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Igreja
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19/07/2017
O único e verdadeiro ecumenismo
Trazer de volta para a Verdade da Igreja Católica os desviados da fé, sem ceder um milímetro!


E isso é sim possível! Não este herético blá bla bla de mornos, de clérigos entreguistas que capitulam vergonhosa e covardemente diante dos seguidores de Lutero. Isso quando tantas vezes o que eles querem ouvir é a verdade, mesmo dura, não os floreios de quem está pensando em seu sucesso, não na Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nossa Santa Igreja é SIM, a de Lutero é NÃO... O resto vem de satanás!

RETIRO DA FSSPX PARA PASTORES PROTESTANTES: “ENCONTREI A IMACULADA!”.

stehlin_3Fonte: La Porte Latine

 

Se a Letônia e a Estônia constituem Estados distintos da Rússia, os padres que, em nome da Fraternidade, asseguram o apostolado nesses países, são os mesmos. A história muito encorajadora que se lê abaixo relata dois retiros espirituais pregados a pastores protestantes. Uma página épica do trabalho da graça.

As boas relações que um pastor luterano da Estônia mantinha conosco, padres da Fraternidade e do priorado de Kaunas, já eram antigas. E contudo, nada deixava suspeitar a iniciativa que este pastor tomaria um dia. Nada, se não é o interesse que ele manifestou pelo ensino tradicional da Igreja católica.

Esse pastor luterano nos surpreendeu portanto, e nos surpreendeu agradavelmente, quando nos convidou para pregar um retiro a alguns dos seus colegas na Estônia. Respondemos sim imediatamente, e apresentei-me por conseguinte, no dia marcado, ao lugar previsto para acolher os retirantes.

E que lugar! Um presbitério luterano… Lugar no qual um padre da Tradição católica ia pregar os exercícios de Santo Inácio de Loyola às almas seduzidas pela doutrina de Lutero!

Os retirantes não eram, realmente, numerosos: sete ao todo. Estávamos no campo. A igreja da aldeia datava do século XIII. Estávamos no mês de Novembro de 2007.

Comecei então minha pregação, e anunciei a todos, a partir do primeiro dia, que recitaríamos todas as noites o rosário. Um dos pastores, vindo da Letônia, mostrou descontentamento, e justificou-o recordando os argumentos mais habituais que se opõem à devoção mariana na Igreja católica. O respondi colocando em suas mãos um belo rosário, e relembrando as palavras de São Luis Maria Grignon de Montfort: ‹‹ Afinal, quando você diz o rosário, não recitará senão cinqüenta vezes uma oração muito bíblica, cujo centro não é outro que não Jesus. Pois a Ave Maria culmina nestas palavras: ‘Bendito é [o fruto de vosso ventre] Jesus… ››.

‹‹ Encontrei a Imaculada! ››

Surpreso, o pastor aceitou o rosário e o princípio de rezar desse modo. O retiro passou-se muito bem, e terminou com belos frutos de aproximação de vários desses pastores com a doutrina tradicional da Igreja. Quanto ao pastor letão [i.e., da Letônia] do qual acabo de falar, exclamou na frente de todos, no fim do retiro: ‹‹ Encontrei a minha Mãe! Encontrei a Imaculada! Uma das maiores graças da minha vida! ››. ‹‹ Bom, disse-me a mim mesmo, ó Imaculada, se é assim, tome-o em vossas mãos ››.

Daí em diante, perdi contato com ele. Seus confrades pastores da Estônia que acompanharam o retiro, e com os quais reencontrei-me depois, não souberam me dizer muito bem o que o seu colega da Letônia tinha se tornado.

Grande silêncio, portanto… até o 11 de Janeiro passado.

Recebi, com efeito, neste dia, uma mensagem de nosso pastor letão. Ainda tocado pelo retiro que assistiu na Estônia, me perguntava se eu não poderia pregar um outro, sempre para pastores luteranos, dessa vez na Letônia! Queria muito convidar seus confrades, e insistia para que o retiro fosse segundo os exercícios de Santo Inácio, porque ele repreende duramente o protestantismo e nele não se encontram palavras vazias…

Era necessário naturalmente responder a este convite. Fiquei do mesmo modo ligeiramente inquieto, porque o meu correspondente me anunciava que os seus colegas pastores na Letônia não eram tão “criptocatólicos” como aqueles aos quais levei o Evangelho na Estônia, e que no retiro a se realizar ele deveria esperar numerosas controvérsias. ‹‹ Se é o caso, disse-me a mim mesmo, os retirantes novamente não serão muitos numerosos: três ou quatro, talvez ››.

