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15/02/2009
A quaresma


Igreja - A quaresma
15/02/2009 14:52:41

Igreja - A quaresma


Quaresma:



 
4. Oração, mortificação e caridade.
São as três grandes práticas quaresmais ou meios da penitência cristã (ver MT 6,1-6.16-18).
Acima de tudo, está a vida de oração, condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, o cristão ingressa no diálogo íntimo com o Senhor, deixa que a graça entre em seu coração e, a semelhança de Santa Maria, abre-se à oração do Espírito cooperando a ela com sua resposta livre e generosa (ver Lc 1,38). portanto devemos neste tempo animar a nossos fiéis a uma vida de oração mais intensa.
Para isso poderia ser aconselhável introduzir a reza de Alaúdes ou Vésperas, na forma que resulte mais adequada: os domingos ou nos dias de trabalho, como uma celebração independente ou unidos à Missa; convidar a nossos fiéis a formar algum grupo de oração que se reúna estavelmente sob nosso guia, uma vez por semana durante meia hora. Desta maneira além de rezar podemos lhes ensinar a fazer oração; incentivar a oração pela conversão dos pecadores, oração própria deste tempo; etc. Além disso, não se pode esquecer que a Quaresma é tempo propício para ler e meditar diariamente a Palavra de Deus.
Por isso seria muito bom oferecer a nossos fiéis a relação das leituras bíblicas da liturgia da Igreja de cada dia com a confiança de que sua meditação seja de grande ajuda para a conversão pessoal que nos exige este tempo litúrgico.




A mortificação e a renúncia, nas circunstâncias ordinárias de nossa vida, também constituem um meio concreto para viver o espírito da Quaresma. Não se trata tanto de criar ocasiões extraordinárias, mas sim mas bem oferecer aquelas circunstâncias cotidianas que nos são molestas; de aceitar com humildade, gozo e alegria, os distintos contratempos que nos apresenta o ritmo da vida diária, fazendo ocasião deles para nos unir à cruz do Senhor. Da mesma maneira, o renunciar a certas coisas legítimas ajuda a viver o desapego e o desprendimento. Inclusive o fruto dessas renúncias e desprendimentos o podemos traduzir em alguma esmola para os pobres. Dentro desta praxe quaresmal estão o jejum e a abstinência, dos que nos ocuparemos mais adiante em um parágrafo especial.




A caridade. De entre as distintas práticas quaresmais que nos propõe a Igreja, a vivência da caridade ocupa um lugar especial. Assim nos lembra São Leão Magno: “estes dias quaresmais nos convidam de maneira premente ao exercício da caridade; se desejamos chegar à Páscoa santificados em nosso ser, devemos pôr um interesse especialíssimo na aquisição desta virtude, que contém em si às demais e cobre multidão de pecados”. Esta vivência da caridade devemos viver a de maneira especial com aquele a quem temos mais perto, no ambiente concreto no que nos movemos. Desta maneira, vamos construindo no outro “o bem mais precioso e efetivo, que é o da coerência com a própria vocação cristã” (João Paulo II).
“Há maior felicidade em dar que em receber” (At 20,35). Segundo João Paulo II, o chamado a dar “não se trata de um simples chamado moral, nem de um mandato que chega ao homem de fora” mas sim “está radicado no mais fundo do coração humano: toda pessoa sente o desejo de ficar em contato com os outros, e se realiza plenamente quando se dá livremente a outros”. “Como não ver na Quaresma a ocasião propícia para fazer opções decididas de altruísmo e generosidade? Como médios para combater o desmedido apego ao dinheiro, este tempo propõe a prática eficaz do jejum e a esmola. Privar-se não só do supérfluo, mas também também de algo mais, para distribui-lo a quem vive em necessidade, contribui à negação de si mesmo, sem a qual não há autêntica praxe de vida cristã. Nutrindo-se com uma oração incessante, o batizado demonstra, além disso, a prioridade efetiva que Deus tem na própria vida”.
Por isso será oportuno discernir, conforme à realidade de nossas comunidades, que campanhas a favor dos pobres podem organizar durante a Quaresma, e como devemos animar a nossos fiéis à caridade pessoal.
A oração, a mortificação e a caridade, ajudam-nos a viver a conversão pascal: do fechamento do egoísmo (pecado), estas três práticas da quaresma nos ajuda a viver a dinâmica da abertura a Deus, a nós mesmos e a outros.




