recadosdoaarao



O Papa
Voltar




07/01/2012
2012 Ano da fé


O Papa - 2012 Ano da fé
7/1/2012 21:15:28

O Papa - 2012 Ano da fé



A  Congregação para a Doutrina da Fé divulgou, neste sábado, nota com as  indicações pastorais para o Ano da Fé. A nota contempla todos os níveis  da Igreja, desde o nível universal, das conferências episcopais,  diocesano e em nível das paróquias, comunidades, associações e  movimentos.
Com  a Carta apostólica Porta fidei de 11 de outubro de 2011, o Santo Padre  Bento XVI convocou um Ano da Fé. Ele começará no dia 11 de outubro 2012,  por ocasião do qÃ?inquagésimo aniversário da abertura do Con cílio  Ecumênico Vaticano II, e terminará em 24 de novembro de 2013, Solenidade  de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
Este  ano será uma ocasião propícia a fim de que todos os fiéis compreendam  mais profundamente que o fundamento da fé cristã é “o encontro com um  acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta  forma, o rumo decisivo”. Fundamentada no encontro com Jesus Cristo  ressuscitado, a fé poderá ser redescoberta na sua integridade e em todo o  seu esplendor. “Também nos nossos dias a fé é um dom que se deve  redescobrir, cultivar e testemunhar” para que o Senh or “conceda a cada  um de nós vivermos a beleza e a alegria de sermos cristãos”.
O  início do Ano da Fé coincide com a grata recordação de dois grandes  eventos que marcaram a face da Igreja nos nossos dias: o qÃ?inquagésimo  aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, desejado pelo beato  João XXIII (11 de outubro de 1962), e o vigésimo aniversário da  promulgação do Catecismo da Igreja Católica, oferecido à Igreja pelo  beato João Paulo II (11 de outubro de 1992).
O  Concílio, segundo o Papa João XXIII, quis “transmitir pura e íntegra a  doutrina, sem atenuações nem subterfúgios”, empenhando-se para que “esta  doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja  aprofundada e exposta de forma a responder às exigências do nosso tempo”  . A este propósito, continua sendo de importância decisiva o início da  Constituição dogmática Lumen Gentium: “A luz dos povos é Cristo: por  isso, este sagrado Concílio, reunido no Espírito Santo, deseja  ardentemente iluminar com a Sua luz, que resplandece no rosto da Igreja,  todos os homens, anunciando o Evangelho a toda a criatura (cfr. Mc.  16,15)”.
A  partir da luz de Cristo, que purifica, ilumina e santifica na  celebração da sagrada liturgia (cf. Constituição Sacrosanctum Concilium)  e com a sua palavra divina (cf. Constituição dogmática Dei Verbum), o  Concílio quis aprofundar a natureza íntima da Igreja (cf. Constituição  dogmática Lumen gentium) e a sua relação com o mundo contemporâneo (cf.  Constituição pastoral Gaudium et spes). Ao redor das suas quatro  Constituições, verdadeiras pilastras do Concílio, se agrupam as  Declarações e os Decretos, que enfrentam alguns dos maiores desafios do  tempo.
Depois  do Concílio, a Igreja se empenhou na assimilação (receptio) e na  aplicação do seu rico ensinamento, em continuidade com toda a Tradição,  sob a guia segura do Magistério. A fim de favorecer a correta  assimilação do Concílio, os Sumos Pontífices convocaram amiúde o Sínodo  dos Bispos , instituído pelo Servo de Deus Paulo VI em 1965, propondo à  Igreja orientações claras por meio das diversas Exortações apostólicas  pós-sinodais. A próxima Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, no mês de  outubro de 2012, terá como tema: A nova evangelização para a  transmissão da fé cristã.
