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18/04/2015
Família da Nova Terra
Já agora existem famílias que vivem muito próximo do que será a Nova Terra.


FAMÍLIA DA NOVA TERRA

Talvez algumas pessoas imaginem que somente quando chegar o Novo Reino é que nós veremos famílias bem ajustadas, nos moldes que Deus quer. Mas podem ter certeza de que, já hoje, mesmo que escondidas nos cantões do fim da linha, nós já temos estas famílias, regidas por pais totalmente ligados e focados em Deus. E ontem fui conhecer uma delas. Aliás, fomos Dulce e eu, apenas 700 km, ida e volta no mesmo dia, um pulinho, viajando com Jesus e nossos anjos.

Conheci este pai de família já faz alguns anos, tempo em que, de quando em vez ele tem pedido quantidades maiores de livros, terços e escapulários. Sempre que lhe sobra um dinheirinho, o primeiro que ele pensa – e reza para que o Espírito Santo o ilumine no que fazer – é em evangelizar. Você imagina que ele mora numa cidade grande ou perto dela, onde possa espalhar material com fartura? Ledo engano, onde esta família santa reside, os jacus vem comer no terreiro com as galinhas, as maritacas vêm “roubar” as nozes pecãs, e, acreditem, os macacos vem “furtar” as frutas da chácara, quando na mata lhes falta alimento.

Nada de cidade grande, 18 quilômetros longe do centro de uma pequena cidade, num pequeno sítio rodeado de mata virgem e de plantações de eucaliptos e erva mate, entre ovelhas, a vaquinha de leite, as galinhas, lá eu fui achar meu amigo e valente divulgador do Salvai almas. Chegar lá foi complicado, informações imprecisas, erramos duas vezes de carreiro, mas enfim com uma informação precisa, chegamos ao local. Com uma bela carga de livros e terços, num valor... Bem não desejo envergonhar as pessoas de posses mais elevadas que pedem pouco.

Quando saíamos, pelas 5:00 da manhã, uma voz me disse: hoje vocês irão fazer uma coisa muito bonita! A viagem foi tranquila, embora um trânsito de amargar, muitas carretas, muitas curvas, muitas lombadas eletrônicas, mas o asfalto não estava ruim, então rendeu a viagem, ida e volta. Jesus vai sempre como motorista!

Quando deixamos o asfalto e entramos pela estrada de barro e pedra, fomos pedindo informação para as pessoas que encontrávamos: o senhor conhece o fulano? Não! Ou, esta é a linha São Lourenço? É!... E assim por mais vezes, e por duas nos mandaram no caminho errado. Até que, numa destas erradas, quando perguntamos pelo nome do meu amigo logo um falou: aquele homem que tem 9 ou 10 filhos?... E todos eles riram!

Sim é este mesmo, eu respondi. Me explicaram: Sobe aqui, desce lá, sobe de novo, desce de novo, vira à direita... E fomos dar na sede de uma fazenda, tratores, colheitadeiras, muitos ranchos, nenhuma pessoa... Mas uns 20 gatos! Nunca vi tantos gatos num lugar só, e pensei: deve ser uma fazenda onde se planta e colhe trigo, daí vem os ratos...

Seguimos um pouco mais e finalmente uma informação séria e certa: Alguns quilômetros a mais e fomos dar direto na casa. Casinha de madeira, bem pintada, no meio de uma pequena e verdejante pastagem. Óbvio que eu nem precisava perguntar se era ali que o meu amigo morava, quando da porteira chamei “ô de casa”, vi que na porta da residência havia quatro meninos, com a diferença de alguns centímetros um do outro: é aqui, tenho certeza!

E era! Logo veio uma jovem senhora que perguntou quem éramos e depois de identificados ela nos recebeu com grande alegria e espontaneidade. Era a esposa do meu amigo, mãe de nove filhos, grávida do décimo, nove vivos, o primeiro faleceu. Digamos, uma jovem esposa! Se alguém for chamado a dizer a idade dela, com certeza não lhe dá mais de 25 anos, erra quem acha que uma mãe de 10 filhos precisa ser alquebrada, doente e sofrida. De fato, ela tem sempre um sorriso nos lábios, não se exalta, não grita, trata a todos os filhos com amor, manda e eles obedecem sem reclamar, e demonstra uma santa paz interior muito rara de se ver.

