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14/07/2005
12ª Testemunho


Montanha - 12 12ª Testemunho
Montanha - 12 12ª Testemunho

2050603 12ª TESTEMUNHO
 
     “Portanto, quem der testemunho de Mim diante dos homens, também Eu darei testemunho dele diante de Meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que Me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante de Meu Pai que está nos céus” (Mt 10,32)
 
     Diversos sacerdotes estavam reunidos com seu bispo, durante uma destas reuniões diocesanas, e num dado momento surgiu no grupo o assunto dos profetas atuais. Entre risos de mofa e escárnio, a maioria se esbaldava em dar provas de “sabedoria” gozando dos profetas e arremedando suas mensagens. Filhinhos!... Entre eles havia um sacerdote, um destes pouquíssimos que acredita na profecia atual séria e que percebe os “sinais dos tempos” que os tais profetas anunciam. Então o fulcro das gozações caiu sobre ele, porque em sua paróquia efetivamente tem residindo ali, um destes profetas.
 
     No meio de tanto riso, de tanta gozação, qual foi a atitude deste bom sacerdote? Sim, sabendo da maioria esmagadora, inclusive da posição do bispo, que fez ele? Querpodia fazer ele – perguntamos melhor – para sair-se bem desta situação? Ele tinha dois caminhos a seguir: primeiro dar testemunho, e o segundo rir junto e dar um testemunho tácito de concordância com as gozações de seus pares. Infelizmente ele escolheu a segunda opção, o que é comum, o que é normal, porque o ódio com que são tratados os profetas por alguns sacerdotes é assustador, é demolidor e poucos conseguem resistir. De fato, a crítica de um leigo, por dura que seja, é bem mais facilmente assimilada que a mínima crítica de um padre. O peso deles é muito superior.
 
     Não somente falo dos profetas em si, mas de todas as aparições de Nossa Senhora, em todo mundo, entre o clero céptico em geral este assunto é tratado entre risos de mofa e escárnio. Mas esta atitude, não somente prega contra a caridade cristã, como também contra a própria inteligência e argúcia deles, uma vez que, a simples explosão mundial de acontecimentos idênticos, os deveria tomar imediatamente  atenção e antena-los: algo de muito sério deve estar acontecendo neste mundo, para que tantas manifestações neste sentido estejam a ocorrer! Por qual motivo surgiram tantos profetas, até porque Jesus nos alertou nos Evangelhos para um tempo onde haveria muitos, sim também falsos.
 
     Noutra ocasião estavam 500 sacerdotes reunidos num encontro regional, que terminou com a Santa Missa, amplamente divulgada na cidade do encontro. Na reunião um dos assuntos que mais tomou conta da pauta, foi relativo as Missas do Padre Marcelo que chegam a atrair um milhão de pessoas – nos bons tempos – quando a maioria das Igrejas, da maioria dos padres lá presentes está às moscas. Na verdade, descontados os exageros, o certo é que não é fácil juntar cem pessoas para uma Missa, quanto mais um milhão delas, seja a que pretexto for.
 
     Pois bem: ao saírem da Reunião, iam três padres, dois deles a xingar do pobre padre Marcelo e foi quando outro observou: pois é, a gente fica xingando dele que celebra uma Missa para todo este povo, mas com que moral nós fazemos isto, se acabamos de sair de uma Missa, onde não havia mais de 250 pessoas, sendo que só em padres éramos 500 no encontro... Sim, gelo total!
 
     Temos aqui dois exemplos simples de testemunho, dado exatamente por aqueles a quem Deus chamou para serem os espelhos da sociedade e os exemplos de vida cristã e de Igreja. No primeiro caso a pressão da maioria sufoca na garganta a voz que deveria vir em defesa da verdade – ou daquilo que se acredita ser a verdade de Deus – por um fiel testemunho dela. No segundo a constatação dura de uma simples realidade, que salta aos olhos mas que muitos cegos não querem perceber, mas faz calar as vozes demolidoras que assim não podem ir da mentira ao riso com tanta facilidade: a verdade é indestrutível! Quem faz uso da verdade em Deus, dá test
emunho Dele diante dos homens. Quem se fixa em artifícios humanos, só dá testemunho de si mesmo, sequer da Igreja de Jesus.
 
