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22/02/2017
Diaconisas e sacerdotisas?
No dia em que o Vaticano levantar esta torre contra Deus, Ele fulmina este planeta!


Este esforço por provocar mudanças na doutrina católica por tendências culturais tem sido sempre um sinal seguro de que um teólogo submeteu sua mente não a Cristo e à Igreja mas ao espírito de sua época. A teologia sem fidelidade à revelação não é teologia em absoluto

Adelante la Fe – Hemos Visto – (CatholicCulture.org) | Tradução de Airton Vieira – 13 de fevereiro, 2017  – La Civilta Cattolica publicou um ensaio de seu editor adjunto, o padre Giancarlo Pani, quem busca reabrir a possibilidade de ordenar mulheres ao sacerdócio. Este periódico, publicado por jesuítas mas aprovado pelo Secretário do Estado Vaticano, há tempos se tornou um meio para comunicar linhas de pensamento consideradas importantes pelos papas reinantes. Portanto, a maneira mais amável de descrever este artigo em particular é “peculiar”. Sem lugar a dúvidas, é peculiar em ao menos três pontos importantes: política, administrativa, e teologicamente.

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Quando digo “politicamente peculiar”, estou aplicando a ideia do politicamente correto à Igreja. A pergunta é que classe de “clima político” prevalece no Vaticano sob o papa Francisco. Que pontos de vista, sugeridos pelas chaves sutis dos poderosos, indicam que estão abertos a sua discussão, e que pontos de vista são desalentados ao ponto de exilar a quem os articulam? Sabemos, por exemplo, que se considera muito bom lamentar-se pela “rigidez” dos que enfatizam que a adesão à doutrina católica e ao ensinamento moral nos é requerida por Jesus Cristo.

Esta consideração do “clima político” é relevante a La Civilta Cattolica por sua posição única. Desde sua fundação em Roma, em 1850, o periódico tem servido como uma espécie de porta-voz extraoficial da Santa Sé. É o único periódico do mundo cuja tirada é examinada e revisada pelo pessoal do Vaticano, e cada edição deve ser aprovada antes de sua publicação. Portanto, a postura atual do Vaticano é, no mínimo, que o questionar o ensinamento católico tradicional não está mal visto. Tal questionamento não é o tipo de coisa que meteria em problemas um escritor.

Incompetência Administrativa?

A publicação do artigo também é “administrativamente peculiar”. Novamente implica no mínimo que a supervisão da Civilta Cattolica por parte da Secretaria de Estado é seriamente inadequada. Mas a situação poderia ser inclusive pior. Se a supervisão é em realidade adequada — em outras palavras, se a Secretaria de Estado aprovou a publicação com conhecimento e deliberadamente — então, ou a Secretaria de Estado é incompetente ou o papa Francisco deu sinais de que levantar dúvidas sobre a doutrina católica estabelecida é algo desejável.

Esta última possibilidade vem à mente ao considerar o sucedido com o tema da recepção da comunhão de parte dos divorciados recasados sem a nulidade. O papa Francisco tem fomentado a conclusão de que a recepção da comunhão devesse ser possível em alguns casos após um período de discernimento cuidadoso, ainda que não tenha ido tão longe em seu documento oficial (Amoris Laetitia), nem emitiu uma revisão da lei canônica que diretamente proíbe esta prática que se promove em privado. O uso estratégico da Civilta Cattolica é outra forma de alentar ideias e práticas que a Santa Sé jamais permitiria que um Papa especifique magisterialmente. É impossível não imaginar que isto é parte de um padrão desafortunado.

A possibilidade de aprovação papal cobra mais força graças ao grande reconhecimento que brindou o papa à equipe editorial de Civilta Cattolica após a publicação de um artigo que questiona a permanência do ensinamento da Igreja que sustenta que as mulheres não podem ser sacerdotes. Entre outras coisas, Francisco disse aos empregados que seu periódico “continua navegando valentemente em mar aberto”, aconselhando que o católico “não deve ter medo de mar aberto, não deve buscar reparo em portos seguros”. O Papa enfatizou deliberadamente este ponto: “Os senhores, como jesuítas, evitem aferrar-se a certezas e seguranças.”

Poderíamos facilitar-lhe para sugerir que, seguramente, o Papa deve estar se referindo ao perigo de aferrar-se a meras opiniões humanas. Mas Francisco fala em termos tão amplos e frequentes que devemos perguntar-nos se a própria Igreja, sem mencionar seus membros, não terá perdido de alguma maneira sua habilidade para distinguir o que é divinamente permanente na isenção cristã de interpretações humanas transitórias. Está mal, por exemplo, o aferrar-se à certeza da ressurreição de Jesus Cristo?

Peculiaridade Teológica

Certamente, um momento de reflexão nos permite ver que tentar reabrir a questão da ordenação de mulheres é peculiar de um modo adicional: o “teologicamente peculiar”, por dizê-lo suavemente.  O é pela maneira deliberadamente definitiva na que o papa João Paulo II resolveu esta questão — claramente e de uma vez por todas — em sua carta apostólica de 1994, Ordinatio Sacerdotalis. Após uma discussão breve sobre o assunto, em três sessões numeradas, o Papa afirmou sua conclusão no. 4, que citarei em sua totalidade:

4. Ainda que a doutrina sobre a ordenação sacerdotal, reservada só aos homens, seja conservada pela Tradição constante e universal da Igreja, e seja ensinada firmemente pelo Magistério nos documentos mais recentes, não obstante, em nosso tempo e em diversos lugares se a considera discutível, ou inclusive se atribui um valor meramente disciplinar à decisão da Igreja de não admitir às mulheres a tal ordenação.

