recadosdoaarao



Maria
Voltar




21/07/2008
Consagração Monfortina IV


21/07/2008 09:20:45

Maria - Consagração Monfortina - IV

  D - PRÁTICAS INTERIORES DA SANTA ESCRAVIDÃO
SEU ESPÍRITO E SEUS FRUTOS 



1. Sua formula “única” de atividade espiritual e seu espírito. 
 
Sua fórmula.
 
[43] Disse eu, a seguir, que esta devoção consiste em praticar todas as ações com Maria, em Maria, por Maria e para Maria.



Seu espírito de dependência interior de Jesus e Maria. Adquirir esse espírito e perseverar nele.
 
[44] Não basta nos havermos dado uma vez a Maria, na qualidade de escravo; não basta mesmo fazê-lo todos os meses, todas as semanas: seria uma devoção demasiado passageira e não elevaria a alma à perfeição a que é capaz de se elevar. Não há muita dificuldade em inscrever-se numa confraria, adotar esta devoção e dizer algumas orações vocais todos os dias, como se prescreve; grande dificuldade é entrar no espírito desta devoção, que é de tornar uma alma inteiramente dependente escrava da Ssma. Virgem e de Jesus por Ela. Encontrei muitas pessoas que com ardor admirável se puseram sob sua santa escravidão, porém exteriormente; raros encontrei que tivessem o espírito e ainda menos, que houvessem perseverado. 



2. As quatro diretivas de sua família. 



Agir “COM” Maria.
 
[45] A pratica essencial desta devoção em fazer todas suas ações com Maria, quer dizer tomar a Santa Virgem como modelo perfeito de tudo o que se deva fazer.
 
Condições prévias: enuncia e união de intenção que entregam a alma à ação de Maria.
 
[46] Por isso que antes de empreender qualquer coisa é necessário renunciar a si próprio e à sua maneira de ver, é necessário aniquilar-se diante de Deus, como incapaz por si de qualquer bem sobrenatural e de qualquer ação útil para a salvação; é necessário recorrer à Ssma. Virgem, e unir-se a Ela e às suas intenções, embora desconhecidas; é necessário unir-se por Maria às intenções de Jesus Cristo, ou seja, colocar-se como um instrumento nas mãos da Ssma. Virgem, a fim de que seja ela quem aja em nós, de nós, e para nós, como bem lhe parecer, para maior glória de seu filho, e, por seu Filho Jesus, para maior glória do Pai: de modo que não se pratique vida interior e operação espiritual senão na dependência dela.
 
Agir em Maria.
 
[47] 2º) É necessário fazer todas as coisas em Maria, isto é, acostumar-se pouco a pouco a recolher-se no interior de si mesmo, para formar uma pequena idéia ou imagem espiritual da SSma.Virgem. Ela será para a alma o Oratório, onde se farão todas as suas orações a Deus, sem temor de ser repelida; a Torre de Davi, para ai se por, em segurança, contra todos os seus inimigos; a Lâmpada acesa para alumiar todo o interior e arder de amor divino; o Ostensório sagrado para ver a Deus com Ela; e, enfim, seu ÚNICO TUDO junto de Deus e seu refúgio universal. Se a alma reza, será em Maria; se recebe a Jesus, pela Santa Comunhão, ela o colocará em Maria para ai se comprazer; se age, será em Maria; e por toda parte e em tudo fará atos de renuncia de si mesma.
 
Agir por Maria.



[48] 3º) É preciso não ir nunca a Nosso Senhor senão (por Maria), por sua intercessão e seu crédito junto dele, jamais o encontrando sozinho para dirigir-lhe nossas súplicas.
 
Agir PARA Maria.
 
[49] É necessário praticar todas as suas ações para Maria, quer dizer que, sendo escravo desta augusta Princesa, e preciso que se não trabalhe mais senão para Ela, para seu proveito e sua glória, como fim próximo, e para a glória de Deus, como fim último. Deve[-se], em tudo o que se faz, renunciar ao amor próprio que, quase sempre, imperceptivelmente se toma por fim, e repetir freqüentemente do fundo do coração: Ó minha querida Senhora, é para vós que vou aqui ou ali, que faço isto ou aquilo, que sofro esta dor ou esta injúria!
 
3.          Três advertências importantes relativas ao espírito da Santa Escravidão.
 
Não crer que é mais perfeito ir a Jesus diretamente sem passar por Maria.
 
[50] Toma cuidado, alma predestinada, de crer que seja mais perfeito ir diretamente a Jesus, diretamente a Deus em tua operação e intenção; se aí queres ir sem Maria, tua operação, tua intenção será de pouco valor; porém, indo por Maria, é a operação de Maria em ti, e em conseqüência será muito valorizada e digna de Deus.
 
Não se fazer violência para “sentir e provar” O “Amem” da alma.
 
[51] E mais, evita fazeres violência para sentir e saborear o que dizes e fazes: diz e faz tudo naquela pura fé que Maria teve na terra, e que Ela te comunicará com o andar do tempo; deixa à tua Soberana, pobre e pequena escrava a vista clara de Deus, os transportes, as alegrias, os prazeres, as riquezas e não tome para ti senão a fé pura, cheia de tédios, de distrações, de aborrecimentos, de aridez; diz: “Amem, assim seja, ao que Maria, minha Senhora, faz no Céu. É o que de melhor faço eu por enquanto.”
 
Não se inquietar se não se goza ainda da presença de Maria.
 