     Nós falamos de sacerdotes e esta é uma realidade cruel e que salta a vista. Mas não é só com eles que isso acontece. Também nos meios leigos, têm se tornado cada vez mais raras as vozes que se levantam em defesa da verdade – falo da verdade em Deus, da qual a Igreja Católica é a única e fiel guardiã – e isso acontece por muitos motivos. O primeiro deles é sem dúvida o espírito de mentira que permeia tudo, onde as pseudoverdades, em especial aquelas que atacam a Igreja Católica são divulgadas com tanta gana e fúria, que passam a ser vontade do coletivo. Este espírito de maldição enviado por satanás tem feito calar até as mais importantes vozes sob um sentimento de que nada mais adianta, de que tudo é inexorável, e que calar por hora é o melhor a se fazer.
 
     Outro motivo é o quase insuportável escárnio dos maus, outro a arrogância dos que se acham donos da verdade, falo destes que têm cada uma sua própria e para os quais a verdade de Jesus é algo de um passado muito longínquo e já morto e enterrado. De fato, o escárnio é uma das coisas mais difíceis de suportar, porque ele é sem duvida a extrema manifestação do orgulho. O escárnio vem de satanás, que é o orgulhoso maior, e qualquer pessoa que faça uso dele, como que cospe na face do próprio Deus. Penso que, sem dúvida, este é um dos pecados que mais ofende a Deus, quem sabe o que mais Lhe provoca a Santa e Justa Ira. Porque o escárnio, não somente ofende a Deus, mas também esmaga o outro, colocando-o numa situação de inferioridade abjeta e repugnante, coisa que clama aos céus por vingança.
 
     Vejam, o próprio Jesus foi sem duvida o alvo maior dos escárnios. Quem sabe até, nunca, outro homem tenha passado por tantos opróbrios e sido vítima de tantas zombarias. E todas as pessoas que assim procediam, escarnecendo de Jesus, davam testemunho de sua própria insensatez e seguindo o grito da maioria não se davam contas do seu desvario, pois foram bem menos pessoas a chorar no caminho da Cruz, que a blasfemar e a maldizer. E tão infelizes, foram aqueles que assim procederam, que ainda hoje o purgatório guarda alguns deles, como testemunhas vivas da blasfêmia, tal que se acha impossível que a divina misericórdia os tenha acolhido – sim, não a todos!
 
     Na verdade o testemunho é um sinal de fé. Somente quem tem fé, somente quem acredita em Deus de verdade, pode dar testemunho fiel Dele diante dos homens. Disto se deduz que é o desconhecimento completo de quem seja Deus – fruto, como disse ontem o Papa Bento XVI, de uma catequese falha – do que seja o Santo Evangelho de Jesus Cristo  e do seja a Doutrina da Santa Igreja Católica. De fato, se todos os católicos conhecessem pelo menos um pouco ao seu Deus, ao Evangelho de Jesus e a Doutrina da Santa Igreja, não haveria tantos deles dando um falso testemunho contra ela, testemunho falso que não precisa ser apenas atacando a Igreja, mas pregando erradamente sua Doutrina.
 
     Ontem à noite, tive mais uma vez que participar de uma destas reuniões chatas, que envolvem minha profissão e das quais – ainda – não posso me furtar. Já meus amigos me conhecem de longa data, porque tenho procurado dar um testemunho de Deus no meio deles, eis que nos tempos antigos eu fazia farra, junto, e não me importava muito com o que dizia, até mesmo aceitava piadas contra a Igreja e seus padres. Mas depois que minha vida mudou, também fiz saber isso claramente e eles sabem que não aceito coisas que afrontam a Deus e a Igreja Católica.
 
     Entretanto, embora me respeitem, vez por outra recebo uma fisgada, de uns e outros e mesmo que sejam ditas de forma brincalhona, na verdade guardam sempre um sentido de escárnio, de mofa, de zombaria e até – para dizer bem claro – de aviltamento, de um certo rebaixamento diante deles. E ao final – quando via que o número de garrafas de cerveja ia aumentar demais – pedi licença para ir embora e fui. Mas então um deles me chamou de volta e ped
iu que eu lhes desse uma bênção – e insinuava com isso que era tipo um padre, ou pastor – e efetivamente, ali mesmo, tracei no ar o sinal da cruz e pedi a Deus que os abençoasse. Sim, ficaram aos risos, quem sabe culpa maior da cerveja!?
 
     Não quero ser juiz de ninguém, nem jamais considero que tenham me molestado, sequer pessoalmente magoado com esta atitude, porque nestes casos devemos dizer como Jesus falou: Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem! Mas eu não tenho dúvida de atestar que, pela experiência em todos estes anos, na hora do julgamento nosso diante de Deus, será muito diferenciado. Embora ajam movidos pela coragem da cerveja, mesmo assim nada desculpa este brincar com a fé, brincar com as coisas sagradas, este fazer pouco caso dos outros, mesmo que em nome da alegria. Na verdade este é um contra-testemunho, é um testemunho de negação a Deus, que merecerá de Jesus aquele veredicto acima anunciado: também Eu não vos conheço!
 
