irineu, Jerônimo, Clemente etc.) é unânime e as pequenas discussões surgidas sobre este assunto, no século IV, foram resolvidas e encerradas pelo Concílio de Toledo (ano 633) que assim concluiu: "A autoridade de muitos dos Concílios e os decretos sinodais dos santos bispos romanos estabeleceram que o livro do Apocalipse é de João, o Evangelista, e estatuem que este deve ser acrescentado ao número dos Livros sagrados, sua admissão sendo prevista em todas as Igrejas e sua leitura destinada ao tempo pascoal (c. 17).
Muitas pessoas
não querem receber esta autoridade e se recusam a proclamá-la na Igreja de Deus. Se doravante, houver recusa, por parte de alguém, em recebê-la e em reconhecê-la publicamente, na Igreja, no período compreendendo as missas entre Páscoa e Pentecostes, esta pessoa será punida com a sentença da excomunhão." (Capítulo 17, Dnz 486)  
Desde então, e até o século XIX, a Tradição se manteve unânime, em todas as Igrejas apostólicas, assim como no próprio local, a ilha de Patmos. João retornou a Éfeso, e o novo período vivido, foi, para ele, o mais ativo e diligente, no plano apostólico, segundo os Apócrifos (Atos de João, Atos de Prochore).  
João publicou, finalmente, em grego, com seu escriba, Prochore, a substância acrisolada, aperfeiçoada de seu ensinamento oral, e este foi o Evangelho espiritual, inteiramente centrado no mistério da Encarnação do Verbo, Evangelho que manifesta, em plenitude, a divindade de Jesus Cristo.  
"A acuidade de sua inteligência espiritual nos faz comparar o Apóstolo João a uma águia (...) o Apóstolo discorre sobre a divindade do Senhor como jamais alguém o fez. Seu relato esclarece o que ele mesmo presenciou e viveu, pois seu próprio Evangelho narra, não sem motivo, que na Última Ceia, ele, João, repousava sua cabeça no coração do Senhor." (Santo Agostinho, Tratado 36, 1).  
Trata-se de um Evangelho único, extraordinário e essencial, que reflete a personalidade única e excepcional do autor: "Podemos ter a ousadia de dizer que, de todas as Escrituras, os Evangelhos são as primícias e que, entre os Evangelhos, as primícias são as de João, cujo sentido ninguém é capaz de discernir e compreender, a não ser que tenha, igualmente, recostado a cabeça sobre o coração de Jesus e que tenha recebido de Jesus, Maria como Mãe." (Orígenes)
"Se eu quero que ele permaneça até a minha volta, o que tens a ver com isso? Segue-me tu" (Jo 21, 22). Eis o que havia profetizado Jesus, em resposta a Pedro, a propósito de João, que teve vida longa, tendo sido o último dos Apóstolos a deixar esta terra. O Evangelho acrescenta: "corria um rumor entre os discípulos, de que São João não haveria de morrer".  
Segundo Santo Irineu, São João faleceu, finalmente, em Éfeso, sob o reinado de Trajano, após o ano 104, em idade quase centenária. Seu túmulo é, até hoje, venerado no local, na imensa Basílica São João, a ele consagrada. No dia 8 de maio, a Igreja do Oriente celebra a Synaxe em honra das cinzas ou Santa "Manne" produzida pelo túmulo do santo e ilustre João.  
Após o repouso e o sepultamento prodigioso do Santo Apóstolo, João, o Teólogo, em Éfeso (festejado a cada ano, no dia 26 de setembro), seu túmulo foi encontrado vazio, e tornou-se fonte de milagres. A cada ano, no dia 8 de maio, o túmulo aparecia coberto de um pó, ao jeito de cinzas, que os cristãos do local chamaram de "Manne", e que tinha a virtude de curar enfermidades da alma e do corpo daqueles que a esfregavam no corpo com fé.  
Este milagre proporcionou à Igreja a oportunidade de celebrar, solenemente, uma segunda vez, a cada ano, o discípulo bem-amado do Senhor, filho querido da Mãe de Deus.
Depois disto, São João apareceu muitas vezes na história da Igreja: desde o século III, a Gregório o Taumaturgo; a Santo André, o louco; na Igreja de Blachernes, em Constantinopla, a Santa Catarina de Siena; a São João de Deus; ao Papa Celestino V (1215-1296); a Ferdinando de Portugal (1402-1443); a um jovem, cisterciense, admitido por São Bernardo, em Flodoard de Reims (893-966); a Guerardesca de Pisa (+1269); a Maria Amice Picard, no dia 19 de maio de 1634; a Heroldsbach (1949-1952); e, igualmente, a Serafim de Sarov; porém, nestas aparições, João sempre se mostrava acompanhado da Virgem Maria, sua Mãe, como se quisesse enfatizar e insistir no significado do elo único entre ele e a Mãe de Deus, o qual lhe concedeu lugar tão extraordinário no plano de Deus. A Revelação de Deus se encerra com os escritos joaninos, e foi definitivamente concluída com a morte de
São João.  

(de Um Minuto com Mariahttp://www.mariedenazareth.com)



(Gentileza, Maria Angela)




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