Desde  o começo do seu pontificado, o Papa Bento XVI se empenhou de maneira  decisiva por uma correta compreensão do Concílio, rechaçando como  errÃ?nea a assim chamada “hermenêutica da descontinuidade e da ruptura” e  promovendo aquela que ele mesmo chamou de “’hermenêutica da reforma’”,  da renovação na continuidade do único sujeito-Igreja, que o Senhor nos  concedeu; é um su
jeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo  porém sempre o mesmo, único sujeito do Povo de Deus a caminho”.
O  Catecismo da Igreja Católica, pondo-se nesta linha, é, de um lado,  “verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II”, e de outro pretende  favorecer a sua assimilação. O Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985,  convocado por ocasião do vigésimo aniversário da conclusão do Concílio  Vaticano II e para efetuar um balanço da sua assimilação, sugeriu que  fosse preparado este Catecismo a fim de oferecer ao Povo de Deus um  compêndio de toda a doutrina católica e um texto de referência segura  para os catecismos locais. O Papa João Paulo II acolheu a proposta como  desejo “de responder plenamente a uma necessidade verdadeira da Igreja  Universal e das Igrejas particulares”. Redigido em colaboração com todo o  Episcopado da Igreja Católica, este Catecismo “exprime verdadeiramente  aquela a que se pode chamar a ‘sinfonia da fé’”.
O  Catecismo compreende “coisas novas e velhas (cf. Mt 13,52), porque a fé  é sempre a mesma e simultaneamente é fonte de luzes sempre novas. Para  responder a esta dupla exigência, o ‘Catecismo da Igreja Católica’ por  um lado retoma a ‘antiga’ ordem, a tradicional, já seguida pelo  Catecismo de São Pio V, articulando o conteúdo em quatro partes: o  Credo; a sagrada Liturgia, com os sacramentos em primeiro plano; o agir  cristão, exposto a partir dos mandamentos; e por fim a oração cristã.  Mas, ao mesmo tempo, o conteúdo é com freqÃ?ência expresso de um modo  ‘novo’, para responder às interrogações da nossa à ©poca”.
Este  Catecismo é “um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão  eclesial e como uma norma segura para o ensino da fé.” . Nele os  conteúdos da fé encontram “a sua síntese sistemática e orgânica. Nele,  de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e  ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada  Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos  que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente  dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na  doutrina para dar certeza ao s crentes na sua vida de fé.”.
O  Ano da Fé quer contribuir para uma conversão renovada ao Senhor Jesus e  à redescoberta da fé, para que todos os membros da Igreja sejam  testemunhas credíveis e alegres do Senhor ressuscitado no mundo de hoje,  capazes de indicar a “porta da fé” a tantas pessoas que estão em busca.  Esta “porta” escancara o olhar do homem para Jesus Cristo, presente no  nosso meio “todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20). Ele nos  mostra como “a arte de viver” se aprende “numa relação profunda com  Ele”. “Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada  gera ção: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio  do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é  necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova  evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o  entusiasmo de comunicar a fé”.
Por  ordem do Papa Bento XVI, a Congregação para a Doutrina da Fé redigiu a  presente Nota, em acordo com os Dicastérios competentes da Santa Sé e  com a contribuição do Comitê para a preparação do Ano da Fé , com  algumas indicações para viver este tempo de graça, sem excluir outras  propostas que  o Espírito Santo quiser suscitar entre os Pastores e os  fiéis nas diversas partes do mundo.

