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29/11/2008
Facilitarismo


Cartas - Facilitarismo
29/11/2008 14:36:20

Cartas - Facilitarismo




FACILITARISMO...
 
Carta a respeito da questão do segundo casamento e da forma simplista com que certos movimentos querem resolver a questão. De fato se a Igreja aceitar por uma vez o casamento de casais separados, terá forçosamente que aceitar outras segundas, terceiras, dezenas de núpcias, como se faz no civil. Por isso e la fecha questão, e está fechada para sempre.
 
Ora, se o casamento não de certo, existem os caminhos na Igreja de declaração de nulidade. Este é meu caso particular, caminhei 14 anos na dificuldade até que enfim achei um sacerdote realmente imbuído deste minsitério, padre Klaus, que em um ano resolveu um problema que se arrastava já por treze.

Assim, o que tais grupos deveriam fazer são duas coisas: 1 - Levarem à Igreja a praticar um verdadeiro curso matrimonial, que deve começar desde a catequese e isso sem sair dela. Isso visa a formar realmente casamentos e lares sólidos e como Deus os quer. 2 - Levarem a Igreja a manter funcinando e rapidamente os Tribunais Eclesiásticos, que possam resolver estas situações em atraso, tempo em que podem participar dos sacramentos, caso façam um pacto nupcial, junto a um sacerdote, de que manterão a separação de corpos.
 
Difícil isso? Não esperem que facilitar tudo e sempre, abrir, escancarar as portas para o divórcio na Igreja ou para a administração dos Sacramentos para quem está em pecado continuado será a solução. Isso seria o caos! E não virá nunca!
 
Arnaldo

Há coisas que não sou mesmo capaz de entender! São mistérios da mente humana, que à medida que o tempo passa se torna mais e mais impenetrável, com o auxílio do relativismo, que desemboca no facilitarismo do qual estamos cada vez mais imbuídos todos nós.

Eu própria estive para nada dizer a este respeito, pensando para mim que nada tenho com a vida dos outros. Mas pensando bem, não é assim. Tenho com a vida dos outros, na medida em que sou responsável por fazer a parte que me compete no Corpo de Cristo, de cuja missão Ele fez a parte mais difícil.

Como somos todos um Corpo, não posso ignorar o sofrimento de um pé ou de uma mão e as imprudências que levam a esse sofrimento, mesmo que me imagine qualquer outra parte desse Corpo. Não posso deixar que a mão se meta dentro de um enxame de abelhas, mesmo que me apeteça o mel que está no favo. Não posso deixar o pé pisar o fogo, mesmo que por detrás esteja um tesouro. E não posso deixar de falar daquilo que me parece mal sob pena de pecar por omissão (Ez 3, 16-21).

Seria mais fácil para mim calar, mas de facilidades estamos já tão rodeados, que a maior parte de nós já não sabe viver sem elas e faz delas o que orienta a sua vida. A confusão da facilidade tem levado a tanto engano e a tantos pecados que o caudal de lama já nem parece cheirar mal a ninguém.

São estas confusões do facilitarismo que eu não consigo entender, por muito que tente.

Enquanto as dificuldades ecológicas aumentam, enquanto as dificuldades de convívio dos povos vão explodindo aqui e ali, enquanto as dificuldades economicas se encontram por todos os lados e as dificuldades do amor ao próximo estão constantemente ameaçadas pelas traições do coração humano, a facilidade de nos relacionarmos com Deus tem aumentado de forma alarmante.
 
Isso porque é uma forma de relacionamento em que o respeito se ausenta a maior parte das vezes, uma forma de relacionamento condicionada aos nossos desejos, apetites e prazeres, com a desculpa de que o infinito Amor de Deus tudo cobre, tudo perdoa, mesmo quando não nos arrependemos e continuamos nos mesmo erros. E proclama-se isso abertamente, em palavras de amor, muito doces, com a cobertura de padres e outras pessoas devotas. Isto eu não entendo!

Padres que aconselham as pessoas a simplesmente viverem juntas... não entendo! Padres que aconselham as pessoas a casarem civilmente, por um dos conjuges já ser casado pela Igreja.. não entendo! Padres distribuirem a Eucaristia a casais separados, quando a I
greja proíbe... Não entendo!

Entendo que é difícil, sim, porque essas pessoas dizem que se apaixonaram e sofrem com essa situação. Mas afinal onde fiacam os Mandamentos da Lei de Deus, onde fica o ensino de Jesus que disse que ninguém separe aqueles que Deus uniu? Sei que há casamentos muito difíceis por causa de um dos conjuges que dá mau viver ou abandona o outro, mas o Sacramento continua e continua a nossa obrigação de obedecer ao Deus que dizemos amar. Se Lhe desobedecemos, será que O amamos?

O facilitarismo é uma cilada do demónio, para reter aqueles que, afastados da obediência a Deus, se deixam adormecer num falso pietismo, pregando as suas ideias e espalhando cada vez mais que se pode ir fazendo o que bem apetece, porque Deus nos ama tanto que tudo perdoa!

Não estou a dizer que deixemos abandonados os irmãos que se encontram nessa situação, mas que os orientemos para a melhor resolução do seu problema. Sim, é um problema difícil, e até o compreendo quando as pessoas que enveredaram por aí o fizeram na ignorância da Lei de Deus, ou por estarem afastadas da Igreja.
Conheci um caso em que isso aconteceu, mas quando se converteram e viram a sua situação, refletiram e, por causa dos filhos não se separaram, mas para viverem na obediência e no verdadeiro Amor de Deus, passarm a viver como irmãos.

Sim, também sei que isso é uma situação difícil, mas... e os solteiros e os viúvos também não passam por ela se querem ser fiéis a Deus?

Que essas situções se vivam, eu compreendo... e cada qual sabe as circunstâncias em que nelas entrou. O que não compreendo é como padres o aconselham e como as pessoas continuem a viver assim e continuem a pensar que estão a amar a Deus. Por isso digo que são mistérios da mente humana, que cada vez vive em maior confusão por causa do relativivsmo e do facilitarismo.
 
Mas não é com facilitarismo que se conquista o Céu. Jesus não é Mestre de facilidades. Ele próprio disse que o caminho é difícil e que entrassemos pela porta estreita. Pela porta estreita não cabem as nossas facilidades, gostos e apetites. Pela porta estreita entra a nossa pobreza, a nossa dor, o nosso sacrifício feito por Aquele a quem dizemos amar.

Não sei se desagrado a alguém com esta minha opinião, mas não podia calá-la.

Um abraço



C...




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