Portanto, com o fim de afastar toda dúvida sobre uma questão de grande importância, que diz respeito à mesma constituição divina da Igreja, em virtude de meu ministério de confirmar na fé aos irmãos (cf. Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem de modo algum a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que este ditame deve ser considerado como definitivo por todos os fiéis da Igreja.

Simplesmente, não é possível que o Magistério seja mais claro que isto. De fato, o mesmo papa Francisco pareceu dizê-lo durante a entrevista no voo de regresso de sua visita a Suécia: “sobre a ordenação de mulheres na Igreja Católica, a última palavra é clara e a deu São João Paulo II e isto permanece.”

É revelador que o padre Pani, ao sugerir uma reabertura desta questão, desse como razão o que ele descreve como tensões entre o ensinamento da Igreja e o trabalho dos teólogos. Correndo o risco de descarrilar rumo ao desconhecido, isto se torna mais e mais estranho. É peculiar ao extremo, perpetua uma ideia falsa da teologia desenvolvida por teólogos dissidentes durante o século XX, que ainda hoje afeta um grande número de teólogos acadêmicos. Devemos sacudir rotundamente de nossa confusa mente a noção de que a função dos teólogos é refletir sobre as mudanças culturais como se pudessem discernir nelas novas e alteradas verdades da fé.

Verdadeira Teologia

Em realidade, para um teólogo que compreenda a natureza de sua disciplina, é impossível encontrar que suas percepções teológicas o confrontem com os ensinamentos da Igreja. Cada disciplina tem sua própria matéria de estudo e seus métodos. A matéria de estudo própria da Teologia é a Revelação Divina, expressada e clarificada só nas Escrituras, a Tradição, e o Magistério da Igreja, com a garantia do Espírito Santo de que estão livres do erro. Portanto, é função do teólogo católico o captar o significado da revelação de uma maneira mais completa, explicando-a em maior profundidade e com uma compreensão mais precisa, na medida que avança seu estudo no tempo.

Não pode haver jamais uma tensão legítima entre o ensinamento da Igreja e o trabalho dos teólogos, pela simples razão de que o ensinamento da Igreja é parte da informação teológica que o teólogo busca compreender. A teologia sempre é fé buscando compreensão através do estudo da revelação. Os teólogos não têm matéria de estudo e não pode haver uma disciplina chamada “teologia” mais além de tudo isto. Nesse caso, o modernismo implícito do autor se transparece claramente, como sucede sempre nos escritos deste tipo, ao criticar que a declaração da CDF em 1995, recordando-nos que o ensinamento do papa João Paulo II era definitivo, “não toma em conta os avanços produzidos pela presença da mulher na família e a sociedade no século 21.”

Mas estes avanços culturais, sejam bons o maus, não são em absoluto dados para a teologia. O que são é uma fonte de perguntas adicionais que os teólogos podem necessitar encarar mais claramente, com base em um estudo renovado da informação revelada, com novas preocupações em mente. De fato, o papa São João Paulo II fez isso mesmo em Ordinatio Sacerdotalis. Ao considerar justamente este tipo de perguntas que surgem precisamente de assuntos culturais que há tempo passaram em primeiro plano, João Paulo escreveu:

Por outra parte, o fato de que Maria Santíssima, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, não recebesse a missão própria dos Apóstolos nem o sacerdócio ministerial, mostra claramente que a não admissão das mulheres à ordenação sacerdotal não pode significar uma menor dignidade nem uma discriminação para com elas, mas a observância fiel de uma disposição que há que atribuir à sabedoria do Senhor do universo. [3]

Meus amigos, esse é um exercício de teologia, e para nosso tempo é uma grande prova que tantos dos que exerçam uma função na clarificação da doutrina católica careçam inclusive da compreensão básica do que significa dominar uma disciplina tão sublime. Este esforço por provocar mudanças na doutrina católica por tendências culturais tem sido sempre um sinal seguro de que um teólogo submeteu sua mente não a Cristo e à Igreja mas ao espírito de sua época. A teologia sem fidelidade à revelação não é teologia em absoluto.

Finalmente, me entristece uma vez mais ver e demonstrar que o papa Francisco não crê que uma parte significativa de sua responsabilidade como Vigário de Cristo é proteger aos fiéis de qualquer coisa que debilite sua confiança na permanência dos ensinamentos da Igreja Católica. Inclusive muitas vezes, Francisco sugere o contrário — que a confiança está posta no lugar equivocado. Devemos recordar que quando Nosso Senhor repreendeu os fariseus, não falou em geral de sua “rigidez”, mas de seu firme empenho rumo às coisas más, referindo-se à sua maneira mundana de pensar:

Lhes disse: “Com razão Isaías profetizou sobre vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de Mim. Me rendem um culto vão, ensinando doutrinas (que são) mandamentos de homens.” [Mc 7:6-8]

Estas palavras de Jesus Cristo são aplicáveis de maneira direta ao enfoque errôneo da Civilta Cattolica sobre a ordenação de mulheres como sacerdotes. Para enfatizar este ponto, isto é o que Cristo em sua glória pediu a São João que transmita à Igreja, no terceiro capítulo do Livro do Apocalipse: “Venho logo; guarda firmemente o que tens para que ninguém te arrebate a coroa.”

Por Jeffrey Mirus

LifeSiteNews

(Traduzido por Marilina Manteiga)

Fonte: http://adelantelafe.com/reabriendo-tema-del-sacerdócio-mulheres-travestismo-teologico-tragédia-espiritual/

 


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