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Maria
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19/07/2008
Consagração Monfortina III


19/07/2008 21:55:41

Maria - Consagração Monfortina - III



C - A EXCELÊNCIA DA SANTA ESCRAVIDÃO:
PROVÉM DE FAZERMOS PASSAR TODA A NOSSA VIDA ESPIRITUAL
POR MARIA, A MEDIANEIRA 
   
Passar por Maria É imitar as três Pessoas divinas.
 
[35] Muitas luzes me seriam necessárias para descrever perfeitamente a excelência desta prática. Direi somente, de passagem:
 
1º) Que dar-se assim a Jesus, pelas mãos de Maria, é imitar Deus Pai, o qual não nos deu seu Filho senão POR Maria, e que não nos comunica suas graças senão POR Maria; é imitar Deus Filho que não veio a nós senão POR Maria e que nos havendo dado exemplo para que fizéssemos como Ele fez, pediu-nos fossemos a Ele pelo mesmo meio PELO qual Ele veio a nós, que é Maria, é imitar o Espírito Santo, o qual não nos comunica suas graças e seus dons senão por Maria. Não é justo que a graça volte a seu autor, diz São Bernardo, pelo mesmo canal por que veio a nós?



É honrar a Jesus.
 
[36] 2º) Ir a Jesus POR Maria, é verdadeiramente honrar a Jesus Cristo, pois é frisar que não somos dignos de nos aproximar de sua santidade infinita diretamente, por nós mesmos, devido aos nossos pecados, e que temos necessidade de Maria, sua santa Mãe, para ser nossa advogada e nossa MEDIANEIRA junto dele, que é o nosso MEDIADOR. É, ao mesmo tempo, nos aproximarmos dele como de nosso mediador e nosso irmão, e nos humilharmos diante dele como diante de nosso Deus e nosso juiz: em uma palavra, é praticar a humildade, na qual sempre se deleita o coração de Deus.
 
É o meio de purificar e embelezar nossas boas ações.
 
[37] 3º) Consagrar-se desse modo a Jesus POR Maria, é colocar nas mãos de Maria as nossas boas ações, as quais, embora pareçam boas, são freqüentemente manchadas e indignas do olhar e da aceitação de Deus, diante do qual nem as estrelas são puras Ah! Supliquemos a essa boa Mãe e Senhora, que, havendo recebido nosso pobre presente, o purifique, santifique, eleve e embeleze de tal maneira, que o torne digno de Deus. Todos os rendimentos de nossa alma são menores diante de Deus, o Pai de família, para ganhar sua amizade e sua graça, do que seria diante do rei a maçã bichada dum pobre camponês, para pagar seu campo. Que faria esse pobre homem se fosse esperto e tivesse prestígio junto da rainha? Amiga do pobre campônio e respeitosa para com o rei, não tiraria dessa maçã o que estivesse bichado e estragado, e não a colocaria uma bandeja de ouro, rodeada de flores? e o rei poderia deixar de a receber até com alegria, das mãos da Rainha, que ama o camponês? Modicum quid offere desideras? manibus Mariae tradere cura, si non vis sustinere repulsam. Se quereis oferecer alguma coisa a Deus, diz São Bernardo, colocai-[a] nas mãos de Maria, a menos que queirais ser repelido.
 
Pois sem Maria nossas ações valem muito pouco.
 
[38] Bom Deus! Como é pouco tudo o que fazemos! Coloquemo-lo, porém, nas mãos de Maria, por meio desta devoção. Como nos teremos dado inteiramente a Ela, tanto quanto se pode, despojando-nos de tudo em sua honra, Ela nos será infinitamente mais liberal, Ela nos dará “por um ovo um boi”; Ela se comunicará toda a nós com seus méritos e suas virtudes; Ela colocará nossos presentes no prato de ouro de sua caridade; Ela nos revestirá, como Rebeca fez com Jacó, das belas vestimentas de seu Filho primogênito e único Jesus Cristo, quer dizer, com os méritos que ela tem à sua disposição: e assim, como criador e escravos seus, depois de nos termos despojado de tudo para honrá-la, teremos duplas vestes: Omnes domestici ejus vestiti sunt duplicibus: vestuários, ornamentos, perfumes, méritos e virtudes de Jesus e de Maria na alma de um escravo de Jesus e de Maria despojado de si mesmo e fiel no seu despojamento.  