Desembarquei, no fim do mês de Abril de 2008, no aeroporto de Riga. Primeira surpresa: o ‹‹ cura ›› da catedral luterana veio em pessoa me procurar. Conduziu-me a uma paróquia muito antiga, país adentro. Segunda surpresa: dezenove participantes vinham ouvir o retiro. Contava-se sete leigos, onze pastores luteranos, e o próprio ‹‹ arcebispo ›› luterano de Riga, chefe de todos os luteranos da Letônia!

Luteranos perante Santo Inácio

O pastor letão que organizava o retiro me acolheu na casa de retiros. Tinha em sua mão o rosário que havia lhe oferecido em Novembro de 2006, e me disse: ‹‹ Veja, permaneci fiel a “ela”. Todos os dias rezo o rosário, fonte de graças para a minha vida pessoal e para o meu apostolado ››. ‹‹ Vossos caminhos são admiráveis, ó Imaculada ››, pensei.

Preguei a eles, então, um retiro inteiro de cinco dias. Os retirantes se reuniam pela manhã para rezar as Laudes, à tarde para as Vésperas e à noite para as Completas. O quanto pude compreender a sua oração, utilizavam o breviário beneditino em língua letã. Igualmente, celebravam cada dia a sua liturgia, que tem semelhanças com oNovus Ordo Missæ, embora o celebrante esteja, no altar, voltado para Deus e a comunhão seja distribuída de joelhos. Acolhido nessa casa, a organização ficava a cargo dos pastores que me convidaram, observei.

É interessante saber que a ‹‹ Igreja ›› luterana da Letônia é considerada como a mais conservadora das comunidades luteranas do mundo. Seus discípulos pretendem ter a sucessão apostólica (a Igreja católica não o reconhece, na realidade). A maior parte dos luteranos da Letônia considera o sacerdócio como sacramento, e pensa, por conseguinte, que seus pastores celebram validamente a missa. De resto, os seus conhecimentos são bastante confusos porque, sobre numerosos pontos de doutrina, lhes falta clareza.

Controvérsias

Eu aproveitava as instruções que dava para expor em detalhe os pontos de doutrina de controvérsia. Demorava-me todo especialmente sobre a Santíssima Virgem Maria, a Tradição como fonte da Revelação, o Magistério da Igreja e o santo sacrifício. Durante o tempo livre, frequentemente era visitado. Cinco pastores, dentre os onze, vinham me ver regularmente. Eles me questionavam sobre a doutrina, a vida moral e a vida espiritual. Quando eu celebrava a missa, alguns assistiam – dois ou três – e a acompanhavam com enorme interesse.

Vários rezavam o rosário privadamente.

Quanto ao ‹‹ arcebispo ›› luterano, nunca veio me ver. No entanto, tomava notas, durante as instruções, sobre um pequeno computador que levara. No fim do retiro, assegurou-me ter redigido quarenta e cinco páginas desse modo…

Quando os Exercícios terminaram, cada um dos participantes deixou o seu testemunho, como é feito, de resto, em quase todas as circunstâncias desse tipo.

As intervenções foram realmente emocionantes. Um dos retirantes agradeceu as explicações dadas sobre o papel da Santa Virgem na vida cristã. Outro exprimiu a sua gratidão pela exposição clara que tentei trazer sobre a doutrina do santo sacrifício. Todos estavam profundamente felizes de ter vislumbrado uma verdadeira direção para a vida espiritual, sobretudo em matéria de oração e leitura das Sagradas Escrituras.

Alguns, de maneira confidencial, exprimiram-me o seu grande desejo de se converter e exercer o seu ministério como padres católicos. Alguns agradeciam seu pregador pelos esclarecimentos que eu lhes teria trazido sobre a crise da Igreja e os perigos do ecumenismo.

O ecumenismo contra a conversão

Uma pergunta me queimava os lábios. Porque eles tinham se dirigido assim a um padre da Fraternidade Sacerdotal São Pio X? Sua resposta me deixou atônito: com os católicos ‹‹ oficiais ›› não se pode ter senão encontros ecumênicos. Eles consistem em trocar numerosas palavras vazias, e dão a impressão de que os católicos querem fazer tudo para agradar os protestantes. Ora, não é que procuram esses luteranos. Eles desejam a luz sobre numerosos pontos que, na sua confissão, são ou bem confusos ou bem contraditórios entre si. Apenas, confessavam-me, um católico de Tradição é capaz de professar a doutrina católica sem rodeios, sem palavras bonitas, mas transmitindo simplesmente as suas convicções.