INDICAÇÕES
“Eu  sei em quem pus a minha f é” (2 Tm 1, 12): esta palavra de São Paulo nos  ajuda a compreender que “antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do  homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre  a toda a verdade revelada por Deus”. A fé como confiança pessoal no
  Senhor e a fé que professamos no Credo são inseparáveis, se atraem e se  exigem reciprocamente. Existe uma ligação profunda entre a fé vivida e  os seus conteúdos: a fé das testemunhas e dos confessores é também a fé  dos apóstolos e dos doutores da Igreja.
Neste  sentido, as seguintes indicações para o Ano da Fé desejam favorecer  tanto o en contro com Cristo por meio de autênticas testemunhas da fé,  quanto o conhecimento sempre maior dos seus conteúdos. Trata-se de  propostas que visam solicitar, de maneira exemplificativa, a pronta  responsabilidade eclesial diante do convite do Santo Padre a viver em  plenitude este Ano como um especial “tempo de graça”. A redescoberta  alegre da fé poderá contribuir também a consolidar a unidade e a  comunhão entre as diversas realidades que compõem a grande família da  Igreja.

I. Em nível da Igreja universal
1.  O principal evento eclesial no começo do Ano da Fé será a XIII  Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocada pelo Papa  Bento XVI para o mês de outubro de 2012 e dedicada à Nova evangelização  para a transmissão da fé cristã. Durante este Sínodo, no dia 11 de  outubro de 2012, acontecerá uma celebração solene de inauguração do Ano  da Fé, recordando o qÃ?inquagésimo aniversário de abertura do Concílio  Vaticano II.
2.  No Ano da Fé devem-se encorajar as romarias dos fiéis à Sé de Pedro,  para ali professarem a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, unindo-se  àquele que é chamado hoje a confirmar seus irmãos na fé (cf. Lc 22,  32). Será importante favorecer também as romarias à Terra Santa, lugar  que por primeiro viu a presença de Jesus, o Salvador, e de Maria, sua  mãe.
3.  No decorrer deste Ano será útil  convidar os fiéis a se dirigirem com  devoção especial a Maria, figura da Igreja, que “reúne em si e reflete  os imperativos mais altos da nossa fé”. Assim pois deve-se encorajar  qualquer iniciativa que ajude os fiéis a reconhecer o papel especial de  Maria no mistério da salvação, a amá-la filialmente e a seguir a sua fé e  as suas virtudes. A tal fim será muito conveniente organizar romarias,  celebrações e encontros junto dos maiores Santuários.
4.  A próxima Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013  oferecerá uma ocasião privilegiada aos jovens para experimentar a  alegria que provém d a fé no Senhor Jesus e da comunhão com o Santo  Padre, na grande família da Igreja.
5.  Deseja-se que sejam organizados simpósios, congressos e encontros de  grande porte, também a nível internacional, que favoreçam o encontro com  autênticos testemunhos da fé e o conhecimento dos conteúdos da doutrina  católica. Demonstrando como também hoje a Palavra de Deus continua a  crescer e a se difundir, será importante dar testemunho de que em Jesus  Cristo “encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração  humano” e que a fé “se torna um novo critério de entendimento e de ação  que muda toda a  vida do homem”. Alguns congressos serão dedicados à  redescoberta dos ensinamentos do Concílio Vaticano II.
6.  Para todos os crentes, o Ano da Fé oferecerá uma ocasião favorável para  aprofundar o conhecimento dos principais Documentos do Concílio  Vaticano II e o estudo do Catecismo da Igreja Católica. Isto vale de  modo particular para os candidatos ao sacerdócio, sobretudo durante o  ano propedêutico ou nos primeiros anos dos estudos teológicos, para as  noviças e os noviços dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades  de Vida Apostólica, bem como para aqueles que vivem um período de prova  para i ncorporar-se a uma Associação ou a um Movimento eclesial.
7.  Este Ano será a ocasião propícia para acolher com maior atenção as  homilias, as catequeses, os discursos e as outras intervenções do Santo  Padre. Os Pastores,
as pessoas consagradas e os fiéis leigos serão  convidados a um empenho renovado de efetiva e cordial adesão ao  ensinamento do Sucessor de Pedro.
8.  Durante o Ano da Fé, se deseja que haja várias iniciativas ecumênicas,  em colaboração com o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos  Cristãos, com o fim de invocar e favorecer “a restauração da unidade  entre todos os cristãos” que é “um dos principais propósitos do sagrado  Concílio Ecumênico Vaticano II”. Em particular, acontecerá uma solene  celebração ecumênica a fim de reafirmar a fé em Cristo por parte de  todos os batizados.
9.  Junto ao Pontifício Conselho para a Promoçã o da Nova Evangelização será  instituída uma Secretaria especial para coordenar as diversas  iniciativas relativas ao Ano da Fé, promovidas pelos vários Dicastérios  da Santa Sé ou que tenham relevância para a Igreja universal. Será  conveniente informar com tempo esta Secretaria sobre os principais  eventos organizados: ela também poderá sugerir iniciativas oportunas a  respeito. A Secretaria abrirá para tanto um site internet com a  finalidade de oferecer todas as informações úteis para viver de modo  eficaz o Ano da Fé.
10.  Por ocasião da conclusão deste Ano, na Solenidade de Nosso Senhor Jesus  Cristo  Rei do Universo, acontecerá uma Eucaristia celebrada pelo Santo  Padre, na qual se renovará solenemente a profissão de fé.