5. A abstinência e o jejum.
A prática do jejum, tão característica da antigüidade neste tempo litúrgico, é um “exercício” que libera voluntariamente das necessidades da vida terrena para redescobrir a necessidade da vida que vem do céu: “Não só de pão vive o homem, mas também de toda palavra que sai da boca de Deus” (MT 4,4; ver Dt 8,3; Lc 4,4; antífona de comunhão do I Domingo de Quaresma)




O que exigem a Abstinência e o Jejum?
A abstinência proíbe o uso de carnes, mas não de ovos, laticínios e qualquer condimento a base de gordura de animais. São dias de abstinência todas as sextas-feiras.




O jejum exige fazer uma só refeição durante o dia, mas não proíbe tomar um pouco de alimento pela manhã e de noite, atendo-se, no que respeita à qualidade e quantidade, aos costumes locais passados (Constituição Apostólica poenitemi, sobre doutrina e normas da penitência, III, 1,2). São dias de jejum e abstinência a Quarta-feira de Cinza e a Sexta-feira Santa.




Quem está chamados à abstinência e ao jejum?
À Abstinência de carne: os maiores de 14 anos.
Ao Jejum: os maiores de idade (18 anos) até os 59 anos.
 
por que o Jejum? Fala-nos o Santo Padre:
“É necessário dar uma resposta profunda a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem a Deus.
“O abster-se da comida e a bebida tem como fim introduzir em à existência do homem não só o equilíbrio necessário, mas também também o desprendimento do que se poderia definir como “atitude consumista.
“Tal atitude veio a ser em nosso tempo uma das características da civilização ocidental. A atitude consumista! O homem, orientado para os bens materiais, muito freqüentemente abusa deles. A civilização se mede então segundo a quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede com o metro adequado ao homem.
“Esta civilização de consumo ministra os bens materiais não só para que sirvam ao homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas sim cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que se deriva deles, o prazer momentâneo, uma multiplicação de sensações cada vez maior.
“O homem de hoje deve jejuar, quer dizer, abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos: jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo solo quando consegue dizer-se a si mesmo: Não. Não é a renúncia pela renúncia: mas sim para o melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo”.




6. A Confissão.
A Quaresma é tempo penitencial por excelência e portanto se apresenta como tempo propício para impulsionar a pastoral este de sacramento conforme ao que nos pediu recentemente o Santo Pai e nosso Arcebispo Primaz, já que a confissão sacramental é a via ordinária para alcançar o perdão e a remissão dos pecados graves cometidos depois do Batismo.
Não terá que esquecer que nossos fiéis sabem, por uma larga tradição eclesiástica, que o tempo de Quaresma-Páscoa está em relação com o preceito da Igreja de confessar o próprios pecados graves, ao menos uma vez ao ano. Por tudo isso, terá que oferecer horários abundantes de confissões.




7. A Quaresma e a Piedade Popular.
A Quaresma é tempo propício para uma interação fecunda entre liturgia e piedade popular. Entre as devoções de piedade popular mais freqüentes durante a Quaresma, que podemos animar estão:
 
A Veneração a Cristo Crucificado.
No Tríduo pascal, na sexta-feira Santa, dedicado a celebrar a Paixão do Senhor, é o dia por excelência para a “Adoração da Santa Cruz”. Entretanto, a piedade popular deseja antecipar a veneração cultual da Cruz. De fato, ao longo de todo o tempo quaresmal, na sexta-feira, que por uma antiqüíssima tradição cristã é o dia comemorativo da Paixão de Cristo, os fiéis dirigem com gosto sua piedade para o mistério da Cruz.
Contemplando ao Salvador crucificado captam mais facilmente o significado da dor imensa e injusta que Jesus, o Santo, o Inocente, padeceu pela salvação do homem, e compreendem também o valor de seu amor solidário e a eficácia de seu sacrifício redentor.
Nas manifestações de devoção a Cristo crucificado, os elementos acostumados da piedade popular como cantos e orações, gestos como a ostensão e o beijo da cruz, a procissão e a bênção com a cruz, combinam-se de diversas maneiras, dando lugar a exercícios de piedade que às vezes resultam preciosos por seu conteúdo e por sua forma.
Não obstante, a piedade em relação à Cruz, com freqüência, tem necessidade de ser iluminada. deve-se mostrar aos fiéis a referência essencial da Cruz ao acontecimento da Ressurreição: a Cruz e o sepulcro vazio, a Morte e a Ressurreição de Cristo, são inseparáveis na narração evangélica e no intuito salvífico de Deus.




