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31/05/2014
Basta a bondade


O Papa - Basta a bondade
31/5/2014 09:57:55

O Papa - Basta a bondade


      Sexta, 30 de maio de 2014
     O importante não é o bem, mas a bondade!
      Fonte:http://www.ihu.unisinos.br/noticias/531763-o-importante-nao-e-o-bem-mas-a-bondade

     “O Bispo Francisco não acredita no ‘bem’. Seu projeto de vida, de Igreja e de futuro é a ‘bondade’. Porque só a bondade é digna de fé. Em suma, a bondade não é nada mais – e nada menos – que viver de tal maneira que quem vive comigo, seja quem for, se sinta bem. Esta é a bondade que eu desejo.”
      A reflexão é do teólogo José María Castillo, em seu blog Teología sin Censura, 18-05-2014. A tradução é de André Langer. Eis o artigo.
     É um fato que o atual Bispo de Roma, o Papa Francisco, com as coisas que faz e com as que deixa de fazer, está desconcertando muita gente. E, evidentemente, não faltam aqueles que passam do desconcerto ao desengano, à desilusão ou mesmo à indignação. Para que, por exemplo, canonizar no mesmo dia João Paulo II e João XXIII? Se não estava de acordo em elevar aos altares a um deles, por que equilibrou as coisas subindo também o outro? Esses “remendos”!, pensam, podem ser percebidos com frequência. E acabam por não contentar a ninguém.
     Com uma consequência que nos deixa mais inquietos. Porque é fatal. Já que, com estes vaivéns – primeiro uma coisa e na sequência outra quase contrária –, são muitos os que se perguntam: “afinal, para onde este homem vai nos levar?” Mais ainda, sabe sequer, com certeza, para onde temos que ir? Se, não faz muito tempo, recebeu Gustavo Gutiérrez e aplaudiu sua Teologia da Libertação, como se explica que agora receba Kiko Argüello e aprove com todas as suas bênçãos o Caminho Neocatecumenal?
     Evidentemente, eu sei que este papa colocou em prática um estilo de exercício do papado que pouco ou nada tem a ver com os usos e costumes dos papas anteriores, inclusive João XXIII, que ainda se deixava levar sentado na cadeira gestatória e coroado com a tiara, que era uma cereja no bolo da ostentação e a pompa do papado à moda antiga. Isso, graças a Deus, já acabou. Mas, é evidente que (como pensa muita gente), mudando apenas o estilo de aparecer em público – e isso só até certo ponto –, não vamos chegar muito longe. Não traz à Igreja o que mais necessitamos neste momento e do jeito como as coisas estão em nosso mundo. E na religião.
     Não pretendo, como é lógico, apresentar aqui a solução para o problema que acabo de indicar. Entre outras razões, porque eu não sei qual é a solução. De qualquer modo, temos um fato que está à vista de todos, e que para mim, pelo menos, me dá muita luz. É o que quero explicar na sequência.
     Para começar, será útil dar-se conta de que “bom” não é o mesmo que “bondade”. Já Nietzsche, na Genealogia da Moral (I, 2), fez com que nos déssemos conta de que o conceito “bom” entranha uma sentença radical: “o juízo ‘bom’ não procede daqueles a quem se dispensa ‘bondade’! Antes, foram ‘os bons’ mesmos, ou seja, os nobres, os poderosos, os homens de posição superior e elevados sentimentos que se sentiram e denominaram a si mesmos e as suas ações como bons, ou seja, como algo de primeira categoria, em contraposição a todo o baixo, abjeto, vulgar e plebeu”. Para onde tudo isso nos leva? Muito simples. Tão simples quanto patético.
     É “bom” e está “bem” o que convém aos que têm o poder de fixar o que é bom e está bem. Por exemplo, o que é bom e está bem é uma ditadura, e não uma democracia. Por isso, as leis, os direitos, os privilégios..., tudo isso muda segundo as conveniências de quem tem a faca e o queijo na mão. E em última instância, em uma democracia, não é a mesma coisa se quem está no poder é a esquerda ou a direita. Assim como também não é a mesma coisa governar num regime democrático com maioria absoluta ou tendo que fatiar as decisões para alcançar e manter os pactos com quem pode dar
os votos necessários para aprovar determinada lei. Tudo isso é do conhecimento de todos. Mas, muita gente não se dá conta de que isto mostra claramente até que ponto o “bem” e o “mal” dependem de quem tem o poder necessário para decidir e impor o que é bom e o que é mal.
     A “bondade” é outra coisa. A bondade é sempre “relacional”. É na relação com os outros, sobretudo na relação com os que menos podem me retribuir, onde mais e melhor se detecta quem age não para conseguir o “bem”, mas porque a “bondade” lhe brota das entranhas. Eu já disse e repito: “o espelho do comportamento ético não é a própria consciência, mas o rosto de quem convive comigo”. E consta que, ao menos assim como eu vejo este assunto, a “bondade” não é a mesma coisa que o “buenismo”. Porque uma bondade que não está edificada sobre a verdade, a justiça, a honradez, a sinceridade e a transparência, não é bondade, mas hipocrisia pura e dura.
     Por isso, exatamente pelo que acabo de dizer, em um livro que publiquei há alguns dias, A laicidade do Evangelho, escrevi o seguinte: “A genialidade de Jesus e de seu Evangelho consistiu em deslocar o centro do fato religioso. A vida de Jesus, e o cume daquela vida, que foi sua morte, constituíram o deslocamento do fato central e determinante da religião. Este fato que, desde as suas origens, foi o sacrifício ‘ritual’, ficou transformado pelo sacrifício ‘existencial’”.
