Na véspera do Sínodo Ordinário sobre a Família realizado em outubro de 2015 em Roma, foi entregue à Santa Sé uma “Filial Súplica à Sua Santidade sobre o futuro da Família”. Assinado por 879,451 pessoas, incluindo oito cardeais e 203 arcebispos e bispos, o documento solicitava uma palavra de esclarecimento para dissipar a confusão que se espalhara diante da possibilidade de pessoas divorciadas e civilmente “recasadas” terem acesso à Sagrada Eucaristia. |
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Com ou sem razão, as formulações dos dois documentos – o Relatório Final do Sínodo e a Exortação pós-sinodal Amoris Laetitia – foram interpretadas como possibilitando tal acesso após um discernimento “caso por caso”. Pronunciamentos de proeminentes eclesiásticos revelam que a leitura desses documentos causa muitas vezes contradições e opiniões conflitantes, mesmo entre os pastores, o que ajudou a criar mais confusão entre os fiéis quanto ao ensinamento da Igreja sobre a indissolubilidade do casamento e as condições necessárias para receber os sacramentos da Penitência e da Eucaristia. |
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Em um pronunciamento público, Sua Excelência Dom Athanasius Schneider, Bispo- auxiliar de Astana, sugeriu que, enquanto aguardam respeitosamente um esclarecimento, todos os católicos que levam a sério os votos do batismo façam a uma só voz uma profissão de lealdade, afirmando específica e claramente todas as verdades católicas que foram diluídas ou ambiguamente desfiguradas desde que o Cardeal Walter Kasper propôs que a Igreja mudasse a sua disciplina (fevereiro de 2014).
Inspirados pelo convite de Dom Schneider, os organizadores da Filial Súplica prepararam uma Declaração de Fidelidade ao ensinamento imutável da Igreja sobre o casamento e à sua disciplina ininterrupta.
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Em uma entrevista com o Dr. Maike Hickson, do site OnePeterFive, o Cardeal Carlo Caffarra, arcebispo emérito de Bolonha e um dos maiores moralistas da Igreja, fundador e primeiro presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família, chegou a declarar que:
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Em Amoris laetitia [308], o Santo Padre Francisco escreve: “Entendo aqueles que preferem uma pastoral mais rígida que não dê origem a nenhuma confusão”. Deduzo destas palavras que Sua Santidade percebeu que o ensino da exortação poderia dar origem a confusão na Igreja.Pessoalmente — opinião também de muitos dos meus irmãos em Cristo, cardeais, bispos e leigos fiéis — desejo que a confusão seja removida, não por preferir uma pastoral mais rígida, mas simplesmente por preferir uma pastoral mais clara, menos ambígua. |
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Após reafirmar 27 verdades morais fundamentais que devem ser consideradas não somente válidas, mas imutáveis, a Declaração conclui: “Enquanto o nosso mundo neopagão desfere um ataque geral à instituição divina do casamento e as pragas do divórcio e da depravação sexual se espalham por toda parte, inclusive dentro da vida da Igreja, nós, bispos, sacerdotes e fiéis católicos abaixo assinantes, julgamos nosso dever e privilégio declarar em uníssono nossa fidelidade aos ensinamentos imutáveis da Igreja sobre o casamento e à sua disciplina ininterrupta, tais como os recebemos dos Apóstolos. Com efeito, somente a clareza da verdade libertará as pessoas (cf. João 8, 32) e permitir-lhes-á encontrar a verdadeira alegria do amor, levando uma vida segundo a vontade sábia e salvadora de Deus, em outras palavras, evitando o pecado, como pediu maternalmente Nossa Senhora em Fátima, em 1917”. |
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A Declaração recebeu inicialmente a adesão de 81personalidades católicas, entre as quais três cardeais, três bispos e um grande número de acadêmicos erepresentantes do mundo eclesiástico e civil. A esta lista rapidamente se juntaram mais de 17000 signatários, destacando-se entre eles muitos bispos, sacerdotes, professores de teologia e religião católica, catequistas, reitores de seminário e professores católicos.
Caso ainda não a tenha assinado, convidamo-lo a fazê-lo agora, tendo em vista que já havia gentilmente assinado a primeira Filial Súplica dirigida ao Santo Padre entre os dois Sínodos sobre a Família.
Contamos com seu apoio nesta nova iniciativa a fim de que a Santa Igreja Católica possa continuar a ser vista por nossos contemporâneos como baluarte do casamento e da família num mundo hedonista e relativista.
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In Christo Domino
pela Filial Súplica,
Kenneth J. Drake
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