A Leitura da Paixão do Senhor.
Durante o tempo de Quaresma, o amor a Cristo crucificado deverá levar a comunidade cristã a preferir na quarta-feira e na sexta-feira, sobre tudo, para a leitura da Paixão do Senhor.
Esta leitura, de grande sentido doutrinal, atrai a atenção dos fiéis tanto pelo conteúdo como pela estrutura narrativa, e suscita neles sentimentos de autêntica piedade: arrependimento das culpas cometidas, porque os fiéis percebem que a Morte de Cristo aconteceu para remissão dos pecados de todo o gênero humano e também dos próprios; compaixão e solidariedade com o Inocente injustamente açoitado; gratidão pelo amor infinito que Jesus, o Irmão primogênito, demonstrou em sua Paixão para com todos os homens, seus irmãos; decisão de seguir os exemplos de mansidão, paciência, misericórdia, perdão das ofensas e abandono crédulo nas mãos do Pai, que Jesus deu de modo abundante e eficaz durante sua Paixão. 
   
 Via Sacra.
Entre os exercícios de piedade com os que os fiéis veneram a Paixão do Senhor, há poucos que sejam tão estimados como a Via Sacra. Através deste exercício de piedade os fiéis percorrem, participando com seu afeto, a última parte do caminho percorrido pelo Jesus durante sua vida terrena: do Monte das Oliveiras, onde no “horto chamado Getsemani” (Mc 14,32) o Senhor foi “presa da angústia” (Lc 22,44), até o Monte Calvário, onde foi crucificado entre dois malfeitores (ver Lc 23,33), ao jardim onde foi sepultado em um sepulcro novo, escavado na rocha (ver Jo 19,40-42).
Um testemunho do amor do povo cristão por este exercício de piedade são os inumeráveis Via Sacras  nas Igrejas, nos santuários, nos claustros e inclusive ao ar livre, no campo, ou na ascensão a uma colina, a qual as diversas estações lhe conferem uma fisionomia sugestiva. No exercício de piedade da Via Sacra confluem também diversas expressões características da espiritualidade cristã: a compreensão da vida como caminho ou peregrinação; como passo, através do mistério da Cruz, do exílio terreno à pátria celeste; o desejo de conformar-se profundamente com a Paixão de Cristo; as exigências do seguimento de Cristo, segundo a qual o discípulo deve caminhar atrás do Mestre, levando cada dia sua própria cruz (ver Lc 9,23) portanto devemos motivar sua oração nas quartas-feiras e/ou sexta-feira de quaresma.




8. A Virgem Maria na Quaresma.
No plano salvífico de Deus (ver Lc 2,34-35) estão associados Cristo crucificado e a Virgem dolorosa. Como Cristo é o “homem de dores” (Is 53,3), por meio do qual se agradou Deus em “reconciliar consigo todos os seres: os do céu e os da terra, fazendo a paz pelo sangue de sua cruz” (Col 1,20), assim Maria é a “mulher da dor”, que Deus quis associar a seu Filho, como mãe e partícipe de sua Paixão. Dos dias da infância de Cristo, toda a vida da Virgem, participando do rechaço de que era objeto seu Filho, transcorreu sob o sinal da espada (ver Lc 2,35).
Por isso a Quaresma é também tempo oportuno para crescer em nosso amor filial Àquela que ao pé da Cruz entregou a seu Filho, e se entregou Ela mesma com Ele, por nossa salvação. Este amor filial  podemos expressar durante a Quaresma impulsionando certas devoções marianas próprias deste tempo: “As sete dores de Santa Maria Virgem”; a devoção a “Nossa Senhora, a Virgem das Dores” (cuja memória litúrgico se pode celebrar na sexta-feira da V semana de Quaresma; e a reza do Santo Rosário, especialmente os mistérios de dor.
Também podemos impulsionar o culto da Virgem Maria através  de Missas da Bem-aventurada Virgem Maria, cujos formulários de Quaresma podem ser usados no sábado.
Fonte: www.acidigital.com
 
 
*Obs.: Este ano, a Quaresma inicia no dia 25/02/2009.(Gentileza Zaidan) 




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