É exercer maravilhosamente a caridade para com o próximo.



[39] 4º) Dar-se, assim, à Ssma. Virgem, é exercer ao mais alto grau que se pode a caridade para com o próximo, pois fazer-se voluntariamente seu cativo é dar-lhe o que se tem de mais caro, a fim de que ela possa dispor de tudo à sua vontade em favor dos vivos e dos mortos. 
É a maneira de conservar e de aumentar a graça de Deus em nossas almas.
[40] 5º) É por esta devoção que se colocam as graças, os méritos e virtudes em segurança, fazendo Maria a depositária e dizendo-lhe: “Tomai, minha querida senhora, eis o que, pela graça de vosso caro filho, eu fiz de bem: não sou capaz de guardá-lo devido à minha fraqueza e inconstância, por causa do grande número e da malícia de meus inimigos que me atacam dia e noite. Ai de mim! Se se vêem todos os dias os cedros do Líbano caírem na lama, e águias, que se elevam até o sol, se tornarem aves noturnas; também mil justos caem à minha esquerda e dez mil à minha direita; porém minha poderosa, e muito poderosa Princesa, sustentai-me que temo cair; guardai todos os meus bens, que tenho medo de que me roubem; eu confio a Vós em deposito tudo o que possuo: Depositum custodi. — Scio cui credidi: Sei bem quem sois, eis porque me confio todo a vós; sois fiel a Deus e aos homens, e não permitireis que pereça nada do que vos foi confiado; sois poderosa, e nada pode prejudicar, nem arrebatar o que tendes nas mãos”. Ipsam sequens non devias; ipsam rogans non desperas; ipsam cogitans non erras; ipsa tenente, non corruis; ipsa protegente, non metuis; ipsa duce, non fatigaris; ipsa propitia, pervenis. (São Bernardo, Inter flores, cap. 135, De Maria Virgine, pa. 2150). E noutro: Detinet Filium ne percutiat; detinet diabolum ne noceat; detinet virtutes ne fugiant; detinet merita ne pereant; detinet gratias ne effluant. São as palavras de São Bernardo, as quais exprimem em substância tudo o que acabo de dizer. Quando não houvesse senão esse motivo para excitar-me a esta devoção, como sendo o meio seguro de me conservar e progredir mesmo, na graça de Deus, eu deveria arder de entusiasmo por ela.
 
É a verdadeira libertação da nossa alma.
 
[41] 6º) Esta devoção torna a alma verdadeiramente livre, daquela liberdade dos filhos de Deus. Como, por amor de Maria, voluntariamente nos reduzimos à escravidão, esta querida Senhora, em reconhecimento, alarga e dilata-nos o coração, e faz-nos caminhar a passo de gigante no caminho dos mandamentos de Deus. Ela remove o tédio, a tristeza e o escrúpulo. Foi esta devoção que Nosso Senhor ensinou à Madre Inês de Langeac, falecida em odor de santidade, como meio seguro para sair das grandes penas e perplexidades em que se achava. “Faz-te, disse-lhe Ele, escrava de minha Mãe e acorrenta-te”, o que ela fez; e, no mesmo instante, todas as suas penas cessaram!
É seguir o conselho da Igreja e o exemplo dos santos. [42] Para dar autoridade a esta devoção, seria necessário citar aqui todas as bulas e as indulgências dos Papas e os mandamentos dos Bispos a seu favor, as confrarias estabelecidas em sua honra, o exemplo de diversos santos e grandes personagens que a praticam; todavia passo tudo em silêncio.



Gentileza Abílio e Maria Auxiliadora.



 




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