II. Em nível das Conferências Episcopais
1.  As Conferências Episcopais poderão dedicar uma jornada de estudo ao  tema da fé, do seu testemunho pessoal e da sua transmissão às novas  gerações, na consciência da missão específica dos Bispos como mestres e  “arautos da fé”.
2.  Será útil favorecer a republicação dos Documentos do Concílio Vaticano  II, do Catecismo da Igreja Católica e do seu Compêndio, também em  edições de bolso e econÃ?micas, e a sua maior difusão possível com a  ajuda dos meios eletrÃ?nicos e das tecnologias modernas.
3.  Deseja-se um esforço renovado para traduzir os Documentos do Concílio  Vaticano II e o Catecismo da Igreja Católica nas línguas em que ainda  não existem. Encorajam-se as iniciativas de sustento caritativo para  tais traduções nas línguas locais dos Países em terra de missão, onde as  Igrejas particulares não podem arcar com as despesas. Tudo isto seja  feito sob a guia da Congregação para a Evangelização dos Povos.
4.  Os Pastores, haurindo das novas linguagens de comunicação, devem se  empenhar para promover transmissões televisivas ou radiofÃ?nicas, filmes e  publicações, também em nível popular e acessíveis a um grande público,  sobre o tema da fé, dos seus princípios e conteúdos, como também sobre o  significado eclesial do Concílio Vaticano II.
5.  Os Santos e os Beatos são as autênticas testemunhas da fé. Portanto  será oportuno que as Conferências Episcopais se empenhem para difundir o  conhecimento dos Santos do próprio territ ório, utilizando também os  modernos meios de comunicação social.
6.  O mundo contemporâneo é sensível à relação entre fé e arte. Neste  sentido, se aconselha às Conferências Episcopais a valorizar  adequadamente, em função catequética e eventualmente em colaboração  ecumênica, o patrimÃ?nio das obras de arte presentes nos lugares  confiados à sua cura pastoral.
7.  Os docentes nos Centros de estudos teológicos, nos Seminários e nas  Universidades católicas são convidados a verificar a relevância, no  exercício do próprio magistério, dos conteúdos do Catecismo da Igreja  Católica e das implicações que daí derivam para as respectivas  disciplinas.
8.  Será útil preparar, com a ajuda de teólogos e autores competentes,  subsídios de divulgação com caráter apologético (cf. 1 Pd 3, 15). Assim  cada fiel poderá responder melhor às perguntas que se fazem nos divers
os  âmbitos culturais, ora no tocante aos desafios das seitas, ora aos  problemas ligados ao secularismo e ao relativismo, ora “a uma série de  interrogativos, que provêm duma diversa mentalidade que, hoje de uma  forma particular, reduz o âmbito das certezas racionais ao das  conquistas científicas e tecnológicas”, como também a outras  dificuldades específicas.
9.  Deseja-se um controle dos catecismos locais e dos vários subsídios  catequéticos em uso nas Igrejas particulares, para garantir a sua  conformidade plena com o Catecismo da Igreja Católica. No caso em que  alguns catecismos ou subsídios não estej am em plena sintonia com o  Catecismo, ou revelem algumas lacunas, poder-se-á encetar a elaboração  de novos, eventualmente segundo o exemplo e a ajuda de outras  Conferências Episcopais que já providenciaram à sua redação.
10.  Será oportuna, em colaboração com a competente Congregação para a  Educação Católica, um controle da presença dos conteúdos do Catecismo da  Igreja Católica na Ratio da formação dos futuros sacerdotes e no  Curriculum dos seus estudos teológicos.
III. Em nível diocesano