Chamaram então meu amigo, que estava resolvendo algumas coisas com a água. Chamando? Com o sino! Sino? Um disco velho de arado, com o qual batem com um martelo é a ordem de vir para casa, ouve-se de todos os cantos da propriedade... E logo apareceram mais dois meninos, estes um pouco maiores, que estavam junto com o pai e vieram correndo na frente. Muito educados, respeitosos, nem um pouco acanhados ou fugidios. Apenas o pequeno Gabriel, o segundo último, era o mais arisco.

De longe já pude sentir a alegria espontânea deste meu amigo, calçado de botas, chapéu grande, suado do trabalho, mas muito feliz por nos ver ali. Quando ele chegou perto eu brinquei assim: como foi difícil achar onde você mora! Por isso eu te pergunto: como é que Jesus conseguiu te achar aqui?...

E, claro, como eram 10 horas da manhã, enquanto todos nós batíamos um papo animado, a dona da casa, embora grávida, foi enchendo o fogão a lenha, de panelas, e ao meio dia estávamos todos à mesa. Uma mesa estreita, mas comprida, sete crianças – um dos meninos já estuda na cidade e não estava presente – mais os dois casais então eu pensei: vai faltar lugar na mesa! Qual nada: assentamos-nos todos e sobrou lugar. Para Jesus naturalmente!

Comida simples e gostosa, apenas o arroz é comprado – mas mesmo este ele vai produzir – bife, saladas, conservas, suco de uva, feijão e temperos, tudo produzido na propriedade, e tudo com o maior cuidado quanto aos químicos, venenos, e aditivos nos produtos de supermercado, que eles não compram. O resultado são crianças de pele sadia, todos com saúde, não gastam em farmácia, e até mesmo o casal, que por sinal sente muitas dores, mas daquelas que a medicina não descobre – dores de Deus – são saudáveis, o que se nota pela magnífica prole.

Assim, eles têm de tudo. Enormes freezers cheios de carne, conservas, doces, frutas aos montes, melado, temperos produzidos na horta, e uma chácara com uma variedade muito grande, laranjas, bergamotas, nozes, fruta do conde e até cactos, este carregadinho de frutos, por sinal dá o ano inteiro. Quanto a estes, na viagem nós vimos muitos pés, mas o único carregado de frutas era o deles, e até tirei foto. Ou seja: não lhes falta nada! E porque não lhes falta nada? Porque eles têm o Tudo, que é Deus em suas vidas.

Naturalmente que se trata de uma família inteira que reza unida. Não uma Ave Maria, nem um Terço apenas, mas diariamente e sem falta o Rosário completo antes de deitar, todas as noites. Acreditem, todas as crianças andam com terços nos pescoços, e segundo meu amigo, ele nunca pediu ou forçou que eles usassem: a decisão foi deles! E os pais aprovam e incentivam, embora as gozações dos “corretos”.

Almoço rápido, banho rápido, não precisa dizer nada, cada um veste a sua roupa, pega sua sacola nas costas, e sobem 50 passos até na estrada, aguardando a Kombi que os vem buscar para a escola. Apenas os dois menores ficam em casa. Sim, todos vão para a escola com seus terços no pescoço, e mesmo sendo ridicularizados pelos “colegas”, não se importam, embora que a mãe deles revelou que o casal fica triste com isso, mas deixa que os pequenos, por eles mesmos, se fortaleçam com as perseguições.

Como viram no começo, um dos homens falou: aquele homem que tem 9 ou 10 filhos?... Na região toda, eles são criticados e ridicularizados. A própria mãe da esposa, já faz muitos anos que ela não os vem visitar, por ser totalmente contra aquela imensa prole e o modo como eles vivem. De todos os lados surgem críticos e críticas, escárnios e zombarias, mas eles estão “na deles”, e é assim que pretendem permanecer.