Finalmente o ‹‹ arcebispo ›› tomou a palavra diante de todos:

‹‹ A todos os meus pastores, ao maior número de fiéis possível, faz-se necessário levar esse retiro de Santo Inácio. Ele transforma o homem em alguns dias. Farei tudo para fazer pregar esses Exercícios apostólicos. Nada é mais necessário, como antídoto contra o mundo moderno e a perda da fé. ››

Lá estava o meu espanto quando o arcebispo conduziu-me pessoalmente a Riga. Havia chegado para mim o tempo de partir. As três horas de viagem, no automóvel, foram ocupadas por uma conversa sobre pontos diversos da doutrina cristã. Ele me conduziu à sua casa, onde tomamos um pequeno lanche. Seguidamente fomos para o aeroporto. Ele mesmo carregou minhas bagagens até o check-in.

Antes de me dizer adeus, pediu que eu retornasse para pregar outra vez esse retiro a um número maior de pastores e luteranos.

De regresso ao priorado, recebi, duas semanas mais tarde, os agradecimentos do pastor letão que havia me convidado. Agradeceu ainda por esses dias de graças.

Soube, de sua própria boca, que um dos participantes leigos, após o retiro, se converteu ao catolicismo. Como a Fraternidade São Pio X não é conhecida na Letônia, esse retirante se dirigiu a um padre ‹‹ conservador ››, que o recebeu na Igreja.

Os pastores que haviam assistido o retiro pediram que lhes enviasse livros católicos escritos em letão.

É necessário reconhecer que esses livros são pouco numerosos. Mesmo os clássicos da espiritualidade católica são ou difícil ou impossível de se encontrar nesse país. Seria necessário então pôr-se à edição, em letão, da Apologética e da explicação da missa tradicional, assim como a literatura mariana.

Apostolado imenso

Para concluir, devo dizer que raramente encontrei uma audiência de retirantes tão atenta e aplicada, com grande fervor e uma investigação sincera da verdade. Qual crime, então, faz esse falso ecumenismo imperante que fecha a porta às pessoas de boa vontade, e que dá aos não-católicos uma imagem perfeitamente falsa da Igreja católica!

Imagine então: esses pastores têm um grande desejo de salvar as almas, as suas igrejas não estão ainda tão vazias como as dos católicos liberais ou protestantes. Desejam ser bons pastores para as almas, essas milhares de pessoas que são, como o retiro prova, igualmente abertos à verdadeira doutrina e à verdadeira espiritualidade. Mas a Igreja católica oficial lhes proíbe praticamente a conversão. Tocamos aqui o mistério da iniqüidade o mais profundo.

Que fazer atualmente? Poder estar mais presente nesses países seria tão importante… Ora, não temos mais que uma pequenina capela na capital da Estônia. É visitada duas vezes por mês por um padre de nosso priorado. Essa capela tem, contudo, certo futuro, porque reúne algumas jovens famílias, ao todo quarenta pessoas. Quanto à Letônia, há neste país um padre amigo uniata, sob quem reunimos sem regularidade algumas pessoas de rito latino para lhes rezar a missa tradicional.

Nosso sonho é poder abrir uma capela em Riga e contar com um padre que poderia visitar regularmente esses países a fim de começar um apostolado sério. Pelo momento, não temos nem padres nem meios. Mas, depois de tudo, quando começamos o apostolado no Leste Europeu, o número de padres era dois, e o número de meios ‹‹se elevava›› a zero! Ora, hoje contamos com dois priorados, dez padres, dez capelas na Polônia, dois na Lituânia, um na Bielorrússia, aquele que acabei de falar na Estônia, sem contar as relações que mantemos com a Fraternidade São Josafá na Ucrânia.

Aí está a prova que, quando os homens não encontram soluções às suas dificuldades, há sempre uma pessoa que as encontra, que conhece a saída, e para Ela nos voltamos. Ela, que esmaga a cabeça da serpente, que ‹‹venceu todos as heresias sobre toda a terra ››, terá piedade dos gritos das almas ‹‹ nas trevas e a sombra da morte ››. Como, quando, com quem e com que? Só ela sabe.

A nós cabe pedir o milagre…

Padre Karl Stehlin, Superior da Casa Autônoma dos Países do Leste

 


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