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O Papa
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23/10/2014
Ano dramático


O Papa - Ano dramático
23/10/2014 22:05:59

O Papa - Ano dramático


        Agora se inicia um ano dramático para a Igreja.

       A “Revolução de Outubro” do Sínodo falhou, e com ela acabou também a primeira parte do pontificado bergogliano. Qual será a segunda parte?
       Por Antonio Socci | Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum.com: O discurso de encerramento feito no sábado por Francisco nos leva a intuir. Talvez aquele que se inicia será um dos anos mais dramáticos e confusos da história da Igreja.

       MAQUIAVELISMO

       Antes de mais nada, o Papa Bergoglio descarregou sobre o Cardeal Kasper (e companhia) toda a responsabilidade pela derrota, após tê-lo usado como testa de ferro para quebrar a resistência dos cardeais ortodoxos, tanto no Consistório de fevereiro como no Sínodo.
       A maioria rejeitou a “revolução” que Kasper, a mando de Bergoglio sugeria. Assim o Papa em seguida se distanciou de suas teses, desqualificando-as como “a tentação do “bonismo” destrutivo, que em nome de uma misericórdia enganadora, enfaixa as feridas sem antes curá-las e medicá-las; que trata os sintomas e não suas causas e raízes”.
       Pena que foi exatamente sobre essas absurdas teses kasperianas que ele permitiu que a Igreja fosse traumaticamente dividida por meses e também por meses seguidos tais teses foram divulgadas pelos meios de comunicação como a grande novidade do pontificado de Bergoglio, sem qualquer desmentido.
       Pena que foi o próprio Papa Francisco que impôs o mesmo Kasper como relator único para o Consistório de fevereiro e ainda elogiou sua tese como sendo  “teologia de joelhos” (Kasper sempre declarou, sem ser desmentido, que tinha feito tudo combinado com o Papa).
       A fina flor dos intelectuais e jornalistas Católicos que há um tempo atrás se classificavam como “ratzingerianos”, agora ansiosos por uma recolocação abraçaram e aplaudiram as revolucionárias teses kasperianas. Assim como todos os jornais seculares.
       Ver agora a ruptura que faz Bergoglio deveria ser humilhante para todos aqueles papólatras apressados.  E deveria também levar a imprensa marron laica como_ La Repubblica_ a reconhecer que errou feio.
       Ao invés disso, ninguém teve coragem de fazê-lo. Evidentemente porque todos acreditam que a disassociação tardia de Bergoglio da tese derrotada é só uma questão tática.
       No entanto constatam que, tanto do Consistório de fevereiro como do Sínodo de outubro, o único que saiu derrotado e “desacreditado” foi o próprio Bergoglio.
       Claro, que existem ainda os últimos “japonêses” ( alusão aos japoneses que ainda não acreditavam que a Guerra tinha acabado) os quais ressaltam que sobre temas controversos como a comunhão para divorciados novamente casados e homossexuais (parágrafos 52, 53 e 55), embora não tendo atingido os dois terços dos votos (resultando em sua rejeição pelo Sínodo ), há no entanto a maioria absoluta e, portanto não se trata de uma derrota. Mas este argumento é risível porque aqueles eram textos que já haviam sido corrigidos e emendados, não eram as explícitas teses “kasperianas” e “fortianas.”
       Na verdade, o “Relatio post disceptationem,” da metade do Sínodo, aquela “revolucionária”, foi rejeitada e re-escrita. E a “Relatio Synodi” é um outro texto (“mais equilibrado, balanceado e desenvolvido”, como deixou claro o próprio Padre Lombardi).

       SURPRESA

       Assim, o resultado do Sínodo é
uma verdadeira e própria “surpresa de Deus” e se o Papa Bergoglio fosse de fato aberto a tais surpresas, reconheceria que não é possível um “desalojamento” scalfariano do Catolicismo, que acabaria por atropelar os sacramentos, os mandamentos e o magistério.
       Como ele mesmo disse: “esta é a Igreja, nossa mãe! E quando a Igreja, na variedade dos seus carismas, se expressa em comunhão, não pode errar: é a beleza e a força do “sensus fidei”, que é doado pelo Espírito Santo.”
       Então, por que não reconhecer serenamente o que emergiu a partir do Sínodo? Por que não acolher o sopro do Espírito?
       Na realidade, ao que parece, o papa argentino não gosta muito  destas “surpresas de Deus”, que fizeram naufragar a sua “revolução” e – de acordo com alguns observadores – estaria disposto a ganhar por baixo da mesa a partida que ele perdeu em campo.

       CONTRA OS CATÓLICOS

       E isso pode ser visto a partir dos pontos sucessivos em seu discurso conclusivo. Na verdade, mesmo antes de tomar distância de Kasper, ele condenou (mais uma vez) como “endurecimento hostil” na “letra” (isto é, o Evangelho sem subterfúgios) a posição dos Católicos que se opunham à Kasper.
       Ele rotulou como “tradicionalistas” e “intelectualistas” aqueles que simplesmente recordaram o Magistério de sempre da Igreja, os Evangelhos e São Paulo, e até Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI.
       Mas se os Católicos, apostólicos romanos que professam a posição da Igreja de todos os tempos e de todos os papas anteriores, para Bergoglio são dignos de condenação, então não está claro quem seria pra ele seu rebanho e o magistério católico (no entanto, também é verdade que o mesmo Bergoglio disse a Scalfari que “Deus não é católico” …)