Conversando com este amigo, perguntei a ele: e como fazem para sair com a família? Claro, temos uma Van, com quinze lugares! E pensei: sinal de que existe espaço para mais alguns, até porque ela está com 34 anos de idade, tem plena saúde, sempre partos fáceis e normais, sem cortes, exatamente como Deus prometeu para Eva no Paraiso, embora, é claro, com as dores normais.

Como ele chegou a conhecer o Movimento? Através do nosso livro “Uma Teologia Morta”, que lhe foi dado pela sua irmã, quando ele viu que aquilo que estava no livro tinha a ver com as suas mesmas ideias e constatações. Dali em diante sempre foi pedindo livros aos poucos, conforme as suas posses, e já veio nos visitar uma vez com seu filho. Ou seja: um homem completa e absolutamente diferente das pessoas comuns. Tudo ele tenta fazer convergir para a vontade de Deus, a Quem busca escutar em tudo o que faz, e é isso que o faz gastar tanto dinheiro em livros, tendo uma prole tão numerosa. A imensa maioria dos pais de família trataria de guardar suas reservas para frente, para os remédios e os imprevistos, mas o pensamento do casal é este: Deus tem mais para dar adiante!

Como evangelizam? Ele leva a família, esposa e filhos, para alguma cidade das redondezas, munido dos kits de livros e terços, e vai entregando para as pessoas que passam, e até mesmo no pátio das grandes indústrias da região, na saída do trabalho, e é com alegria que fazem isso, pois ficam felizes com o agradecimento das pessoas, pois todas gostam de ganhar um presente. Ele não se preocupa se as pessoas vão ou não ler os livros, porque diz assim: eu preciso apenas semear, Deus é que faz a colheita!

Antes de pedir esta grande remessa de material, ele foi falar com o pároco, com quem ficou a conversar por mais de três horas, debate franco e aberto. Padre fã da teologia da libertação, o chamava de louco, e dizia: vocês querem ser diferentes dos outros e isso é loucura. Tá errado ter tantos filhos! Mas, iluminado pelo Espírito Santo, ele sempre sacava uma passagem bíblica em sua defesa, de modo que o padre ficava exasperado. Mas diz que ama Nossa Senhora e zela pela Eucaristia, então concordou que ele fizesse a divulgação em sua paróquia e era isso que ele queria e nada mais.

Enfim, nos despedimos desta família feliz, e certamente que Deus também está feliz com eles. No tempo em que estive lá, não vi uma só discussão entre os meninos, nenhuma briga, e sim, um sempre ajudando o outro. O mais falador é o menorzinho, de apenas três anos. Precisam ver o segundo último me contar a história de que estavam tomando banho na lagoa, e o menor se afundou ele puxou para fora pelos cabelos. E o pequeno Miguel confirmava tudo, com a maior ciência do perigo que tinha passado. Dulce levou algumas balas para eles, e este pequeno não queria para si sozinho, e insistia em repartir com os outros.

Depois do almoço, quando a Kombi já tinha levado os maiores para a escola, a mãe apenas disse para os dois menores: agora a mãe precisa lavar a louça e vocês dois vão dormir. Pensam que teimaram? Nada disso, na mesma hora pegaram o caminho de suas camas sem discussão. E dizia assim lá da cama, o pequeno Miguel, mas sem chorar: Por favor, alguém aí pode pedir pra minha mãe me trazer o bico! Por favor, mãe me trás o bico! Mas sem berrar espernear como fazem as crianças “normais”. Até que o pai foi lhe levar o bico, e ele calou!

Esta é uma prova de que as famílias numerosas, com até uma dezena de filhos, são muito mais felizes, e formam pessoas mais calmas, dóceis, obedientes, sensíveis e preparadas para a vida. E todos são inteligentes, tanto que a menina deles, que é a segunda mais velha, foi a terceira colocada em um concurso entre muitos candidatos. E ela também, já mocinha, não tem vergonha de participar da comunidade com seu singelo terço no pescoço, enquanto, quem sabe, as outras candidatas estão cheias de brincos e colares, ou aquelas horríveis tatuagens, modismos extravagantes, e infelicidades e inconformidades mais do que evidentes. Duvido que são felizes como ela.

