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Cláudio
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05/12/2020
Velhos
Muitos filhos, depois que se casam ainda visitam os seus pais, mas não por amor, e sim quando precisam de favores, como lavar roupas, cuidar de netos... Veja o Purgatório que estes podem pegar...


Porto Belo, SC, 29 de Novembro de 2020
 
“Velhos!”
 
- Aqui é o Purgatório?
- Aqui é o MEU Purgatório!
(Eu estou em frente a uma pessoa aparentemente esfarrapada, suja e que se “coçava” freneticamente como se tivesse sendo picada por milhões de insetos.)
- E estou sendo picado por milhões de insetos! Eles não me deixam em paz. Meu corpo que na terra era tão esbelto, agora é “chagado” e com ulcerações por toda parte...
- O corpo? Ou a alma?
- Aqui se sofre como o corpo, isto é, como se estivéssemos com o corpo. Amigo, as dores que os homens vivem, ou sofrem, ou suportam, todas existem por causa do espírito! Assim se uma pessoa morre, seu corpo deste momento em diante não sofrerá mais nada, porque não está mais nele o espírito, a alma!
Portanto, as dores vem do espírito!
Aqui sentimos as dores como se tivéssemos o corpo!
(A alma que me falava, deixava transparecer na sua fala rouca, nos seus gemidos, as dores cruciantes que vivia: Berros, gritos! E falava mais:)
- Não consigo sair daqui! Estes insetos pestilentos me travam as pernas! E o pior é que a vontade de sair correndo e ir em busca de uma abraço de paz, de amor, é cada vez maior! Cada vez mais cresce a vontade e cada vez mais sou como que, amassado, acorrentado, algemado com ferros incandescentes... Vontade presa! Vontade algemada!
(E seus gritos de dor, eu diria, se poderia ouvir além dos horizontes!)
- E por que tais sofrimentos?
(E me contou esta história):
- O velhinho havia sido colocado no Asilo – a família achou melhor assim – pois ficaria livre para seus compromissos, e além disso, no asilo os velhinhos são bem cuidados, e até melhor do que em casa! O velhinho passou a ficar cotidianamente à porta de entrada do asilo, sentadinho em sua cadeira... Alguns visitantes lhe perguntaram:
- Sr João, por que o senhor não vai lá dentro? É tão alegre lá: As pessoas conversam, contam peadas, brincam, cantam, dançam...
- Estou aqui esperando perto da porta, por meu filho que vem me ver.
- Então teu filho vem hoje? Que bom!
(E a cada ronco de carro que por perto passava, João se irradiava em pura alegria.)
- Meu filho chegou!!
( Mas carros e carros passavam...)
- E quanto tempo o senhor está aqui a espera?
- Sete anos!
(Obviamente, o “entrevistador” chorou amargamente as mesmas lágrima, talvez, das do João! Saudades, decepções, por ver o filho o abandonar, apesar de que em vida tenha feito tantas coisas boas para os filhos e de tê-los amado tanto! No mínimo, agora, pelo menos uma visita já traria o conforto, a felicidade e a certeza do amor dos filhos por ele!) 
- E o que tem a ver esta historia com você?
- Eu sou o filho!
- Amém?
(Este filho morreu ANTES do pai! Agora precisa do perdão e das orações do pai, para se libertar destes horrores e morar no Céu!)
Amém!
A propósito: 
Li na revista da Coquetel: Desafio, numero 93, na página 40 no Quadro: Problema de Lógica, com o título Vida nova para os filhos, o seguinte:
“Embora os pais estivessem tristes com a partida dos filhos que moram em ruas próximas, às vezes recebem a visita deles, Principalmente quando tem roupas para lavar!!!”
E isto é INCONTESTAVEL!
Amém!
Cláudio Heckert


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