       O PAPA REI

       Logo em seguida, no discurso de encerramento, o Papa recorda aquele argumento que seus “adversários” usaram para lhe opor, o argumento vencedor: o Papa não é o dono do Evangelho, da doutrina e da tradição da Igreja, mas o seu servidor. Ele reconheceu, concordando. Mas logo em seguida, acrescentou um final surpreendente.
       Ele disse: a Igreja é de Cristo – é a sua esposa – e todos os bispos, em comunhão com o Sucessor de Pedro, têm a missão e o dever de custodiá-la e de servi-la, não como donos, mas como servidores. O Papa, neste contexto, não é o senhor supremo, mas sim um supremo servidor – o “servus servorum Dei”; a garantia da obediência e da conformidade da Igreja à vontade de Deus, ao Evangelho de Cristo e à Tradição da Igreja, deixando de lado todo arbítrio pessoal, mesmo sendo – por vontade do próprio Cristo – o “Pastor e Doutor supremo de todos os fiéis” (Can. 749) enquanto gozando “da potestade ordinária que é suprema, plena, imediata e universal na Igreja” (cf. Cann. 331-334).
       A primeira parte desta citação desmente os bergoglianos mais fanáticos que tanto na mídia católica como secular, nas últimas semanas espalhavam a teoria de que o Papa poderia fazer o que ele quisesse até com sacramentos (alguém chegou a chamá-lo de “senhor absoluto”).
       Nossos leitores se lembarão que exatamente nessa mesma coluna, no dia 5 de outubro do ano passado, eu havia escrito citando uma página de Joseph Ratzinger: “O papa não pode dizer: A igreja sou eu, ou: a tradição sou eu, mas, pelo contrário, ele tem precisas restrições, incorpora uma obrigação da Igreja em conformar-se à palavra de Deus. “
       Recebi insultos e investidas dos fanáticos como se eu tivesse deslegitimado o Papa. Bem, sábado à noite Francisco repetiu a me
sma coisa.
       Ele acrescentou, no entanto como uma surpresa, a citação do Código de Direito Canônico que lhe dá um poder inquestionável sobre todos os fiéis e sobre a Igreja universal.
       Aquele Francisco que foi ostensivamente apresentado como “Bispo de Roma” e evitava o título de Papa a todo custo, de repente redescobriu as prerrogativas de poder mais pesadas do Pontífice, as prerrogativas do Papa Rei.
       Na verdade, já no Sínodo ele exerceu o seu poder através da estrutura de gestão, a fim de orientá-lo e controlá-lo, de uma forma muito pouco sinodal ou conciliar. Tanto foi, que conseguiu suscitar fortes protestos por causa do “amordaçamento”.
       A própria decisão de fazer com que cheguem às dioceses um documento que contém os três pontos que o Sínodo rejeitou sobre os divorciados recasados e gays, dá a impressão de que ele se sobrepôs ao próprio Sínodo e quer continuar a batalha (em Roma se diz que ” nun ce vonno sta ” ou seja: “se não querem, vai assim mesmo” ). Recomeça o caos.
 
       EXPURGOS

       Um observador como John Allen acredita que agora se passará aos “ajustes de contas”  ou seja, as demissões ou rebaixamentos daqueles que mais se opuseram à revolução Kasper-Bergoglio, começando pelos cardeais Burke e Mueller.
       Se assim for, aquela citação do Código significaria: “vocês me dizem que eu não posso tocar a Doutrina, mas lhes recordo que eu posso decidir a sua sorte.
       Seria o início dos expurgos e depurações realmente vergonhosos, que só serviriam para deixar ainda mais desconcertados um povo cristão já em estado de choque.
       A confusão em que a Igreja se viu nos últimos meses se tornaria realmente dramática. Será que é isso que ele quer?
       Allen registrou os comentários pós-sinodo de um Cardeal: “Eu não acho (que Bergóglio) seja um grande estrategista… Pensava que havia um plano por trás do caos… agora eu me pergunto se não é justamente o caos o seu verdadeiro plano.”
       Só podemos esperar por uma surpresa de Deus: a de que o Papa Bergóglio inverta a sua direção.
       ++++++++++++
       OBS> Este jornalista é o mesmo que escreveu um livro questionando a validade da eleição de Bergóglio – eu não me atrevo a colocar como ele o “papa” antes deste nome desnaturado e, portanto, tem cacife para criticar o que realmente aconteceu no sínodo. Mas eu prefiro discordar de algumas posições do autor porque me baseio não no que os jornalistas escreveram, nem no que os padres sinodais declararam, nem mesmo no que Bergóglio disse ao final. Eu me baseio nas profecias atuais, porque o Céu vê mil vezes adiante de nós. Por causa delas afirmo: o joio foi semeado, e o bando modernista está eufórico. Explico!
       O jornalista disse que Bergóglio não é um bom estrategista, mas eu digo: o diabo é bom estrategista, embora jamais igual a Deus. Também disse que ele descarregou sua ira em Kasper, por terem perdido a partida do sínodo, mas eu digo: é apenas jogo de sena, eles estão agora tomando vinho juntos, e rindo a toa. Ou acaso não está dito que o inimigo venceria esta batalha – não a guerra – e isso de uma guerra que está apenas começando?
       E pergunto: por qual motivo foram feitos dois relatórios, um preliminar cheio das coisas do demônio, e um segundo e final, com cara de meio santo? E por que divulgaram ao mundo inteiro o primeiro diabólico relatório, se ele era destinado apenas a discussões pelos padres sinodais, na segunda semana? A reposta é simples: como das 10 mesas de estudo, apenas uma se manifestou 100% contra, significa que
existe uma maioria de bispos que aprova aquelas teses nefandas, são os lobos no meio dos cordeiros. Deu para entender a manobra?
       Resposta: tudo leva a crer que eles irão ignorar o relatório final do Sínodo e começarão a aplicar desde já o que consta no primeiro relatório. Quando o mundo católico perceber, será tarde! Aguardemos em oração, sempre atentos sobre os acontecimentos da Igreja. Quem viver verá! (Aarão)






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