Contaram-me que o menino deles que está na cidade, na casa da avó, e faz o ginásio e ao mesmo tempo o curso de eletrotécnico e de inglês, falou a eles que somente ele, de toda a sua turma, que vai à Missa todos dos Domingos, e é caçoado pelos colegas por causa disso. Disse que seus colegas só querem saber de lidar com seus celulares, se encher de brincos e pinturas na pele, cortes de cabelo extravagantes, e “zoar”, promovendo atos de rebeldia, tão errados, mas tão comuns nos dias de hoje, entre a juventude da cidade. E se pergunta: conseguirá ele se manter no mesmo espírito da família, em meio tão podre? Perceberam a diferença entre a santidade e a vulgaridade? Penso que não é difícil de acertar qual tipo de jovem estará no Novo Reino.

No fundo eu percebo que famílias assim somente podem vicejar exatamente naquele ambiente distante dos grandes centros, longe da folia das cidades e do contato com o mal que as rodeia e permeia. Mas este também é o ambiente do novo Reino. Com a drástica diminuição das populações, os espaços vazios serão ampliados, e não havendo mais propriedade particular, todos procurarão ocupar os espaços de natureza mais bela, cada um ao seu gosto, construindo ali um ambiente feliz e totalmente voltado para a santidade. Claro, haverão alguns aglomerados, os que se concentram ao redor dos ambientes de produção, para as necessidades do vestir e do calçar, e também para a produção das novas tecnologias limpas que facilitarão a vida das pessoas, e tornarão a terra num paraíso.

Em última análise na questão dos alimentos, tudo o que eles precisariam hoje seria o sal, porque todo o resto eles podem produzir na propriedade, até açúcar, mel e café, tudo para uma vida saudável e duradoura. E se a nova configuração do homem renovado, em carne espiritualizada, não necessitar mais de sal, nem isso tornará uma família dependente de algum alimento. No mais tudo virá grátis, porque o dinheiro, o deus deste final de mundo podre, simplesmente desaparecerá, tal como o ouro, cuja disputa fez derramar tantos rios de sangue em sua busca.

Por último, simples constatar, não restarão na terra os escarnecedores, aqueles do tipo que gozam desta família santa, mas somente estes, porque seguramente o Pai prefere um menino ou uma menina que leva dia e noite seu tercinho ao pescoço, mas que reza com os pais o Rosário de Maria todos os dias, do que estes mal educados das cidades, com seus modismos escandalosos e repelentes aos olhos de Deus, pircings, tatuagens, cabelos rebeldes e comportamentos que os enfeiam, tornam ridículos, e visam agredir a sociedade e ao Criador. O que Dulce e eu vimos então foi realmente uma coisa bela, edificante, da qual dou este testemunho.

No fundo eu gostaria de ter ficado mais tempo, e se dependesse de mim passaria ali pelo menos uma noite, onde não escutaria nem um barulho de carro pelas ruas, não ouviria o som de telefone nem de celular, apenas os pios dos animais noturnos, o coaxar das rãs, em sua sinfonia de louvor ao Criador. Eu não duvido que nas noites, Jesus mesmo passeia por aquele gramado ao redor da casa, contemplando a paz que a tudo permeia.

Parabéns para esta família santa, que a Nova Terra aguarda para pequenos ajustes e complementos, no que tange a se livrar de tudo aquilo que passou, para viverem ainda aqui, uma verdadeira vida em Deus. Peço ao Pai que lhes dê a fortaleza necessária para se manter desta forma, até que Jesus venha, e que os furtos da evangelização que eles farão agora, sejam abundantes. Que Deus os mantenha nesta grande fartura e com saúde, eles merecem. (Aarão) 


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