    Numa de nossas outras “montanhas” falamos na questão da fé. Em verdade, quem tem fé não brinca com as coisas de Deus. Somente aqueles fracos, mal instruídos ou não, é que não são capazes de dimensionar o alcance de seus atos. Estas pessoas não fazem idéia de que mesmo as mínimas coisas em relação à fé podem ofender gravemente a Deus. Em verdade o mundo está voltando a se paganizar, pois é certo que somente pagãos seriam capazes de cometer o desvario de brincar com aquilo que é divino e sagrado, dando contra-testemunho de Deus e sujeitando-se a ser alvo da ira divina.
 
     Se – como acima apontamos – até mesmo entre o clero tem sido fraco o testemunho das coisas santas e sagradas, também da Igreja, que se dirá dos leigos, notadamente daqueles que vivem em meios paganizados como universidades e escolas superiores, onde as filosofias do mal imperam? Num debate, dentro da Universidade, quantos são os jovens – nem falo dos professores porque professores católicos e que dão testemunho de fé dentro das universidades são raríssimos – que têm coragem de defender sua fé e sua Igreja Católica, embora todos os ventos contrários? Sim, a gente sabe que serão esmagados pela “sabedoria” dos muitos, que fazem dela o alvo predileto de seus falsos conceitos filosóficos, embora isso não seja justificativa para se calar!
 
     Na verdade, desde as escolas básicas, em seus estudos, tenho escutado amiúde que apenas a Inquisição interessa aos professores. A Inquisição dos tempos da Idade Média, onde podem imputar à Igreja uma série de desmandos – que não foram cometidos pela Igreja e sim por alguns de seus membros – quando na verdade, não fosse a Igreja Católica naquela época, o mundo se teria perdido na devassidão e no horror do satanismo e da bruxaria. E hoje fazem a Igreja de carrasco, quando o que ela fez foi combater os excessos, que foram cometidos muitas vezes por leigos e sequer por católicos. Mas vejo que muitos alunos, incitados por mal preparados professores, usam destes argumentos falsos até contra seus pais, quando estes lhes pedem que freqüentem a Igreja.
 
     Com a certeza, através dos tempos – e na Idade Média não foi diferente – a Igreja se viu envolvida em escândalos, mas o simples fato de ter saído “viva” do meio deles, o simples fato de a Igreja de Jesus haver subsistido embora tantos ataques e mentiras, já seriam uma prova maior de que a verdade está nela. E se a verdade está nela, é dela que devemos dar testemunhos diante dos homens, para que Jesus dê testemunho nosso diante de Deus o Pai. Então, o simples fato de haverem desaparecido, tanto os hereges quanto suas heresias, tanto os filósofos quanto suas vãs filosofias, tanto os teólogos maus quanto suas pérfidas teologias – relativistas, humanistas, modernistas & outros – tudo isso dá testemunho de si mesmo, de modo que não há justificativa para ninguém, que poderá alegar diante do Tribunal do Altíssimo: eu não sabia! 
 
     Na verdade o testemunho de fá exige uma dose brutal de coragem. Eu comparo esta coragem a daquele chinês, enfrentando um poderoso tanque de
guerra, naquele célebre caso ocorrido na Praça da Paz celestial. Ele se dispôs e enfrentar com murros, com os punhos aquele monstro de ferro, e com isso impediu que o tanque avançasse. Hoje, a avalanche dos que blasfemam contra Deus e contra a Igreja é exatamente igual a aquele tanque monumental. O grande problema é que são poucos a levantar suas vozes em defesa da verdade, e mais que isso, e pior que isso, elas se tornam cada vez menos, e cada vez mais débeis e difusas. Que dirá Jesus de nós, quando chegarmos diante Dele no Tribunal celeste?
 
     Em verdade, fazemos exatamente como Pedro, que negou três vezes a Jesus. E isso, se hoje já se verifica, ainda mais acontecerá adiante, quando o demônio exigir dos homens a opção definitiva, por ele ou senão a morte. Diante de Jesus e de seus companheiros apóstolos São Pedro era sempre o primeiro a responder e a demonstrar sua fé. Também ele diante dos guardas que queriam prender Jesus, sacou da espada para cortar a orelha do servo. Mas longe de Jesus, e acuado pela multidão que condenava o mestre, e amedrontado pelo ínfimo número dos que permaneciam fiéis, também ele se acovardou: Não conheço este homem! Nada tenho a ver com ele! Tu estás louca, mulher!
 