[52] Toma bastante cuidado também de não te atormentar por não fruíres da doce presença da Santa Virgem em teu interior. Esta graça não é concedida a todos, e quando Deus, por grande misericórdia, favorece com ela a alguma alma, é-lhe fácil perdê-la, se não for fiel em recolher-se freqüentemente; e se esta desgraça te acontecer, volta docemente e pede perdão à tua Soberana.
 
4. Frutos maravilhosos desta prática interior da Santa Escravidão.
 
É ainda, sobretudo, a experiência que os ensinará.
 
[53] A experiência ensinar-te-á infinitamente mais do que te digo, e acharás, se fores fiel ao pouco que te disse, tanta riqueza e tantas graças neste exercício, que ficarás surpreendido e tua alma toda cheia de alegria.



É necessário, pois, trabalhar por uma prática fiel, a fim de ter em si a alma e o espírito de Maria.
 
[54] Trabalharemos, pois, alma querida, e façamos de tal maneira que, por esta devoção fielmente praticada, a alma de Maria esteja em nós para se rejubilar em Deus seu Salvador. Aí estão as palavras de Santo Ambrósio: “Sit in singulis anima Mariae ut Magnificet Dominum, sit in singulis spiritus Mariae ut exultet in Deo” E não acreditemos que houve mais glória em habitar no seio de Abraão, que é chamado o Paraíso, do que no seio de Maria, pois em Deus ai pôs o seu trono. São palavras do sábio abade Guerric: “Ne credideris majoris esse felicitais habitare in sinu Abrahae, qui vocatur Paradisus, quam in sinu Mariae in quo Dominus possuit thronum suum”.
 
A Santa Escravidão estabelece sobretudo a vida de Maria em nossa Alma.
 
[55] Esta devoção, fielmente praticada, produz uma infinidade de efeitos na alma. Porém o principal — (verdadeiro) dom que as almas possuem, é o de estabelecer aqui na terra a vida de Maria em uma alma, de maneira que não é mais a alma que vive, porém Maria nela: ou a alma de Maria torna-se a sua alma, por assim dizer. Ora, quando por uma graça inefável, porém verdadeira, a divina Maria é Rainha de uma alma, que maravilha não fará Ela aí? Como obreira das grandes maravilhas, particularmente no interior, Ela aí trabalha em segredo, sem conhecimento da própria alma que, se disso tivesse ciência, destruiria a beleza de suas obras.
 
Maria faz viver incessantemente nossa alma em Jesus, e Jesus em nossa alma.
 
[56] Como em toda parte é Ela a Virgem fecunda, Ela leva a todo interior, onde está a pureza de coração e de corpo, a pureza em suas intenções e seus desígnios, a fecundidade em boas obras. Não creias, querida alma, que Maria, a mais fecunda de todas as criaturas, e que foi até ao ponde de produzir um Deus, permaneça ociosa em uma alma fiel. Ela a fará viver sem cessar para Jesus Cristo, e Jesus Cristo nela. Filioli mei, quos iterum parturio done formetur Christus in vobis (Gl 4, 19); e se Jesus Cristo é igualmente o fruto de Maria em cada alma em particular como para todos em geral, é particularmente na alma em que Ela está que Jesus Cristo é seu fruto e sua obra prima.
 
Maria torna-se tudo para nossa alma junto de Jesus.
 
[57] Enfim, Maria torna-se tudo para essa alma junto de Jesus Cristo: Ela ilumina seu espírito pela fé pura, Ela aprofunda seu coração pela humildade, Ela o dilata e abrasa pela caridade, Ela o purifica por sua pureza, e o enobrece e o engrandece por sua maternidade. Porém em que me detenho? Só a experiência ensina essas maravilhas de Maria, que são incríveis para as pessoas sábias e orgulhosas, e mesmo para o comum dos devotos e devotas. 
  
5. Papel da Santa Escravidão no fim dos tempos. 



  É por Maria que o Reino de Jesus chegará ao fim dos tempos.
 
[58] Como foi POR Maria que Deus veio ao mundo pela primeira vez, na humilhação e no aniquilamento, não se poderia também dizer que é POR Maria que Deus virá uma segunda vez, como toda a Igreja espera, para reinar em toda parte e para julgar os vivos e os mortos ? Saber como isso se fará, e quando se fará, quem o sabe? Mas sei bem que Deus, cujos pensamentos estão mais afastados dos nossos do que o céu está da terra, virá em um tempo e da maneira mais inesperada pelos homens, mesmo dos mais sábios e dos mais entendidos na Sagrada Escritura, que é, aliás, bastante obscura a este respeito.
 
É pela Santa Escravidão, praticada pelos seus grandes santos, que Maria trará o Reino definitivo de Jesus.
 
[59] Deve-se ainda crer que para o fim dos tempos, e talvez mais cedo do que se pensa, Deus suscitará grandes cheios do Espírito Santo, e do espírito de Maria, pelos quais esta divina Soberana fará grandes maravilhas no mundo, para destruir o pecado e estabelecer o reino de Jesus Cristo, seu Filho, sobre o mundo corrompido; e é por meio desta devoção à Ssma. Virgem, que não faço senão esboçar e diminuir por minha fraqueza, que essas santas personagens conseguirão tudo.



Gentileza Abílio e Maria Auxiliadora
 




Artigo Visto: 1985

ATENÇÃO! Todos os artigos deste site são de livre cópia e divulgação desde que sempre sejam citados a fonte www.recadosdoaarao.com.br


Total Visitas Únicas: 4.200.260
Visitas Únicas Hoje: 232
Usuários Online: 36