1.  Deseja-se uma celebração de abertura do Ano da Fé e uma solene  conclusão do mesmo a nível de cada Igreja particular, ocasião para  “confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas  igrejas do mundo inteiro”.
2.  Será oportuno organizar em cada Diocese do mundo uma jornada sobre o  Catecismo da Igreja Católica, convidando especialmente os sacerdotes, as  pessoas consagradas e os catequistas. Nesta ocasião, por exemplo, as  Eparquias orientais católicas poderiam preparar um encontro com os  sacerdotes para testemunhar a sensibilidade específica e a tradição  litúrgica próprias ao interno da única fé em Cristo; assim as jovens  Igrejas particulares nas terras de missão poderão ser convidadas a  oferecer um testemunho renovado daquela alegria na fé que tanto as  caracterizam.
3.  Cada Bispo poderá dedicar uma sua Carta pastoral ao tema da fé,  recordando a importância do Concílio Vaticano II e do Catecismo da  Igreja Católica levando em conta as circunstâncias pastorais específicas  da porção de fiéis a ele confiada.
4.  Deseja-se que em cada Diocese, sob a responsabilidade do Bispo, sejam  organizados momentos de catequese, destinados aos jovens e àqueles que  estão em busca de um sentido para a vida, com a finalidade de descob rir a  beleza da fé eclesial, e que sejam promovidos encontros com as  testemunhas significativas da mesma.
5.  Será oportuno controlar a assimilação (receptio) do Concílio Vaticano  II e do Catecismo da Igreja Católica na vida e na missão de cada Igreja  particular, especialmente em âmbito catequético. Neste sentido se deseja  um empenho renovado por parte dos Ofícios catequéticos das Dioceses, os  quais – com o apoio das Comissões para a Catequese das Conferências  Episcopais ; têm o dever de providenciar à formação dos catequistas no  que diz respeito aos conteúdos da fé.
6.  A formação permanente do clero poderá ser concentrada, especialmente  neste Ano da Fé, nos Documentos do Concílio Vaticano II e no Catecismo  da Igreja Católica, tratando, por exemplo, de temas como “o anúncio do  Cristo ressuscitado”, “a Igreja, sacramento de salvação”, “a missão  evangelizadora no mundo de hoje”, “fé e incredulidade”, “fé, ecumenismo e  diálogo interreligioso”, “fé e vida eterna”, “a hermenêutica da reforma  na continuidade”, “o Catecismo na preocupação pastoral ordinária”.
7.  Os Bispos são convidados a organizar, especialmente no período da  quaresma, celebrações penitenciais nas quais se peça perdão a Deus,  também e particularmente, pelos pecados contra a fé. Este Ano será  também um tempo favorável para se aproximar com maior fé e maior  freqÃ?ência do sacramen
to da Penitência.
8.  Deseja-se um envolvimento do mundo acadêmico e da cultura  por uma  renovada ocasião de diálogo criativo entre fé e razão por meio de  simpósios, congressos e jornadas de estudo, especialmente nas  Universidades católicas, mostrando “que não é possível haver qualquer  conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos  diferentes, tendem para a verdade.
9.  Será importante promover encontros com pessoas que, “embora não  reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera  do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do  mundo”, inspirando-se também nos diálogos do Pátio dos Gentios,  organizado s sob a guia do Conselho Pontifício para a Cultura.
10.  O Ano da Fé poderá ser uma ocasião para prestar uma maior atenção às  Escolas católicas, lugares próprios para oferecer aos alunos um  testemunho vivo do Senhor e para cultivar a sua fé com uma referência  oportuna à utilização de bons instrumentos catequéticos, como por  exemplo, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica ou como o Youcat.

