CÃES
20190604
Um cachorro arranhava a minha janela. A principio me irritei, pois estava atendendo pessoas e abri a janela, mas ao ver o cachorro como que, me pedindo socorro, me acalmei. O cachorro como que, falava comigo!
Saí correndo pela nave da capela até à rua e lá, na calçada, deitada no chão, uma moça se debatia e gritava por fortes dores.
Algumas pessoas “oravam” sobre ela e seu esposo chorava.
- Leve-a para dentro da Capela, eu falei. Coloque-a no banco.
Assim fizeram e ela continuava a se debater, gritar de dor e por mais que as pessoas rezassem, a moça não se libertava. Eu estava propenso a voltar à sala de atendimento onde havia deixado pessoas me esperando.
- Chamem o Pronto Socorro. Ela precisa de médico.
E ao fazer o gesto de sair, o cachorro me olhou nos olhos e olhou para a moça. Ao olhar para mim de novo, percebi que eu poderia ser o “médico” naquele momento. As pessoas “orantes” se afastaram e eu fui ao ouvido da moça e sussurrei:
- Você está bem, Filhinha e o teu filhinho, no teu ventre, acaba de reviver! (1)
Ela parou de chorar e seu rosto se iluminou.
Seu esposo se “agarrou” em mim:
- “Brigado”! “Brigado”, Senhor ?...
Tudo agora era calmo: O Céu estava ali!
Uma criança estava morta e reviveu! Ao irem embora, já na estrada o cachorro que ia ao lado dela olhava para trás, para mim, e “me agradecia”.
- Vai cãozinho: Logo você brincará com o teu novo amiguinho!
E, desta vez, foi eu quem chorou! Ao rezar para as pessoas, não precisamos de “lero-lero. Basta-nos o poder de Deus!_
Amém!
Cláudio Heckert
(1) Estas palavras foram de Nossa Senhora.