“Jesus, com efeito, nem durante sua vida, nem em sua morte, ofereceu “rito” algum. O que Jesus ofereceu foi sua própria “existência”, que foi, em todos os momentos, uma existência para os outros. Por isso se pode (e se deve) afirmar, com todo o direito, que Jesus deslocou o centro da religião. Esse centro deixou de ser o ritual sagrado, com suas cerimônias, seu templo, seu altar e seus sacerdotes e passou a ser o comportamento ético de uma vida que, desde a própria humanidade, contagia humanidade, e desde a sua própria felicidade, contagia felicidade. Desta maneira, a bondade ética substituiu o ritual religioso.”
     Nada mais – e nada menos – que isto, é o que nos ficou da religião. E é nisto que se deve centrar a tarefa da Igreja. Na minha maneira de ver as coisas, é exatamente isto que o atual Bispo de Roma, o Papa Francisco, colocou em ação. E por isto, porque o caminho que empreendeu é tão novo quanto desconcertante, eu me pergunto se não temos dificuldades para entendê-lo porque, no fundo, o que não conseguimos entender (e nos dá medo entendê-lo) é a laicidade do Evangelho. 
     O Bispo Francisco não acredita no “bem”.   Seu projeto de vida, de Igreja e de futuro é a “bondade”. Porque só a bondade é digna de fé. Em suma, a bondade não é nada mais – e nada menos – que viver de tal maneira que quem vive comigo, seja quem for, se sinta bem. Esta é a bondade que eu desejo.
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      OBS> Se o Bispo de Roma não acredita no BEM, apenas na BONDADE, então ele não acredita em DEUS, que é nosso SUMO BEM, não apenas mera bondade. O BEM, se pode dizer, é Deus! Deus é o BEM ao infinito, Nele somente existe e BEM, enquanto a BONDADE  é apenas uma das facetas do BEM. De fato, no BEM, estão contidos todos os infinitos atributos de Deus! Quem acredita em apenas um deus bondade, acredita num ídolo qualquer.  Por exemplo, acredita em Buda, aquele bondoso gordo de certa filosofia.
Em contraponto, o demônio é o MAL personificado, e a MALDADE é apenas uma das facetas do demônio, porque no MAL, se concentram todos os pecados, todos os vícios, todos os erros e todas as heresias, seja qual for a forma, o modo, ou a intensidade com que isso tudo é expresso. 
      Este negócio de praticar  a “bondade” como algo meio difuso, expressada na maneira livre de viver de cada um, desde que se sinta bem, na realidade é algo sinistro. Porque um traficante de drogas, depois de esmagar a sua podre consciência pode se sentir muit
o bem com o que faz, e pode expressar sua “bondade” tratando bem das “mulas” que levam suas drogas aos consumidores. O mesmo pode fazer um político corrupto, ao legislar a favor do inferno, tendo assim muita bondade para com os maus que financiam suas campanhas. Mas nada disso é BEM!
      O autor acima não se expressa corretamente quando afirma que o MAL e o BEM são relativos porque dependem da visão de cada um, nem é verdadeiro quando afirma que a BONDADE é sempre racional. De fato só existe um SER que pode determinar o que é BEM e o que é MAL, e este é Deus. É que ele se firma na visão do homem, quando não somos nós, por nossa livre conta, que decidimos o que é BEM e o que é MAL. Nós recebemos de Deus o dom de discernir quanto a ambos, entretanto os limites de ambos quem estabelece é Deus e por Ele nos devemos guiar. Errado é este falso conceito de bondade humana.
      Isso se pode notar nos dois exemplos que dei acima: corruptos e traficantes, são sempre exemplos do MAL, e sempre o bem que praticam é para o mal. Nós temos que nos pautar na Lei de Deus para discernirmos onde está a verdade, não na moral dos homens. Toda “bondade” que não está alicerçada nem é pautada pela Lei Maior é realmente hipocrisia, é fingimento.
      Mas o autor acerta quando expressa a sua perplexidade, sobre aquilo que tenho escrito nos últimos tempos: sobre o disse, mas não disse, o disse, mas não quis dizer, ou seja a dubiedade capciosa e solerte de dezenas de afirmações do Bispo de Roma, que acabam confundindo aos católicos. E tão solertes e bem estudadas são estas colocações, que o demônio se encarrega sempre de deixar na cabeça dos católicos incautos, aquela coisa que parece boa, mas que neste “parece”, esconde um maligno objetivo.  Não seria esta uma “bondade” carregada de perfídia e maldade?
      O exemplo que o autor cita, quanto a aprovação de Gustavo Gutiérres e Kiko Arguelo – ambos condenados muito claramente por João Paulo II e por Bento XVI – quanto a maldita teologia da libertação comunista e ao neo-catecumenato anticristo, não seria também estas expressões da “bondade”  do Bispo de Roma? Não seria também bondade falsa convidar judeus e muçulmanos para rezar com ele, o que é heresia? E assim tantas outras atitudes de “bondade” que realmente estão fazendo as sociedades secretas endeusarem esta personalidade bondosa, quando de fato todas as expressões de sua “bondade” conduzem a algum tipo de mal, de erro, e de desobediência aos protocolos sagrados e milenares da Igreja!
      Tudo isso não parece, intenta levar ao homem ao centro de tudo, que independente da Lei Divina escolhe para ele quais são os conceitos morais que deve seguir, no que ele se coloca no lugar de Deus e se faz um deus.  Ou seja, somente a bondade e não o BEM que é a essência de Deus, é o mesmo que desprezar Este e ficar com aquele. 
       Que alguém próximo do Bispo de Roma lhe diga: no dia em que apenas a bondade for digna de fé, não se precisará acreditar mais num Deus Sumo Bem. Neste dia o “bondoso” demônio estará sendo adorado pelos homens deus! Quem sabe sentado no lugar dele na cadeira de Pedro!...



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