IV. Em nível das paróquias / comunidades / associações / movimentos
1.  Em preparação para o Ano da Fé, todos os fiéis são convidados a ler e  meditar atentamente a Carta apostólica Porta fidei do Santo Padre Bento  XVI.
2.  O Ano da Fé “será uma ocasião propícia também para intensificar a  celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia”. Na  Eucaristia, mistério da fé e fonte da nova evangelização, a fé da Igreja  é proclamada, celebrada e fortalecida. Todos os fiéis são convidados a  participar dela conscientemente, ativamente e frutuosamente, a fim de  serem testemunhas autênticas do Senhor.
3.  Os sacerdotes poderão dedicar maior atenção ao estudo dos Documentos do  Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica, tirando daí  fruto para a pastoral paroquial – a catequese, a pregação, a preparação  aos sacramentos – e propondo ciclos de homilias sobre a fé ou sobre  alguns dos seus aspectos específicos, como por exemplo “o encontro com  Cristo”, “os conteúdos fundamentais do Credo”, “a fé e a Igreja”.
4.  Os catequistas poderão haurir sobremaneira da riqueza doutrinal do  Catecismo da Igreja Católica e guiar, sob a responsabilidade dos  respectivos párocos, grupos  de fiéis à leitura e ao aprofundimento deste  precioso instrumento, a fim de criar pequenas comunidades de fé e de  testemunho do Senhor Jesus.
5.  Deseja-se que nas paróquias haja um empenho renovado na difusão e na  distribuição do Catecismo da Igreja Católica ou de outros subsídios  adequados às famílias, que são autênticas igrejas domésticas e primeiro  lugar da transmissão da fé, como por exemplo no contexto das bênçãos das  casas, dos Batismos dos adultos, das Crismas, dos MatrimÃ?nios. Isto  poderá contribuir para a confissão e aprofundimento da doutrina católica  “nas nossas casas e no meio das  nossas famílias, para que cada um sinta  fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações  futuras a fé de sempre”.
6.  Será oportuno promover missões populares e outras iniciativas nas  paróquias e nos lugares de trabalho para ajudar os fiéis a redescobrir o  dom da fé batismal e a responsabilidade do seu testemunho, na  consciência de que a vocação cristã “é também, por sua própria natureza,  vocação ao apostolado”.
7.  Neste tempo, os membros dos Institutos de Vida Consagrada e das  Sociedades de Vida Apostólica são solicitados a se empenhar na nova  evangelização, com uma adesão renovada ao Senhor Jesus, pela  contribuição dos próprios carismas e na fidelidade ao Santo Padre e à sã  doutrina.
8.  As Comunidades contemplativas durante o Ano da Fé dedicarão uma  intenção de oração especial para a re
novação da fé no Povo de Deus e  p ara um novo impulso na sua transmissão às jovens gerações.
9.  As Associações e os Movimentos eclesiais são convidados a serem  promotores de iniciativas específicas, as quais, pela contribuição do  próprio carisma e em colaboração com os Pastores locais, sejam inseridas  no grande evento do Ano da Fé. As novas Comunidades e os Movimentos  eclesiais, de modo criativo e generoso, saberão encontrar os modos mais  adequados para oferecer o próprio testemunho de fé ao serviço da Igreja.
10.  Todos os fiéis, chamados a reavivar o dom da fé, tentarão comunicar a  própria experiência de fé e de caridade dialogando com os seus irmãos e  irmãs, também com os das outras confissões cristãs, com os seguidores de  outras religiões e com aqueles que não crêem ou são indiferentes. Deste  modo se deseja que todo o povo cristão comece uma espécie de missão  endereçada aqueles com os quais vive e trabalha, com consciência de ter  recebido “a mensagem da salvação para a comunicar a todos”.
CONCLUSÃO
A  fé “é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre  novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os  sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a  tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo”. A fé é um  ato pessoal e ao mesmo tempo comunitário: é um dom de Deus que deve ser  vivenciado na grande comunhão da Igreja e deve ser comunicado ao mundo.  Cada iniciativa para o Ano da Fé quer favorecer a alegre  redescoberta e o  testemunho renovado da fé. As indicações aqui oferecidas têm o fim de  convidar todos os membros da Igreja ao empenho a fim de que este Ano  seja a ocasião privilegiada para partilhar aquilo que o cristão tem de  mais caro: Cristo Jesus, Redentor do homem, Rei do Universo, “autor e  consumador da fé” (Heb 12, 2).

Roma, da Sede da Congregação para a Doutrina da Fé, aos 6 de janeiro de 2012, Solenidade da Epifania do Senhor.


Artigo Visto: 3121

ATENÇÃO! Todos os artigos deste site são de livre cópia e divulgação desde que sempre sejam citados a fonte www.recadosdoaarao.com.br


Total Visitas Únicas: 4.201.312
Visitas Únicas Hoje: 54
Usuários Online: 30