     Meus caros, nós estamos chegando todos a este mesmo dia. Dia em que estaremos diante do juiz deste mundo, que nos obrigará a renegar a Cristo e a sua Igreja, e caso não o façamos, a morte será a única alternativa, porque o demônio não respeita a liberdade de escolha do homem: é ou Ele ou morte! Quantos de nós, adiante faremos – pelo menos inicialmente – como Pedro, cujo medo de ser denunciado e preso calou sua voz? Dirão que aquele não era ainda o momento de ele dar testemunho diante dos homens, eu direi que, ao contrário, seria dali que eles receberia a força superior para vencer, pois Deus o preservaria, uma vez que ele era destinado a ser a pedra fundamental da Igreja que nascia.
 
     Tudo bem, então, onde podemos dar este testemunho diante dos homens, sim falo de um testemunho vivo, não para aparecer, mas sim como fortaleza de Deus?
 
-          Podemos dar testemunho de vida cristã na sociedade, vivendo como Jesus viveu e fazendo dos seus mandamentos uma norma de vida.
 
-          Podemos dar testemunho na Igreja, amando-a e defendendo-a, também amando e defendendo seu clero, defendendo o Papa e os bispos dos ataques do inimigo.
 
-          Podemos dar testemunho no nosso trabalho, sendo exemplo de cristão verdadeiro, de católico vibrante e de uma fé inabalável, como força capaz de mudar todas as relações de trabalho.
 
-          Podemos dar testemunho de fé, vivendo com amor os sacramentos da Igreja, como verdadeiras estradas que conduzem aos céus, em especial o sacramento da Confissão e da Eucaristia, como fonte da vida eterna.
 
-          Podemos dar testemunho de fé amando a Santa Missa, participando ativamente de todas as Missas possíveis, não somente a do preceito dominical, mas Missa que se deve viver como rememoração do Sacrifício da Cruz de Cristo, sem palmas nem risos, sem cantos profanos e instrumentos gritantes, mas com uma verdadeira compunção interior, vivida no silêncio mais profundo da própria alma.
 
-          Podemos dar testemunho de fé em relação a Igreja Católica, defendendo-a dos ataques dos inimigos de Deus e das seitas, notadamente quanto as imagens de culto e quanto a sua unicidade, Igreja esta detentora única de toda a verdade revelada e de todos os caminhos da salvação.
 
-          Podemos dar testemunho de Deus defendendo Maria Santíssima, Mãe de Deus e Mãe nossa, virgem antes e depois do nascimento de Jesus, medianeira dos homens entre Jesus e o Pai, também co-redentora do Gênero humano pelo Sangue dado a Jesus.
 
-          Podemos também, dar testemunho de fé dentro de nossa casa e junto a nossa própria família, exemplo de vida e de virtude, especialmente testemunho de oração, falo de oração do Rosário em família, instando seus familiares à conversão e o retorno à casa paterna, este um dos maiores min
istérios que existem.
 
-          Podemos ainda dar testemunho dentro da Igreja, participando assiduamente da vida eclesial, como apóstolos leigos, sendo catequistas e ministros extraordinários da santa comunhão, também participando nas diretorias e diferentes pastorais.
 
-          Por último, lembremos, o maior testemunho que se pode dar diante de Deus é dar a vida pelo nosso irmão. Este dar a vida, não necessariamente significa derramar seu sangue e morrer por ele – como Jesus fez por nós – mas também e sim se preocupar com a salvação da alma dele, buscando antes de tudo e acima de tudo levar almas para Deus.
 
     Estes são exemplos e são campos onde podemos todos dar testemunho deste Deus de amor e de bondade, que tanto nos ama e tanto tem feito por nós. Quem conscientemente buscar viver estes princípios, vivendo a fé e dando testemunho dela, certamente que não será confundido quando chegar o dia do ajuste de contas com o Juiz! Então, como toda a certeza Ele o chamará de servo fiel e prudente, chamando-o à vida eterna com Ele.
 
    Nós estamos chegando, enfim, ao grande momento onde o testemunho da fé será a causa de milhares de martírios. Satanás arde de ódio contra os homens e contra Deus, eis que não deixará barata a sua expulsão iminente. E chegará a hora para muitos de nós, onde seremos colocados contra a parede: Satanás ou morte!
 
Rezemos pelos de nós que então fraquejarem!
Ninguém pode dizer: serei um Paulo!
Ninguém pode dizer: não serei Pedro!
 
Que Deus vos abençoe
 
Arnaldo
  
    
 
 
 



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